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Pneumologia

Tosse pode indicar doenças crônicas e até câncer de pulmão

Homem com a mão em frente à boca enquanto tosse.
Publicado em 15/01/2019
Revisado em 11/08/2020

Tossir é um reflexo cotidiano, mas dependendo do tipo, a tosse pode indicar doenças crônicas e problemas mais graves.

 

A princípio, tossir faz bem à saúde. É uma ação reflexiva e natural do organismo para livrar o aparelho respiratório (que inclui, entre outros órgãos, as fossas nasais, a traqueia , a faringe e os pulmões) de substâncias estranhas, de muco ou de partículas absorvidas com a respiração.

No entanto, a tosse pode ser decorrente de um processo inflamatório, infeccioso ou alérgico, portanto não deve ser considerada inofensiva. Ela pode indicar doenças como asma, bronquite crônica, infecções respiratórias (gripes, resfriados, tuberculose etc.), alergias, doença do refluxo gastroesofágico, entre outras.

Por terem o sistema imunológico mais frágil, as pessoas idosas e crianças pequenas estão mais suscetíveis a doenças cujo sintoma principal é a tosse, como a pneumonia.

“Mais da metade dos casos de tosse acontecem fora do pulmão e são provocados pelo refluxo gastroesofágico ou por sinusite, entre outras causas. Esses fatores desencadeantes não podem ser desprezados nem esquecidos no diagnóstico e para o tratamento”, aponta o dr. Daniel Deheinzelin, médico pneumologista do Hospital Sírio-Libanês, em entrevista para o Portal Drauzio Varella.

O fumo é outro grave fator de incidência de tosses, devido ao acúmulo de substâncias estranhas e irritantes químicos potentes nas vias áreas. Então fique atento, pois a tosse em fumantes e em quem está exposto à fumaça do cigarro pode indicar um problema de saúde grave, como DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica) e câncer no pulmão. Além do tabaco, as pessoas que tomam medicamentos para controlar a hipertensão arterial podem apresentar tosse seca, após o início do tratamento. Nesse caso, procure seu médico para que ele substitua seu remédio anti-hipertensivo.

Mas nem sempre a tosse representa alguma doença. Às vezes, o ato de tossir simplesmente acontece quando um líquido ou um alimento chegam ao aparelho respiratório. A tosse ocorre para expelir a substância, no momento em que a epiglote (espécie de tampa que evita a comunicação entre os aparelhos digestório e respiratório e que se situa na parte superior da laringe) não se fecha corretamente, deixando de bloquear a passagem de alimentos ou líquidos para o aparelho respiratório.

 

Tipos de tosse

 

Alguns sintomas relacionados à tosse, como chiado no peito, dor de garganta e coriza no nariz podem indicar sua causa. A tosse é um dos sintomas mais comuns e requer um diagnóstico cuidadoso. Nem todas as tosses têm as mesmas características. Basicamente, existem dois tipos: a seca e a produtiva.

Tosse seca: Contém pouca ou nenhuma secreção. A maioria dos casos de tosse seca é decorrente de sinusite, uma inflamação nos seios da face que produz pequenas quantidades de líquido que desce para a região da garganta e provoca tosse. Há também outros casos, consequentes do refluxo gastroesofágico. É importante avaliar se a tosse é, realmente, seca ou se a secreção não flui por desidratação ou tratamento incorreto.

Tosse produtiva: O organismo expulsa micro-organismos que irritam as vias aéreas, por meio do catarro. Sua coloração pode ser sinal de doenças ou infecções respiratórias.

O mecanismo fundamental para tratamento da tosse é a hidratação do muco. Quanto mais fácil for eliminá-lo, mais depressa a tosse vai desaparecer.

Tosse com secreção amarelada ou esverdeada pode indicar bronquite, sinusite ou pneumonia.

Tosse com secreção marrom e vermelha aponta presença de sangue e sugere doenças graves, tais como pneumonia, tuberculose ou câncer de pulmão

Tosse alérgica: É resultado de uma inflamação provocada por algum agente ou substância não reconhecido pelo corpo. “O organismo ativa células específicas que produzem um anticorpo chamado IGE que se localiza preferencialmente na parede dos mastóscitos (células de defesa distribuídas pelo tecido conjuntivo). Se eles percebem a presença da substância indesejada, provocam uma reação inflamatória que ativa os receptores denominados de histamina”, explica o médico.

 

Precauções

 

Saber identificar o aspecto do muco é tão importante quanto conhecer o tempo de duração da tosse. Geralmente, as agudas duram menos de 3 semanas, em razão de resfriados. Já as crônicas e persistentes perduram por um período maior, 8 ou mais semanas. Essas podem indicar alguma doença ou alergia, por isso vá a um médico para fazer uma consulta.

O tratamento da tosse depende do seu diagnóstico. Nunca tome remédios por conta própria e procure um médico para uma avaliação. Algumas dicas simples podem ser úteis: beba bastante água e mantenha ambientes limpos e ventilados, pois isso evita a exposição a fatores irritantes ou alérgicos, além de diminuir a proliferação de vírus e bactérias. “O mecanismo fundamental para tratamento da tosse é a hidratação do muco. Quanto mais fácil for eliminá-lo, mais depressa a tosse vai desaparecer”, revela o dr. Deheinzelin.

E lembre-se dos cuidados ao tossir. Em ambientes com muita gente, cubra a boca com a parte interna do braço para evitar a proliferação de vírus e bactérias a outras pessoas. Após tossir, lave bem as mãos com água e sabão ou usar álcool gel 70%.

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