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Higiene ocular | Entrevista

Publicado em 31/01/2012
Revisado em 11/08/2020

Cuidar dos olhos não deve ser apenas uma preocupação estética. Deve ser um hábito obrigatório de saúde. Veja entrevista sobre higiene ocular. 

 

Não há quem não queira ter olhos brilhantes e límpidos. Olhos vermelhos e congestionados passam a impressão de cansaço e abatimento. Por isso, todos procuram um jeito de melhorar seu aspecto e se valem dos inúmeros colírios à venda no mercado farmacêutico sem buscar a orientação de um oftamologista.

Olhos vermelhos são sinal de inflamação da conjuntiva, membrana fina e transparente que cobre o branco dos olhos e a causa pode estar na infecção por bactérias ou vírus e em reações alérgicas. A poluição das grandes cidades e o uso constante do computador e de lentes de contato sem a precaução necessária são outros fatores agravantes do problema.

Cuidar dos olhos não deve ser apenas uma preocupação estética. Deve ser um hábito obrigatório de saúde.

 

OLHO VERMELHO É SINAL DE CONJUNTIVITE

 

Drauzio – Qual a queixa mais comum que se ouve nos consultórios de oftalmologia?

Marcelo Cunha – A queixa mais comum é a irritação ocular, sinônimo de olhos vermelhos, que se manifesta em qualquer faixa etária e em ambos os sexos. (imagem 1) Suas causas são muito variáveis. Para nós, médicos, todo olho vermelho é sinal de conjuntivite, uma inflamação da conjuntiva, membrana transparente que recobre a esclera ou branco do olho.

Existem vários tipos de conjuntivite: as bacterianas, as virais e as alérgicas. Cada uma demanda um tratamento específico, por isso a importância do diagnóstico correto. Não devemos usar colírios com antibiótico nas conjuntivites virais, nem colírios à base de cortisona, um anti-inflamatório, nas conjuntivites bacterianas.

As conjuntivites virais e bacterianas instalam-se de modo semelhante. Começam por um dos olhos e depois de três ou quatro dias acometem o outro. No primeiro olho, o quadro costuma ser mais agressivo do que no segundo.

 

CARACTERÍSTICAS DA CONJUNTIVITE VIRAL

 

Drauzio – Vamos começar caracterizando as conjuntivites virais.

Marcelo Cunha – A imagem 2 é um exemplo de conjuntivite viral. Em alguns aspectos, as conjuntivites virais são muito semelhantes às bacterianas: além de deixarem os olhos vermelhos, formam lacrimação em excesso, manifestam-se inicialmente em apenas um olho e, só depois do terceiro ou quarto dia, passam para o outro.

Diferentemente das bacterianas, porém, nas virais não há formação de pus, e sim de muco. O olho amanhece grudado e durante o dia ocorre um excesso de lágrimas, de lágrimas espessas. Outra característica das virais é o aumento dos gânglios pré-auriculares e submandibulares.

 

Drauzio – Os olhos vermelhos comuns nos casos de gripes e resfriados são sinais de conjuntivite?

Marcelo Cunha – Essas viroses acabam afetando os olhos, que podem ficar bem vermelhos e congestos, mas sem a secreção purulenta característica da conjuntivite bacteriana (imagem 3).

É importante ressaltar que os dois tipos são muito contagiosos. Principalmente a viral. Como o olho vermelho que não forma muita secreção engana, as pessoas não tomam cuidado e a disseminação da doença ocorre em larga escala.

 

Drauzio – Qual é a principal via de contágio?

Marcelo Cunha – Ocorre por contato. A pessoa enxuga os olhos e cumprimenta alguém ou seca o rosto numa toalha que vai ser usada por mais gente e passa o vírus para os outros. Por isso, pedimos que durante a fase aguda e de contágio, os pacientes evitem apertar as mãos de outras pessoas, utilizem papel descartável para a limpeza dos olhos e separem talheres, toalhas e outros objetos de uso pessoal. Lenços de pano são desaconselhados.

 

TRATAMENTO DA CONJUNTIVITE

 

Drauzio – Você disse que a diferença básica entre a conjuntivite viral e a bacteriana é a secreção purulenta própria da conjuntivite provocada por bactérias. Como se trata uma e outra?

Marcelo Cunha – Para a conjuntivite viral não há tratamento específico. Como ocorre nos quadros gripais, o tratamento é sintomático. Utilizam-se compressas, por exemplo. Existe o conceito, que não sei de onde veio, de que água boricada faz bem. Ela pode aliviar os sintomas da conjuntivite, mas possui uma série de conservantes em sua composição que, muitas vezes, provocam reação alérgica intensa. O conselho, então, é não usar água boricada. Deve-se usar água natural da Sabesp ou as engarrafadas. A água deve estar fria, porque o frio ajuda a desinflamar, a desinchar os olhos. Além disso, são indicados colírios sintomáticos, isto é, colírios adstringentes, de limpeza e, com frequência, um colírio vasoconstritor para reduzir o vermelho e a inflamação (imagem 4). Nunca devemos usar colírios com antibiótico, já que não existem bactérias para matar e eles podem provocar alergia.

Nas conjuntivites bacterianas, o quadro inclui a secreção purulenta que não é apenas matinal. Nesse caso, devem ser indicados colírios à base de antibióticos. Muito raramente o tratamento inclui antibióticos por via oral. O uso de colírios costuma ser suficiente.

 

Drauzio – Quer dizer que, nos casos virais, usar colírio com antibiótico, além de não ajudar, pode até prejudicar?

Marcelo Cunha – Pode prejudicar porque, se houver uma reação alérgica ao antibiótico, o olho ficará ainda mais vermelho e irritado.

 

Drauzio – O segundo olho se infecta pela vizinhança com o primeiro?  

Marcelo Cunha – Infecta-se pela proximidade. É impossível uma conjuntivite, quer bacteriana, quer viral, instalar-se num olho apenas. Ela começa por um e depois passa para o outro. Quando os dois olhos são atacados ao mesmo tempo, temos de pensar nas conjuntivites alérgicas.

 

CONJUNTIVITE ALÉRGICA

 

Drauzio – Como se manifestam as conjuntivites alérgicas?

Marcelo Cunha – As conjuntivites alérgicas podem ser de dois tipos: a que faz parte dos quadros de atopia (a pessoa  tem tendência a apresentar reações de hipersensibilidade, como alergias de pele ou rinites, por exemplo) em que os olhos também são afetados, e a provocada por fatores externos, como o uso inadequado de lentes de contato, protetor solar, hidratantes, pela poluição, o excesso de maquiagem, etc. São comuns os quadros alérgicos crônicos associados a esses produtos.

Em termos de sintomas, a coceira nos olhos é característica das conjuntivites alérgicas. A ardência é própria das bacterianas e das virais.

 

PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO MAU USO DAS LENTES DE CONTATO

 

Drauzio – O que deve chamar a atenção na imagem 5?

Marcelo Cunha – Essa é a imagem de um usuário de lentes de contato com conjuntivite. O olho está congesto, mas é uma vermelhidão localizada, concentrada mais na região inferior e lateral do que na superior, que está mais clarinha.

As conjuntivites infecciosas acometem todo o branco do olho. Quando surge um quadro como esse, com vermelho localizado, é sinal de que a pessoa está usando lente de contato de forma inadequada.

 

Drauzio – A imagem 6 mostra um olho com a pálpebra virada para cima. Por que ela foi posta nessa posição?

Marcelo Cunha – Para mostrar o local que sofre atrito com a lente de contato, quando a pessoa pisca. Se a lente estiver mal conservada ou com o tempo de uso vencido, a pálpebra se ressente, começa a inflamar e formam-se essas bolinhas brancas, chamadas papilas que, nesse olho, ainda estão discretas.

As papilas são o primeiro sinal de rejeição à lente de contato. Essa reação alérgica é muito comum em jovens que não cuidam bem das lentes ou não as tiram nem para dormir.

 

Drauzio – A imagem 7 refere-se à que situação?

Marcelo Cunha – A imagem 7 mostra as consequências do uso das lentes de contato coloridas, coisa que se tornou comum hoje em dia , principalmente entre os adolescentes. Essas lentes costumam ser produzidas com material descartável de excelente qualidade. Se forem bem conservadas, não trazem problema nenhum, mas já atendi adolescentes com úlceras de córnea provocadas pelo mau uso dessas lentes. Houve o caso em que a lente caiu no chão numa festa, a pessoa foi ao toalete e colocou-a novamente nos olhos sem o menor cuidado de higiene. Por isso, acredito ser muito importante orientar os usuários quanto ao uso adequado desse tipo de lente, pois elas são comercializadas em óticas e compradas livremente.

 

PTERÍGEO

 

Drauzio – Existem contraindicações para o uso de lentes de contato?

Marcelo Cunha – Lentes de contato exigem olhos saudáveis, o que não é o caso da imagem 8. A lente que aparece na foto é gelatinosa, delicada, mas não deveria estar sendo usada, porque sob ela existe uma lesão da conjuntiva chamada pterígeo, ou seja, uma membrana que cresce até o canto do olho perto do nariz com o formato semelhante ao de uma asa.

O pterígeo é bastante comum no Brasil e em todos os países tropicais por causa dos raios ultravioleta. Acredita-se que essa alteração seja causada pelos raios solares que incidem diretamente nos olhos e por aqueles que batem na base do nariz e são refletidos para o canto interno do olho, onde de preferência ele se forma.

No Nordeste e nas cidades do litoral, o pterígeo é quase endêmico e já vi casos de cegueira provocados por ele, porque essa pele cresce e cobre a pupila.

Nos últimos nove ou dez anos, porém, foram desenvolvidas técnicas cirúrgicas excelentes para o tratamento dessa patologia . No passado, evitava-se operar pterígeo, porque ele recidivava de forma muito mais agressiva.

Drauzio – A lente de contato aumenta a incidência de pterígeo?

 

Marcelo Cunha – Não existe nenhuma relação entre o uso de lentes de contato e a incidência de pterígeo.

 

Veja também: Entrevista sobre doenças da visão

 

COMPLICAÇÕES LIGADAS À LENTE DE CONTATO

 

Drauzio – Quais os problemas mais frequentes que podem ser observados em quem usa lentes de contato?

Marcelo Cunha – A blefarite é uma inflamação na borda externa da pálpebra que pode ser vista junto aos cílios. É como se uma espécie de caspa tivesse se formado nos cílios. Essa inflamação altera o filme lacrimal e, porque a produção de lágrimas está comprometida, o uso das lentes de contato provoca irritação.

Na imagem 10, pode-se notar como a lente está suja em determinada área. As lentes são fabricadas de modo que sua superfície lisa impeça a adesão de bactérias. No entanto, se houver muco na lente, as bactérias encontrarão ambiente propício e poderão atingir a córnea (camada externa transparente que cobre a parte colorida do olho) e provocar lesões como a úlcera que aparece nessa imagem.

O bordo das lentes é todo trabalhado para evitar qualquer tipo de atrito quando a pessoa pisca. A imagem 11 registra o uso de uma lente rasgada, com o bordo formando um bico que pode agredir o olho e provocar lesões.

Por isso, o cuidado com as lentes de contato é fundamental. Respeitar os prazos de validade e consultar um oftalmologista são atitudes que não podem ser desprezadas. Lentes de contato prestam um bom serviço para a população, mas requerem atenção e cuidados. Elas têm evoluído bastante com o tempo e, principalmente no que se refere às descartáveis, o índice de complicações diminuiu muito.

 

Drauzio – Na imagem 12 , a lesão está embaixo da lente, não é?

Marcelo Cunha – O olho está inflamado na região superior e os vasos estão congestos. Isso normalmente ocorre por excesso de uso de lentes de contato. Às vezes, encontramos pessoas que usam lente e não têm óculos, o que jamais deveria acontecer. É preciso ter óculos e lentes para ser possível garantir períodos de repouso para os olhos.

 

BAIXA PRODUÇÃO DE LÁGRIMAS

 

Drauzio – Você disse que um dos segredos para manter a lente lubrificada é piscar. Isso basta?

Marcelo Cunha – Piscar, desde que haja lágrimas. Esse é um problema que acomete as mulheres a partir dos 40 anos, principalmente aos 50 anos, e que vem junto com a menopausa. As alterações hormonais interferem também na produção de lágrimas e o olho fica seco. Em cidades como São Paulo, onde é alto o nível de poluição, o desconforto é grande, em especial, na área exposta da conjuntiva, porque as outras ficam protegidas pelas pálpebras inferior e superior.

 

Drauzio – O que merece atenção nas imagens 13 e 14?

Marcelo Cunha – Existe um corante específico chamado rosa-bengala que se impregna na área de maior sofrimento. Nesse olho, ele destaca a região mais lesada: a área da córnea não tem células, como se houvesse uma descamação. A pálpebra constantemente piscando sobre esse machucado intensifica o problema e surge a sensação de areia nos olhos.

Esse é o terceiro sintoma dos olhos vermelhos. A alergia provoca coceira; vírus e bactérias provocam ardor e falta de lágrimas, a sensação de areia nos olhos. Essas informações são importantes para o diagnóstico.
Outra queixa importante em relação ao olho seco é que pela manhã os sintomas são mais intensos. Durante o dia, embora a produção de lágrimas seja pequena, as pessoas piscam mais o que serve de estímulo para aumentar essa produção.

Quando dormimos, os olhos ficam fechados, o estímulo desaparece e a produção cai quase a zero. Então, as pessoas acordam de madrugada e sentem dor quando abrem os olhos, porque eles estão completamente secos.

Para facilitar o diagnóstico, existem filtros (imagem 15) que, colocados com o olho anestesiado, servem para medir a produção de lágrimas num tempo previamente estipulado. Caso ela seja insuficiente, prescreve-se o uso de lubrificantes oculares. Hoje, há uma gama enorme desses produtos que são de ótima qualidade, mas permanecem nos olhos por muito pouco tempo. Dez ou doze minutos depois da aplicação, o colírio já foi absorvido. Prova disso é o gosto que a pessoa sente na garganta.

 

Drauzio – É um efeito muito passageiro, não é?

Marcelo Cunha – Dura pouco e ninguém consegue pingar colírio trinta vezes ao dia. Nesse caso, é necessário recorrer a outros tratamentos para que o colírio, ou a própria lágrima, permaneça mais tempo nos olhos. Um deles é um pequeno plugue, ou seja, um bastão que fecha o ponto lacrimal, a fim de impedir que as lágrimas escapem para as fossas nasais, o que deixa o olho mais lacrimejante (com mais lágrima ou mais colírio). (imagem 16)

 

Drauzio – Você poderia explicar o que é o ponto lacrimal?

Marcelo Cunha – As glândulas lacrimais localizam-se na parte superior dos olhos e secretam as lágrimas. Toda a vez que nós piscamos, um pouco de lágrima é distribuída e chega até o canto do olho onde existem dois orifícios minúsculos – um na pálpebra inferior e o outro na de cima – pelos quais a lágrima escorre para a garganta e as fossas nasais. Esses são os pontos lacrimais. O gosto que se sente depois de alguns segundos que pingamos colírio nos olhos é prova de que ele desceu para garganta.

 

Drauzio – Uma pessoa que coloque um bastão desses, quando chora, deve eliminar pelos olhos uma enormidade de lágrimas

Marcelo Cunha – Isso não acontece. A pessoa produz poucas lágrimas em qualquer situação.  Felizmente, o arsenal para tratamento de olho seco é enorme. Existem colírios, gel e pomadas que podem ser prescritos. Quando nenhum desses procedimentos funciona, é que se recorre ao bastão no ponto lacrimal.

Por outro lado, é preciso mencionar que olho seco é também sintoma de algumas doenças sistêmicas, principalmente da artrite reumatoide. A síndrome de Sjögren, que é relativamente comum, provoca secura na boca e nos olhos e problemas de articulação.

 

PRODUTOS PARA MAQUIAGEM

 

Drauzio – Os produtos para maquiagem usados nos olhos podem causar algum problema?

Marcelo Cunha – Sob o aspecto oftalmológico, a maquiagem apresenta dois problemas. Primeiro: o pó do lápis passado no bordo interno da pálpebra, como se vê na imagem 17 está em contato com a conjuntiva. Além disso, a lágrima ajuda a dissolvê-lo e ele entra no olho. Nesse caso, se a pessoa for alérgica, pode gerar reações intensas.

O outro problema está evidente na imagem 18.  A lágrima não é constituída apenas por água. Há na pálpebra glândulas que produzem gordura, substância que penetra no olho e faz parte do filme lacrimal. Quando a camada de lápis para maquiagem é muito espessa, pode obstruir os orifícios por onde a gordura é eliminada, as glândulas inflamam e surge o terçol ou hordéolo, uma bolinha muito sensível e dolorida.

Na imagem 19, a faixa preta como piche que há nos olhos é sinal de que o lápis foi usado intensamente, o que pode favorecer a presença de lesões nas glândulas produtoras de gordura.

 

Drauzio – Qual a maneira correta de passar o lápis de maquiagem nos olhos?

Marcelo Cunha – Não sou especialista no assunto, mas o ideal seria preservar o bordo superior da pálpebra, onde se localizam os orifícios dessas glândulas. (imagem 20) Na região dos cílios, não haveria inconveniente em usar esses produtos. Quando explico isso, fico com a impressão de que para a maquiagem feminina é fundamental a colocação do lápis no bordo superior, embora não seja a maneira mais adequada de fazê-lo.

 

USO FREQUENTE DE COLÍRIOS

 

Drauzio – Os colírios podem ser usados livremente pelas pessoas que não têm problemas no olho, mas que chegam ao fim do dia com o olhar mais cansado?

Marcelo Cunha – Podem ser usados se a irritação foi causada por poluição ou excesso de exposição ao ar condicionado, por exemplo. O problema é que, às vezes, a alteração é sintoma de doenças oculares que se manifestam pela vermelhidão dos olhos. Como alguns desses colírios são vasoconstritores, isto é, diminuem o diâmetro dos vasos, clareiam os olhos, mas podem mascarar a verdadeira causa do problema e a pessoa se engana quando acha que encontrou a solução que procurava.

 

Drauzio – Mas o uso desses colírios não faz mal para os olhos, não é?

Marcelo Cunha – Não faz, porque são colírios adstringentes, lubrificantes. Acontece que o olho pode desenvolver resistência a eles, principalmente aos vasoconstritores, que fecham os vasos sangüíneos e, com isso, melhoram o aspecto dos olhos porque os deixam mais claros. Por isso, eles não devem ser usados com muita frequência e intensidade, pois podem desenvolver resistência e serão necessários colírios cada vez mais fortes para obter o mesmo efeito. Como consequência, os vasos ficam ingurgitados, com mais sangue e essa reação é sempre motivo para preocupação.

 

ORIENTAÇÕES

 

Drauzio – Quem vive em cidades poluídas deve usar alguma coisa no olho?

Marcelo Cunha – Para as pessoas que vivem em cidades poluídas e não apresentam nenhum sintoma nos olhos, não existem medidas preventivas para serem indicadas. No entanto, aquelas que estão de alguma forma expostas por longos períodos ao ar condicionado ou olhando para a tela do computador devem tomar alguns cuidados.

Está provado que pessoas que usam o computador piscam menos. Se piscam menos, lubrificam menos os olhos e eles secam, assim como secam em ambientes com ar condicionado. Por isso, nessas circunstâncias, devem ser usados colírios lubrificantes pelo menos a cada meia hora.

 

Drauzio – Que cuidados devem tomar as pessoas que usam lente de contato?

Marcelo Cunha – A primeira providência é seguir a orientação do fabricante e do oftalmologista. Respeitar o prazo de validade da lente é muito importante. Se ela está indicada para ser usada por 15 dias, deve ser usada por 15 dias e depois descartada. Além disso, é preciso cuidar da sua limpeza e evitar o excesso de uso. Não é saudável dormir com as lentes, embora seja possível fazê-lo.

Por fim, é importante o controle oftalmológico. Só o oftalmologista tem condição de analisar as reações ao uso da lente e a saúde dos olhos. Por isso, a cada seis meses é interessante passar por uma avaliação oftalmológica.

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