O que pode causar baixa estatura na infância?

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Publicado em: 13 de novembro de 2023

Revisado em: 10 de novembro de 2023

O tratamento mais adequado vai depender da causa por trás do problema. Entenda como identificá-lo. 

 

A estatura de uma criança está associada à questão genética. Portanto, é normal que algumas crianças cresçam menos que outras. Contudo, em alguns casos existe um problema de baixa estatura, que pode ser resultante de alguma doença ou distúrbio que merece atenção. 

Entre as causas para a baixa estatura na infância, estão:

  • desnutrição;
  • doenças crônicas (problemas cardíacos, renais ou gastrointestinais, como a doença celíaca); 
  • uso de medicações que podem atrapalhar o crescimento;
  • distúrbios hormonais (como deficiência de hormônio de crescimento ou hipotireidismo);
  • distúrbios genéticos (como síndrome de Turner, síndrome de Prader-Willi ou acondroplasia, um tipo de nanismo);
  • criança pequena para a idade gestacional (nos casos em que criança não retoma o crescimento normal pós-natal);
  • baixa estatura idiopática (quando não se encontra nenhuma causa específica para o problema de crescimento).

“Toda criança com baixa estatura precisa ser avaliada para descartar essas doenças crônicas, para ver se ela não tem nenhuma causa tanto clínica quanto hormonal que possa levar a essas doenças”, afirma Louise Cominato, endocrinologista pediátrica e presidente do Departamento de Endocrinologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP).

 

Como identificar a baixa estatura e suas causas

Segundo Lorena Lima Amato, endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), alguns sinais podem indicar a necessidade de uma avaliação médica. “Crescimento lento ou estagnado, ou seja, a criança parou de crescer, membros desproporcionalmente curtos em relação ao tronco e atraso no desenvolvimento são alguns dos sinais que devem ser observados”, explica.

A especialista destaca que o déficit de crescimento normalmente é notado pelo pediatra durante as consultas de rotina da criança ou pelos pais, que percebem que a criança está ficando menor que amigos da mesma idade.

De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a média de velocidade de crescimento conforme a idade da criança é a seguinte:

  • Nascimento até 1 ano: 25 cm por ano;
  • 1 a 3 anos: 12,5 cm por ano;
  • 3 anos até a puberdade: 5 a 7 cm por ano. 

Quando a criança é avaliada pelo médico, uma série de exames podem ser solicitados para investigação do problema. 

“Na criança que não tem nenhuma doença crônica, é importante afastar doença celíaca, então, pedir os exames de doença celíaca; na menina, pedir cariótipo para afastar a síndrome de Turner [a doença atinge apenas o sexo feminino]; exames gerais como hemograma, função da tireoide, IGF1 e IGFBP3, que são marcadores de crescimento, além [do exame] de idade óssea, muito importante para avaliar o crescimento, que é um raio X do punho para avaliação da idade óssea”, detalha a dra. Louise. 

 

Tratamento varia conforme a causa

O tratamento da baixa estatura infantil vai depender da causa do problema. “Algumas opções de tratamento incluem a melhora na alimentação, que deve ter nutrientes essenciais para promover o crescimento adequado. Para os casos de deficiência do hormônio do crescimento, o tratamento com injeções desse hormônio está indicado e pode ser eficaz. Já crianças com hipotireoidismo, o tratamento com hormônio tireoidiano pode normalizar o crescimento”, explica a dra. Lorena. 

Além da deficiência do hormônio do crescimento, a dra. Louise esclarece que o hormônio de crescimento também é indicado em outras situações específicas, como: baixa estatura idiopática, crianças que nasceram pequenas para a idade gestacional, síndrome de Turner e síndrome de Prader-Will.

“A baixa estatura em crianças pode ser uma preocupação para os pais, mas é essencial lembrar que cada criança é única e cresce em seu próprio ritmo. Se houver sinais de alerta ou preocupações persistentes, é fundamental buscar orientação para um diagnóstico médico adequado e um plano de tratamento personalizado”, finaliza a dra. Lorena. 

        Veja também: Desenvolvimento infantil: como diferenciar um distúrbio do crescimento de nanismo?

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