Fratura do pênis é emergência médica: veja o que pode causar e como tratar - Portal Drauzio Varella
Página Inicial
Urologia

Fratura do pênis é emergência médica: veja o que pode causar e como tratar

Publicado em 27/05/2025
Revisado em 27/05/2025

Na maioria dos casos, a fratura do pênis acontece durante a relação sexual. O sinal mais comum é um estalo audível, seguido de dor intensa, inchaço e perda da ereção.

 

A fratura do pênis, embora rara, é uma emergência médica que exige atendimento imediato para evitar danos permanentes. A lesão geralmente ocorre durante relações sexuais mais vigorosas, quando o pênis ereto sofre uma flexão súbita e forçada. Isso costuma acontecer após um impacto direto na glande ou no corpo do pênis durante a penetração.

A rigidez do pênis ocorre porque o sangue preenche duas estruturas chamadas corpos cavernosos, envolvidas por uma membrana resistente conhecida como túnica albugínea. Movimentos bruscos ou inesperados podem romper essa membrana, resultando na fratura.

“A fratura do pênis costuma ser acidental, mas sabe-se que ocorre com mais frequência na posição de ‘cavalgada’, ou seja, quando a pessoa está deitada e a outra pessoa por cima. Também pode ocorrer em situações de penetração anal, pois o esfíncter anal aumenta a resistência sobre o pênis”, explica Alexandre Cavalcante, urologista e coordenador do departamento de urologia do Hospital Sírio-Libanês de Brasília.

Além disso, a fratura pode ocorrer quando o pênis colide acidentalmente com o períneo ou os ossos pélvicos. Outros traumas menos comuns incluem masturbação vigorosa, queda com o pênis ereto ou tentativa forçada de penetração.

Apesar do nome, não se trata de uma fratura óssea pois o pênis não possui ossos. Acredita-se que muitos casos não sejam relatados por constrangimento, o que dificulta estimar a real incidência da condição.

 

Sinais e diagnóstico

O sinal mais característico é um estalo audível durante a relação sexual, seguido por dor súbita, perda imediata da ereção, hematoma (devido ao sangramento interno) e inchaço do pênis. Alguns pacientes relatam também sangramento pela uretra e dificuldade para urinar, o que pode indicar lesões associadas no trato urinário.

Na suspeita de fratura peniana, é fundamental procurar atendimento médico urgente com um urologista. Exames como ultrassonografia peniana ou, em casos mais complexos, ressonância magnética, ajudam a confirmar o diagnóstico. Em situações com lesão uretral, pode ser indicada uma uretrografia.

        Veja também: Ereção persistente: entenda o que é o priapismo

 

Tratamento e recuperação

O tratamento depende da gravidade da lesão. Quando não há rompimento da túnica albugínea, o manejo pode ser conservador, com repouso e acompanhamento médico. No entanto, se houver ruptura confirmada, a cirurgia deve ser feita o quanto antes, para evitar complicações como deformidades ou disfunção erétil.

“A intervenção visa a sutura na túnica albugínea para restabelecer a integridade desta membrana. Estudos mostram que a intervenção é benéfica pois reduz a chance de haver uma cicatrização anormal que pode levar ao encurvamento ou deformidade do pênis. Além de reduzir as chances de infecção no local. O paciente utiliza um curativo compressivo leve por duas semanas e é reavaliado. É solicitada uma abstinência sexual que varia de 30 a 45 dias, dependendo da gravidade”, afirma Rodrigo Krebs, urologista e coordenador do Departamento de Trauma e Cirurgia Reconstrutora da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). 

Após o procedimento, o paciente usa um curativo compressivo por cerca de duas semanas. Também é indicada abstinência sexual de 30 a 45 dias, dependendo da gravidade da lesão. Durante a recuperação, é importante manter a higiene da área operada, evitar esforços físicos intensos e observar sinais de infecção, como dor intensa ou febre.

Qualquer alteração deve ser comunicada imediatamente ao urologista.

 

É possível retomar a vida sexual normalmente?

Sim. A maioria dos pacientes consegue retomar a vida sexual após o período de abstinência e reavaliação médica. O urologista orientará o paciente a evitar posições sexuais que favoreçam torções, além de reforçar a importância de lubrificação e atenção aos movimentos durante o ato.

 

Risco de consequências a longo prazo

Com tratamento rápido e adequado, a recuperação costuma ser positiva. No entanto, algumas sequelas podem ocorrer, como:

  • Curvatura ou angulação peniana anormal;
  • Dor durante a ereção ou a relação sexual;
  • Estreitamento da uretra, com dificuldade para urinar;
  • Infecções locais;
  • Sensação de nódulo ou “caroço” no local da cirurgia. 

Além dos efeitos físicos, a fratura peniana pode provocar impactos emocionais importantes, como queda na autoestima e medo de relações sexuais. Por isso, o acompanhamento psicológico também pode ser indicado para auxiliar na recuperação.

        Veja também: Cuidados com o pênis: 10 dicas para prevenir infecções e ISTs

Compartilhe
Tags