Quimioterapia branca e vermelha: qual a diferença?

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Publicado em: 30 de novembro de 2023

Revisado em: 29 de novembro de 2023

A principal diferença está na composição química dessas medicações e os efeitos colaterais. Elas podem ser utilizadas isoladamente ou em conjunto.

 

Uma das principais dúvidas dos pacientes que estão em tratamento oncológico é sobre o tipo de quimioterapia utilizada. Afinal, o que significam as cores vermelha e branca e por que elas dão nome ao tratamento?

É importante destacar, primeiramente, que há diferentes tipos de quimioterapia, que podem ser utilizados isoladamente ou em combinação com outros medicamentos e tratamentos. Esses quimioterápicos são muito diferentes em sua composição química, além dos efeitos colaterais. 

 

Quimioterápico tem cor?

A denominação de cores (vermelha e branca) foi elaborada para os leigos. Os médicos oncologistas não se baseiam nas cores dos medicamentos na hora de indicar o tratamento. 

A chamada quimioterapia branca é formada por várias classes de medicamentos que não apresentam nenhuma cor, como ciclofosfamida, taxanos, gencitabina, vinorelbina e costumam ser mais indicadas para tumores sólidos, como os de cabeça e pescoço, próstata e pulmão.

Já a quimioterapia vermelha, quando diluída no soro, apresenta um tom avermelhado/alaranjado e faz parte do grupo das antraciclinas, como a doxorrubicina e epirrubicina. Pode ser utilizada para tumores de mama, gástricos e alguns tipos de sarcomas. 

Outra diferença é a forma de administração. Enquanto a vermelha é administrada exclusivamente de forma endovenosa, a branca pode ser aplicada de forma endovenosa, intramuscular, subcutânea ou intratecal.

A dra. Solange Sanches, médica oncologista do hospital A.C Camargo Cancer Center, em São Paulo, explica que dividir quimioterápicos por cor vem de uma época em que havia pouca oferta de quimioterápicos. “Então a gente tem até hoje a branca, a vermelha. Antigamente, dizia-se que a branca causava menos efeitos colaterais, mas sozinha ela não era tão eficiente quanto a vermelha, que era considerada mais ‘forte’ e utilizada somente para casos específicos”, diz a médica. 

Hoje em dia, o arsenal terapêutico aumentou e há, inclusive, “novas brancas”, que têm maior eficácia e podem ser associadas às vermelhas. 

        Veja também: Chemobrain: como a quimioterapia pode afetar o cérebro?

 

Qual a diferença?

Infelizmente, independentemente da cor, o quimioterápico ataca células boas e ruins, o que resulta em inúmeros efeitos colaterais. Mas a quimioterapia vermelha tem um certo “efeito psicológico” nos pacientes, pois os sintomas após a administração são mais intensos, além de causar queda de cabelo

Entretanto, a médica explica que houve uma grande revolução nos medicamentos de suporte (que atuam na redução dos efeitos colaterais como náuseas, vômito e fadiga) e, dessa maneira, os oncologistas conseguem modular os efeitos, diminuindo o incômodo. “Isso torna o tratamento muito mais tolerável do que era antigamente”, pondera a dra. Sanches. 

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