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Atividade física

Esportes podem prevenir crises de asma

Nadador nadando eme stilo crawl.
Publicado em 06/09/2016
Revisado em 16/08/2021

Esportes são altamente recomendados para quem tem asma, pois promovem o bom funcionamento cardiorrespiratório e aumentam a resistência.

 

Quem tem asma muitas vezes não imagina que pode e deve praticar exercícios físicos. Mas você sabia que esportistas de alto rendimento, como a jogadora de futebol Marta, o ex-nadador e medalhista olímpico Fernando Scherer e até o ex-jogador inglês David Beckham sofrem da doença? Na verdade, a atividade física serve parar melhorar o condicionamento cardiorrespiratório do asmático e, consequentemente, aumentar a tolerância ao esforço. Não à toa, essa é a doença crônica mais comum entre os atletas olímpicos (8%).

 

Veja também: Entrevista do nadador Cesar Cielo, portador de asma, ao dr. Drauzio

 

Se você sofre com o problema e não aguenta mais conviver com os sintomas, a sugestão do pneumologista Mauro Gomes, chefe de equipe do Hospital Samaritano de São Paulo, é fazer algum tipo de atividade aeróbica (corrida, natação, ciclismo, remo, entre outras), três vezes por semana. Assim, a sensação de falta de ar se tornará menos frequente, já que o fortalecimento da musculatura do tórax promove a expansão dos pulmões, tornando a ventilação pulmonar mais eficaz.

“O ideal é iniciar os exercícios com intensidade leve e ir aumentando a intensidade aos poucos, mas sempre com acompanhamento médico e sob uso da medicação regular para a asma. É importante ressaltar que o asmático que não estiver com a doença controlada não irá obter os benefícios dos esportes, tampouco conseguirá executá-los”, enfatiza Gomes.

 

Veja também: Germes, asma e alergia

 

Durante um evento sobre asma e esportes que ocorreu nas últimas semanas em São Paulo, o ex-nadador Fernando Scherer disse que começou a nadar aos 14 anos, por indicação médica, pois sofria muito com os sintomas de falta de ar e chiado no peito. “Indicação apenas não, foi meio que uma obrigação”, brinca. “No início era algo complementar ao tratamento, mas começou a virar uma paixão e se transformou na minha profissão.”

Scherer comenta que nunca teve uma crise antes ou durante as competições olímpicas porque manteve o tratamento preventivo. “Na verdade, a última coisa em que eu pensava antes de uma prova era em ter uma crise de asma. Nem passava pela minha cabeça. E olha que sou um cara muito ansioso.”

 

Cuide-se

 

A asma é uma doença séria, tanto que é a quarta causa de internação no SUS. Além disso, uma crise de asma, quando não bem controlada, pode levar o indivíduo a óbito em poucos minutos. Em São Paulo, quatro pessoas morrem diariamente vítimas do problema.

“O contato diário com substâncias alérgicas faz com que o indivíduo que tenha asma sofra uma inflamação nos brônquios, que ficam super sensíveis. A irritação faz com eles se contraiam e a pessoa sinta falta de ar”, esclarece o dr. Mauro Gomes.

É fundamental que o portador da doença faça o tratamento contínuo e não utilize as bombinhas ou outros medicamentos somente quando estiver em crise. As ações preventivas envolvem o uso de remédios (que podem ser de uso diário), medidas pessoais e ambientais (evitar o contato com mofo, poeira doméstica, poluição, substâncias irritantes, umidade, fumo etc.) e o combate a fatores agravantes (como refluxo gastroesofágico e rinossinusites). “Asma é uma doença crônica, igual diabetes e pressão alta. O paciente precisa ter essa consciência para manter a doença sob controle e viver normalmente”, salienta o pneumologista.

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