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Mitos sobre vacinação infantil que você não deve acreditar

Veja por que é importante manter a caderneta de vacinação das crianças atualizada.
Publicado em 11/09/2023
Revisado em 11/09/2023

Veja por que é importante manter a caderneta de vacinação das crianças atualizada.

 

Por muito tempo, os índices brasileiros de vacinação foram uma referência para o mundo. Mas, nos últimos três anos, a cobertura vacinal regrediu o equivalente a três décadas. De acordo com dados do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), três em cada dez crianças não receberam vacinas contra doenças potencialmente fatais.

As causas são multifatoriais: vão desde a popularização do movimento antivacina até a falta de informações e campanhas públicas. A seguir, estão alguns dos motivos que levam os pais a não vacinarem seus filhos e por que eles não devem ser tomados como argumentos.

 

“Não precisa vacinar se a doença já está erradicada”

“Com as doenças sob controle, alguns pais passam a questionar a real necessidade de vacinar os filhos. E essa falsa sensação de ‘problema resolvido’ é bastante grave, porque quando se interrompe a vacinação de doenças consideradas erradicadas, elas podem ressurgir”, alerta a dra. Yasmin Vilela, médica pediatra especialista em desenvolvimento infantil.

É o caso do sarampo. Uma das principais causas de mortalidade infantil no passado, ele foi erradicado em 2016, mas voltou a aparecer dois anos depois devido à queda na vacinação. Hoje, o Brasil enfrenta o risco de uma nova epidemia.

Segundo a pediatra, isso acontece porque a vacinação é a única maneira de eliminar uma doença imunoprevenível. Quando ela não está mais circulando amplamente, o patógeno causador pode persistir em pequenas populações ou ser trazido após viagens internacionais. Se a vacinação for interrompida e a cobertura vacinal não alcançar boa parte da população, a imunidade coletiva diminui e todos ficam suscetíveis.

 

“As vacinas não são confiáveis”

“Todas as vacinas são aprovadas e submetidas a testes rigorosos ao longo das diferentes fases de ensaios clínicos. E elas seguem sendo avaliadas regularmente. As vacinas são comprovadamente seguras e a melhor estratégia para proteger a nós mesmos e às pessoas que amamos”, destaca a dra. Yasmin.

A especialista lembra que, sempre que houver qualquer dúvida em relação às vacinas ou ao calendário vacinal, é importante procurar fontes confiáveis de informação.

Veja também: Crianças e adolescentes: por que vaciná-los contra a covid-19?

 

“As vacinas causam efeitos colaterais”

Assim como nenhum medicamento está livre de efeitos colaterais, as vacinas também não estão. Esses efeitos, no entanto, são locais, leves e passam em até dois dias na enorme maioria dos casos — diferentemente dos sintomas das doenças aos quais elas protegem.

“Os benefícios se sobressaem. Além disso, o nosso Programa Nacional de Imunizações, o PNI, conta com o Sistema Nacional de Vigilância de Efeitos Adversos pela Vacinação desde 1991, a fim de que haja monitorização, notificação, investigação e acompanhamento com condutas adequadas e padronizadas diante de qualquer ocorrência”, lembra a pediatra.

 

“São vacinas demais para uma criança”

Ao ver o calendário vacinal, muitos pais se perguntam: será que essa quantidade de vacinas não faz mal para o bebê? A resposta é: não. O sistema imunológico das crianças está preparado para receber os antígenos das vacinas sem nenhum risco a sua saúde. Tanto é que se uma pessoa perder a caderneta de vacinação ou não se lembrar se tomou determinado imunizante, ela pode tomar outra dose sem prejuízos, mesmo que já tenha tomado na infância.

“Vale ressaltar que a vacina é um direito assegurado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. De acordo com a lei, tanto o poder público quanto os pais ou responsáveis e a comunidade de modo geral têm o dever de garantir que a criança receba todas as vacinas recomendadas pelo PNI. Se houver recusa injustificada, isso pode ser caracterizado como negligência e violação do direito à saúde da criança e do adolescente, sendo passível, inclusive, da aplicação de medidas legais para responsabilização”, afirma a especialista.

 

“Não dá para acompanhar o calendário vacinal”

Por fim, para além da falta de informação, existem muitos pais que enfrentam dificuldades para manter a caderneta de vacinação dos filhos atualizada em meio à agitação do dia a dia. Para estes, a dra. Yasmin dá algumas dicas:

  • Familiarize-se com o calendário recomendado para a faixa etária do seu filho;
  • Informe-se sobre as campanhas de vacinação;
  • Mantenha sempre uma cópia digital da caderneta;
  • Faça consultas regulares com seu pediatra;
  • Mantenha organizada em uma pasta todas as informações de saúde da criança;
  • Se a família planeja viajar para fora, verifique quais vacinas serão necessárias;
  • Quando tiver que voltar ao posto de saúde, coloque um lembrete na geladeira, um alarme no celular ou deixe a caderneta em um local que você veja sempre para não esquecer.

Conteúdo produzido em parceria com a Totoy e o Unicef. 

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