O órgão sexual masculino se desenvolve até a puberdade, mas, em alguns casos, o crescimento pode ser insuficiente ou não ocorrer como o esperado.
Uma das dúvidas comuns entre meninos e seus pais é até que idade o pênis cresce. Prova disso é que essa pergunta esteve entre as mais buscadas no Google nos últimos 12 meses, segundo dados do Google Trends, ferramenta que monitora a popularidade dos termos pesquisados no maior buscador do mundo.
De acordo com estudos e especialistas, o pênis costuma crescer até o fim da puberdade – fase que, nos rapazes, geralmente vai até os 18 anos. Esse desenvolvimento é estimulado, principalmente, pela testosterona, o hormônio sexual masculino.
“Nos primeiros cinco anos de vida, a produção de testosterona é bem pequena, mas já permite um certo desenvolvimento da genitália. Na puberdade, há um pico maior na produção desse hormônio, o que faz com que o pênis cresça mais”, explica Eduardo Lopes, urologista e professor na Faculdade de Medicina da Bahia (FAMEB/UFBA).
Qual é a média de tamanho do pênis brasileiro?
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que acompanhou 2.010 pacientes com idades entre 0 e 18 anos, aponta que a média do pênis ereto no Brasil é de 14,5 centímetros. Outras pesquisas nacionais e internacionais apontam tamanhos semelhantes, variando entre 12 cm e 16 cm.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, o crescimento do pênis ocorre em quatro etapas. Da gestação até o nascimento, o comprimento médio do pênis é de 3,7 cm. Entre 0 e 3 anos, o órgão aumenta 1,5 cm, tendo em média 6,2 cm. Entre 3 e 11 anos, há outro aumento de 1,5 cm, e a média nessa idade é de 7,7 cm. Entre 11 e 18 anos, há aumento de 6,5 cm, atingindo o tamanho médio de 14,5 cm.
Alguns ficam acima dessa média e outros abaixo, o que é natural. No entanto, em certos casos, pode ocorrer o desenvolvimento de micropênis, o que tende a impactar a autoestima masculina.
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O que é micropênis?
Micropênis é a condição na qual o tamanho do órgão sexual masculino fica 2,5 desvios-padrão abaixo da média para a idade. Em adultos, isso costuma significar um pênis com menos de 8 centímetros em ereção, segundo o dr. Eduardo. Essa condição afeta cerca de 0,6% da população global, segundo estudos.
O principal fator relacionado ao micropênis é a deficiência na produção ou na ação da testosterona.
“Algumas crianças apresentam resistência periférica à testosterona. Ou seja, aquela pequena quantidade de testosterona que elas produzem não é suficiente para estimular o crescimento do pênis, ou o estímulo acontece de forma insuficiente. Por isso, em alguns casos, o desenvolvimento não ocorre como esperado”, afirma o especialista.
Janela de oportunidade para o tratamento
O diagnóstico precoce do micropênis é fundamental. Segundo o médico, o ideal é que os pais levem o bebê ao urologista logo após o nascimento ou nas primeiras consultas pediátricas. “Qualquer tratamento para micropênis deve começar o mais cedo possível. O ideal é que seja antes dos 5 anos de idade ou antes dos 10”, recomenda.
A imagem abaixo, compartilhada pelo especialista, apresenta o tamanho médio em cada faixa etária e indica a partir de que medida é caracterizado o micropênis:
Quais são os tratamentos para o micropênis?
Se o diagnóstico é feito na infância, os tratamentos são, na maioria das vezes, à base de hormônios, como testosterona, em formulações tópicas (cremes aplicados diretamente no pênis) ou injetáveis, sempre sob supervisão médica.
“Geralmente, o mais usado são cremes hormonais, manipulados, aplicados no pênis. Mas isso varia de caso para caso”, explica o urologista.
É importante reforçar que o tratamento deve ser sempre conduzido por profissionais. No início de 2025, a Sociedade Brasileira de Urologia alertou sobre recomendações sem embasamento circulando nas redes sociais que indicam o uso de testosterona em crianças com base apenas em medições caseiras feitas pelos responsáveis.
‘’Tratamentos hormonais sem indicação precisa e adequada podem trazer graves complicações, como: alterações permanentes no crescimento e desenvolvimento físico, incluindo surgimento precoce dos pelos, baixa estatura; problemas metabólicos e hormonais; e riscos psicológicos, com impacto na autoestima e bem-estar”, alerta o dr. Eduardo.
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E se não tratar na infância?
Se a janela da infância não é aproveitada e o paciente chega à vida adulta com micropênis, a principal opção passa a ser cirúrgica. A técnica mais utilizada é a chamada mobilização total dos corpos cavernosos (TCM), que pode proporcionar um aumento de 6 cm a 8 cm no comprimento do pênis.
“É a única cirurgia que realmente aumenta o comprimento do pênis, pois reposiciona sua inserção inferior – já que, naturalmente, parte do órgão fica situada internamente. Esse procedimento é indicado para casos de micropênis, amputações decorrentes de câncer ou traumas, e quando o tamanho é incompatível com a atividade sexual”, diz o especialista.
A TCM é um procedimento que envolve riscos – o principal deles é a disfunção erétil – e, por isso, só deve ser feita quando há real necessidade.
