Quimioterapia oral vale para todos os tipos de câncer?

Executivo com um copo de água em uma mão e dois comprimidos brancos em outra prestes a ingeri-los.

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Publicado em: 4 de maio de 2023

Revisado em: 10 de maio de 2023

A quimioterapia oral pode ser tomada em casa e é indicada para alguns tipos de tumores, como câncer de mama. Entenda melhor sua indicação.

 

Os quimioterápicos são um grupo de medicamentos utilizados no tratamento contra o câncer e têm como principal objetivo diminuir a multiplicação desordenada das células que ajudam a formar o tumor. 

A maneira mais comum de administrar esses medicamentos é intravenosa (pelas veias), e isso exige que o paciente fique algumas horas no hospital ou centro médico, recebendo a medicação diretamente na veia ou por meio de cateter (um tubo fino e flexível inserido na veia), dentro do soro.

Na maioria das vezes, o paciente precisa receber algumas medicações anteriores à infusão da quimioterapia, como remédios para náuseas, antialérgicos, hidratação, entre outros.

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A boa notícia é que, atualmente, para alguns tipos de tumores, já existem medicações que podem ser administradas via oral, o que evita o deslocamento do paciente, que pode tomar o medicamento em casa. Mas é importante lembrar que, como qualquer medicação, é essencial seguir o tratamento à risca, nos horários estipulados pelo oncologista.

“São os mesmos medicamentos, mas que foram adaptados para serem tomados via oral. Ainda não servem para todos os tipos de tumores, por isso são mais indicados para tumores de mama, gastrointestinais, colorretal. O tempo de tratamento depende do protocolo, mas normalmente leva 14 dias seguidos e depois um descanso de 7 dias. Ainda assim, precisa de acompanhamento médico periódico e de exames complementares “, explica a dra. Laura Testa, Oncologista clínica da Oncologia D’Or e chefe do Grupo de Oncologia Mamária do Icesp.

Em alguns casos a quimioterapia oral substitui totalmente a intravenosa, em outros ela complementa. Cabe ao médico oncologista fazer a escolha do melhor protocolo. 

Quanto aos efeitos colaterais, dependem muito de cada paciente, mas, normalmente, são iguais aos da terapia intravenosa: queda de cabelo, enjoos, diarreia, etc. 

 

Hormonioterapia e Terapia-Alvo 

Segundo a dra. Laura Testa, há outros medicamentos utilizados no tratamento contra o câncer que também podem ser administrados via oral: hormonioterapia e a terapia-alvo. 

“O mais correto é dizer bloqueio hormonal, porque hormonioterapia parece que o paciente precisa tomar hormônio, mas não é isso. Essa medicação é tomada via oral e serve principalmente para os tumores de mama e próstata e tem como objetivo inibir o crescimento do câncer. Os efeitos colaterais são parecidos com os da menopausa“, diz ela. 

Já a terapia-alvo é um grupo de medicamentos ainda mais específicos. Essas drogas são direcionadas a moléculas específicas das células tumorais, bloqueando sua capacidade de multiplicação e com menos ação sobre as células saudáveis. “São medicações bastante indicadas para tumores de pulmão, melanomas, colorretal”, complementa.

Vale lembrar que a maioria dos pacientes com câncer também vai precisar de cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou hormonioterapia. Tudo vai depender das características do tumor e da gravidade da doença, além do contexto no qual o paciente está inserido. 

 

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