Fibromialgia em 5 perguntas | José Roberto Provenza - Portal Drauzio Varella
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Fibromialgia em 5 perguntas | José Roberto Provenza

Mulheres têm dez vezes mais risco de apresentarem os sintomas de fibromialgia. Muitos pacientes sofrem preconceito, já que a doença é de difícil detecção por meio de exames. Abordamos alguns dos tópicos principais sobre fibromialgia em 5 perguntas.
Publicado em 13/10/2017
Revisado em 15/09/2021

Mulheres têm dez vezes mais risco de apresentarem os sintomas de fibromialgia. Muitos pacientes sofrem preconceito, já que a doença é de difícil detecção por meio de exames. Abordamos alguns dos tópicos principais sobre fibromialgia em 5 perguntas.

 

A fibromialgia é uma síndrome caracterizada por dor muscular generalizada, acompanhada de sintomas como cefaleia, alterações intestinais, entre outros.

Para esclarecer algumas dúvidas a respeito da doença, entrevistamos o dr. José Roberto Provenza, médico reumatologista e membro da Comissão de Fibromialgia da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) (Assista à entrevista completa no final desta matéria).

 

Qual especialista trata a fibromialgia?

A fibromialgia é uma síndrome que normalmente está ligada a um distúrbio de percepção da dor no sistema nervoso central e que leva o paciente a apresentar dificuldade de relaxamento e a perceber a dor de forma muito acentuada.

O paciente com fibromialgia deve procurar um reumatologista, profissional que está preparado tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento da síndrome.

Qualquer médico, no entanto, deve estar habilitado a entender um pouco sobre essa enfermidade.

 

Como é um dia típico de quem tem fibromialgia?

Os pacientes costumam se queixar de acordar pela manhã se sentindo extremamente cansados, com a sensação de que não repousaram à noite, com dor difusa pelo corpo, que atinge tanto a região acima quanto abaixo da cintura, e ambos os lados do corpo. Muitos também apresentam cefaleia e dores abdominais e, o que é interessante, também encontramos pacientes que têm sintomas de depressão.

 

Qualquer um pode desenvolver a doença?

Pessoas de qualquer faixa etária podem desenvolver a fibromialgia, principalmente dos 30 aos 60 anos de idade, sendo os 40 anos o pico do aparecimento da doença. As mulheres são as mais afetadas, a doença é de nove a dez vezes mais frequente entre elas. Não existe uma explicação direta para isso, mas talvez possamos atribuir características genéticas e hormonais como importantes fatores para que haja mais casos entre as mulheres.

 

Veja também: Pacientes com fibromialgia sofrem descrédito de familiares e especialistas. Mas a doença não é coisa da sua cabeça

 

Recentemente, a cantora Lady Gaga cancelou um show que faria no Brasil por causa da doença. Essa atitude foi um exagero?

No consultório, é bastante comum observarmos como é difícil o companheiro ou companheira acreditar que a dor da parceira ou parceiro possa limitá-lo. O fato ocorrido com Lady Gaga é perfeitamente possível, porque além de a pessoa se sentir muito cansada e muito dolorida, ela também pode se sentir depressiva. A depressão anda de mãos dadas com a dor crônica. Então é possível, sim, que o portador de fibromialgia não tenha condições físicas para desempenhar suas atividades.

 

Se o senhor tivesse que eleger apenas uma medida, qual seria a mais eficaz e mais barata para combater os sintomas da doença?

Temos de lembrar que o tratamento da fibromialgia é multimodal, ou seja, são necessárias várias atitudes para tratar o paciente com a doença. É preciso lembrar que as medicações ainda não são tão eficazes no tratamento.

A literatura médica aponta que os exercícios físicos, principalmente os aeróbicos, são os mais eficazes no tratamento da doença. Alguns exercícios são ótimos, como hidroginástica, hidroterapia e watsu, todos esses executados dentro da água, e alongamento, pilates e dança. Esses são exercícios extremamente eficazes e que não trazem efeitos colaterais. A abordagem psicológica dos pacientes também é muito importante: o tratamento cognitivo e o tratamento comportamental são essenciais. É muito importante termos junto conosco alguém que possa dar suporte emocional a esses pacientes.

 

Assista abaixo ao vídeo completo.

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