Alguns tipos de tumores, principalmente os diagnosticados em estágio inicial, podem ser tratados com outras opções terapêuticas.
A quimioterapia é um dos tratamentos mais conhecidos dentro da oncologia. Ela é uma combinação de fármacos, administrada pela corrente sanguínea, ou via oral, e tem como principal função combater as células cancerígenas do organismo.
Por atuarem em diversas etapas do metabolismo celular, as medicações quimioterápicas alcançam as células malignas em qualquer parte do organismo, mas também podem alcançar células saudáveis, gerando efeitos colaterais, como queda de cabelo, fadiga, enjoo, diarreia etc.
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Câncer de mama
Após um diagnóstico de câncer de mama, grande parte das pacientes acreditam que deverão obrigatoriamente ser submetidas a quimioterapia. Mas é importante lembrar que a abordagem terapêutica vai levar em conta vários fatores, como característica biológica do tumor, estágio (se o tumor se espalhou para outras regiões do corpo) e condição clínica da paciente.
Dessa maneira, os tumores de mama, principalmente os diagnosticados em estágio inicial, nem sempre necessitam de quimioterapia e podem ser resolvidos com cirurgia e hormonioterapia.
Entretanto, mesmo as pacientes com tumores avançados, onde a doença é metastática, mas com um comportamento menos agressivo, é possível “pular” a quimioterapia e ir direto pra hormonioterapia (tratamento que bloqueia a produção de estrogênio que estimula o crescimento das células malignas). Dependendo do caso, é como se a mulher estivesse entrando numa menopausa precoce, com efeitos colaterais que variam bastante, mas que podem envolver fogachos, cansaço, diminuição do desejo sexual e problemas de memória.
“Há pacientes com câncer de mama metastático, com bastante receptores hormonais, que neste caso atuam como se fossem portinhas para receber alimentos para o tumor crescer, que respondem muito bem à hormonioterapia”, explica Dra. Daniela Dornelles Rosa, oncologista clínica e membro do Comitê de Tumores Mamários da SBOC.
Neoadjuvante e Adjuvante
Muitas vezes, a quimioterapia também não é utilizada de maneira exclusiva e é complemento de outros tratamentos, como cirurgia e radioterapia. Essas estratégias são essenciais para melhorar os resultados terapêuticos e aumentar as chances de cura ou controle da doença.
“A quimioterapia costuma ser ou pré-operatória, também chamada de terapia neoadjuvante, ou pós-operatória, chamada de adjuvante, ou seja, depois do tratamento principal. Isso pode ser recomendado, porque mesmo após a cirurgia, podem permanecer porções microscópicas de células cancerígenas que são indetectáveis num primeiro momento. E é aí que entra a função desse tratamento complementar”, explica a oncologista Fabiana Makdissi, líder do Centro de Referência em Tumores da Mama, do AC Camargo Cancer Center, em São Paulo.
O tratamento pode durar meses, semanas ou mais de um ano. Os pacientes podem receber ciclos de quimioterapia diariamente ou a cada duas semanas, seguidos de um tempo para o organismo se recuperar, mas tudo vai depender do tipo e da localização do tumor e do estado de saúde do paciente.
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