Qual a diferença entre ileostomia e colostomia?

bolsa coletora de fezes e acessórios usados na ileostomia e na colostomia

Compartilhar

Publicado em: 28 de dezembro de 2023

Revisado em: 3 de janeiro de 2024

A ileostomia e a colostomia são procedimentos necessários para criar um caminho alternativo para a saída das fezes. A diferença é a localização dos estomas. 

 

Algumas doenças, como câncer colorretal, doença de Crohn, infecções abdominais, diverticulite e lesões no cólon ou no reto podem causar obstruções transitórias ou permanentes na região do intestino. Com isso, pode ser necessário criar uma nova abertura denominada estoma (orifício) para a saída das fezes. 

Esses estomas podem ser feitos na região do intestino grosso (colostomia) ou na parte inferior do intestino delgado, chamada de íleo (ileostomia). Como não há nervos na região, o paciente não sente nenhum desconforto ou dor. 

Veja também: Câncer de intestino aumenta entre os mais jovens

Dessa maneira, os resíduos são coletados em uma bolsa, que deve ser esvaziada diariamente, colocada na parte externa do corpo. 

A bolsa coletora é formada por um saco para coletar as fezes, que fica acoplado a uma placa adesiva fixada no abdômen. Essa bolsa é extremamente necessária, visto que o paciente não tem controle do músculo esfíncter, o que significa que não tem controle voluntário sobre sua evacuação intestinal.

Recentemente, a ileostomia ficou bastante popular por conta dos relatos da cantora Preta Gil nas redes sociais. Desde agosto de 2023, a artista utilizava uma bolsa de ileostomia devido a um câncer de intestino. No início de dezembro, ela realizou a cirurgia de reconstrução do trato intestinal e reversão da ileostomia. 

“Basicamente, o objetivo desses procedimentos é desviar o trânsito intestinal, devido a alguma cirurgia ou tratamento, que precisa de certo tempo para cicatrizar. Esse procedimento muitas vezes é temporário e pode durar de 60 a 90 dias, dependendo da situação, mas também pode ser definitivo. As pessoas ainda têm muito preconceito e receio, mas é uma medida muito importante e que salva milhares de vidas no país “, explica Pedro Luiz Bertevello, cirurgião do aparelho digestivo da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

 

Colostomia ou ileostomia?

A principal diferença entre a colostomia e a ileostomia é o local onde as cirurgias são realizadas. Enquanto a primeira atinge uma porção do intestino grosso, a ileostomia é ocorre na parte final do intestino delgado. 

As bolsas utilizadas são as mesmas, contudo, há diferentes tipos no mercado: drenável ou fechada, transparente ou opaca, de uma ou duas peças. A escolha do reservatório deve ser feita em conjunto com o paciente e a equipe médica.

Veja também: Colostomia: indicações e cuidados

É importante dizer que essas cirurgias não mudarão o funcionamento do sistema digestivo. Normalmente, depois de mastigar e engolir a comida, ela vai passar pelo esôfago até chegar ao estômago. Portanto, a finalidade dos dois procedimentos é praticamente a mesma: criar um caminho alternativo para que as fezes possam sair. 

“Outra diferença é na consistência das fezes. Na colostomia saem fezes mais sólidas e com odor. Na ileostomia, as fezes são mais pastosas e sem odor, embora sejam muito mais ácidas, porque vêm direto do intestino delgado”, diz o dr. Bertevello. 

Dessa maneira, quanto mais líquidas forem as fezes, mais importante será proteger a pele abdominal com pomadas específicas para a prevenção de lesões, pois o contato com as fezes pode ser extremamente irritativo para a pele. 

Vale lembrar ainda que passar por uma ostomia gera muito estresse e tensão no paciente. No entanto, atualmente tanto os hospitais públicos quanto os privados contam com equipes multidisciplinares com nutricionistas, psicólogos e enfermeiros especializados para esclarecimento de dúvidas e orientações sobre a limpeza.

 

Veja mais