Quem passa muitos dias sem ir ao banheiro deve ficar de olho na sua ingestão diária de água e de fibras.
É possível ficar muitos dias sem ir ao banheiro? Possível é, mas não é nada saudável, claro. Há três anos, na Inglaterra, um jovem que foi preso por uso de drogas ficou 47 dias sem defecar em uma suposta tentativa de destruir evidências, segundo a BBC de Londres.
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A prisão de ventre é diagnosticada quando o indivíduo vai ao banheiro menos de três vezes por semana e é necessário um esforço muito grande para conseguir evacuar. É possível notar, também, que o estômago fica levemente distendido e o abdômen, endurecido. Normalmente, as mulheres são mais constipadas que os homens, por conta dos hormônios que produzem, numa proporção que vai de 1000 para 1.
Segundo o especialista em coloproctologia pelo Hospital Sírio Libanês dr. Rodrigo Barbosa, não existe uma regularidade certa para evacuar, mas o ideal é que você consiga defecar no máximo de três em três dias. “Tem gente que consegue fazer diariamente, mas isso não é uma regra. Tem gente que vai três vezes por dia. Até aí tudo bem, mais que isso também é preciso investigar. De qualquer maneira, você sabe que seu intestino está funcionando bem quando o cocô não machuca, não sai ressecado e você não precisa fazer força.”
Para ter um intestino funcionando como um relógio não há mistério, beba bastante água e aumente a ingestão de fibras, além de gorduras saudáveis. A água auxilia na lubrificação das paredes intestinais e na movimentação do bolo fecal, garantindo uma passagem livre e rápida das fezes até a evacuação. Já as fibras têm a capacidade de aumentar o peso do bolo fecal ao absorver a água. Se há aumento do volume fecal, reduz-se o tempo de trânsito intestinal, regulando a frequência das evacuações.
Cuidado com o uso de laxantes
“Quando usados com frequência, eles fazem com que o intestino grosso fique dependente dos laxantes para realizar os movimentos peristálticos. Você ‘vicia’ o intestino a ter sempre um empurrãozinho, quando o certo é você adequar dieta e estilo de vida”, conclui o dr. Barbosa.
Além disso, com o tempo, esses medicamentos podem danificar as células nervosas da parede do intestino, interferindo na sua capacidade de contração.