Apesar de ser mais comum entre as mulheres, a incontinência urinária, caracterizada pela perda involuntária de urina, também acomete os homens, especialmente a partir dos 60 anos. Por conta do constrangimento causado pela condição, muitos preferem adaptar a rotina e esconder o problema em vez de procurar ajuda médica. O resultado costuma ser a demora no diagnóstico e no tratamento, o que provoca o agravamento dos sintomas e a piora na qualidade de vida.
Causas da incontinência urinária em homens
A perda urinária involuntária pode surgir por diferentes motivos. Entre os mais comuns, estão:
- Alterações na próstata, como o crescimento benigno ou efeitos de cirurgias;
- Doenças neurológicas, como Parkinson ou sequelas de AVC;
- Diabetes e obesidade;
- Enfraquecimento dos músculos do assoalho pélvico.
A incontinência urinária é um sintoma, não uma doença
Segundo o urologista e oncologista Bruno Benigno, diretor da Clínica Uro Onco, em São Paulo, a incontinência é um sintoma, e não uma doença isolada. “Ela pode ocorrer por falha do esfíncter urinário, por hiperatividade da bexiga ou pela combinação de ambos”, explica.
Os principais tipos que podem acometer os homens são:
- De esforço: perda de urina ao tossir, rir, espirrar ou fazer esforço, frequentemente associada a cirurgias da próstata;
- De urgência: quando há vontade súbita e incontrolável de urinar, geralmente ligada à hiperatividade da bexiga;
- Mista: quando esforço e urgência acontecem ao mesmo tempo;
- Por transbordamento: quando há obstrução prostática ou bexiga hipoativa, levando ao extravasamento contínuo.

O especialista explica que, mesmo que o problema seja mais comum com o envelhecimento, ele pode aparecer antes, dependendo da condição urológica, metabólica ou neurológica do paciente. Cirurgias prostáticas, infecções urinárias, doenças neurológicas, medicamentos e obesidade estão entre as causas mais frequentes.
Veja também: Incontinência urinária em homens e a demora no diagnóstico – Saúde Sem Tabu #52
Por que os homens não buscam ajuda?
O controle urinário está culturalmente associado à força, à autonomia e à virilidade. Quando o homem perde urina de forma involuntária, a sensação é de perder o controle sobre o próprio corpo. Isso pode provocar constrangimento profundo, afetando autoestima, vida social e intimidade.
Além disso, há crenças que reforçam o tabu:
- “Não tem tratamento”;
- “É um problema pequeno”;
- “Não é preciso procurar um médico, é só se adaptar”.
Essas ideias, porém, não correspondem à realidade. De acordo com o dr. Bruno, muitos pacientes acreditam que “se acostumar” é o único caminho, mas existem tratamentos eficazes e personalizados, que variam desde fisioterapia pélvica e medicamentos até dispositivos cirúrgicos com alto índice de sucesso. Por isso, é tão importante procurar orientação médica para identificar a causa da incontinência urinária e começar o tratamento adequado. Enquanto o tratamento não é iniciado, existem produtos específicos para essa condição que podem ajudar a lidar com os sintomas e evitar situações constrangedoras e embaraçosas.

Os impactos do adiamento
Ignorar os sintomas não faz o problema desaparecer. Quando não tratada, a incontinência urinária pode evoluir, causando:
- Infecções urinárias frequentes;
- Irritação da pele devido ao contato constante com a umidade;
- Alterações no sono, já que muitos precisam levantar várias vezes à noite;
- Ansiedade, depressão e isolamento social.
Além do impacto físico e emocional, a incontinência pode mascarar doenças prostáticas graves, que exigem diagnóstico precoce.
Para muitos homens, a mudança mais dolorosa é a perda da vida ativa: interrupção de esportes, desistência de viagens, afastamento da convivência social e, em alguns casos, dificuldade em manter relações afetivas.
Quando procurar ajuda
Qualquer perda involuntária de urina, mesmo que pareça pequena, merece avaliação médica. Perceber escapes ao tossir, rir, correr ou sentir urgência súbita para urinar são sinais importantes. Procurar um urologista é o primeiro passo.
Segundo o dr. Bruno Benigno, o diagnóstico é simples e envolve avaliação clínica e exames funcionais, como:
- Diário miccional, para registrar a frequência e o volume das micções;
- Urofluxometria, que analisa o jato urinário;
- Estudo urodinâmico, para avaliar o funcionamento da bexiga e identificar o tipo de perda urinária;
- Ultrassonografia.
Esses métodos ajudam a identificar o tipo de incontinência e a causa do problema, permitindo direcionar o tratamento adequado.

Tratamentos possíveis
As opções vão desde orientações comportamentais, como reduzir o consumo de cafeína, ajustar a ingestão de líquidos e programar idas ao banheiro, até fisioterapia pélvica.
Nos casos em que essas medidas não são suficientes, existem alternativas como:
- Medicamentos para controlar a hiperatividade da bexiga;
- Slings masculinos, indicados para casos leves a moderados;
- Esfíncter urinário artificial, considerado o padrão-ouro nos casos mais graves, com taxa de sucesso em torno de 85% a 90%.
“Hoje, temos recursos altamente eficazes e seguros. O importante é não esperar o problema avançar para buscar ajuda”, reforça o dr. Bruno.
Veja também: 3 maneiras de tratar escapes de urina
Quebrar o tabu é cuidado
Falar sobre incontinência urinária masculina é um ato de saúde pública. Quando o tema deixa de ser tabu, abre-se espaço para o cuidado, o acolhimento e a recuperação da qualidade de vida.
A informação é o primeiro passo e o segundo é a coragem para pedir ajuda. E isso não tem nada a ver com fraqueza, mas é sobre respeito ao próprio corpo e ao direito de viver com qualidade.
Conteúdo produzido em parceria com a Tena Brasil, marca líder mundial em produtos para incontinência urinária.




