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Oncologia

Câncer no couro cabeludo: veja os sinais de alerta e como prevenir

Publicado em 13/02/2025
Revisado em 07/02/2025

A exposição solar prolongada sem proteção é o principal fator de risco do câncer no couro cabeludo. 

 

O câncer de pele é uma das doenças mais comuns no Brasil, e o couro cabeludo, frequentemente negligenciado, também está sujeito ao problema. A exposição excessiva ao sol, sem a devida proteção, pode levar ao desenvolvimento de lesões malignas nessa área. 

“O couro cabeludo costuma estar coberto pelos cabelos ao longo da vida, o que torna o câncer de pele nessa área mais frequente em pessoas com calvície ou cabelos ralos. Como a calvície é mais comum nos homens, essa condição afeta predominantemente o sexo masculino”, afirma a dra. Luciana Ribeiro, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD/SP) e voluntária do Ambulatório de Patologias dos Cabelos e do Couro Cabeludo da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A seguir, veja detalhes sobre as causas, tipos de lesões e formas de tratamento do câncer no couro cabeludo. 

 

Fatores de risco para o câncer no couro cabeludo

De forma geral, o risco para o câncer de pele no couro cabeludo é semelhante ao de outras áreas expostas ao sol. Entre eles, estão: 

  • Exposição solar prolongada sem proteção: a radiação ultravioleta é uma das maiores causas do câncer de pele;
  • Idade avançada: com o tempo, o acúmulo de danos causados pela radiação solar aumenta o risco de desenvolver câncer de pele;
  • Cabelos finos ou ausência de cabelo: pessoas com cabelo ralo ou calvície têm menos proteção natural contra os danos do sol, o que torna o couro cabeludo mais vulnerável ao câncer;
  • Histórico familiar de câncer de pele: quem tem parentes próximos que tiveram câncer de pele está mais predisposto a desenvolver a doença;
  • Pele clara: pessoas caucasianas produzem menos melanina (pigmento da pele) e estão mais suscetíveis aos efeitos nocivos da radiação solar;
  • Sistema imunológico enfraquecido: pacientes imunossuprimidos, como aqueles diagnosticados com HIV/aids ou em tratamento imunossupressor, estão em maior risco;
  • Bronzeamento artificial. 

 

Tipos de lesões no couro cabeludo

Entre os tipos mais comuns de câncer de pele está o carcinoma basocelular, que é o mais frequente, caracterizado por uma pequena lesão com bordas elevadas e aparência perolada ou translúcida. 

O carcinoma espinocelular é uma lesão mais agressiva, geralmente espessa, áspera e escamosa, podendo se ulcerar. 

Já o melanoma, embora menos comum, é o tipo mais grave de câncer de pele e também pode atingir o couro cabeludo. Ele aparece como uma mancha escura, irregular, com bordas mal definidas e muda de cor ao longo do tempo.

        Veja também: Saiba como proteger o couro cabeludo dos raios solares

 

Sinais de alerta

É importante ficar atento a qualquer alteração no couro cabeludo, como o aparecimento de pintas, lesões pigmentadas, nódulos ou feridas que surgem de forma repentina ou crescem rapidamente. 

Além disso, feridas que não cicatrizam também merecem atenção. Embora sintomas como prurido (coceira) e descamação possam ocorrer, eles são menos comuns e não devem ser considerados sinais típicos do câncer de pele.

Qualquer modificação no tamanho, cor ou forma de uma lesão é sinal de alerta. O surgimento de sensibilidade ou dor na região afetada também indica a necessidade de uma avaliação médica. 

 

Como é feito o diagnóstico e o tratamento?

O diagnóstico do câncer de pele no couro cabeludo se inicia com uma avaliação clínica feita por um dermatologista, que examina uma lesão suspeita, analisando suas características, como cor, forma, tamanho e evolução. 

Se houver suspeita de câncer, ele pode indicar uma biópsia, na qual uma pequena amostra da lesão é retirada para ser analisada em laboratório e confirmar a presença de células malignas. 

Em alguns casos, exames complementares, como exames de imagem (raios-X, tomografia ou ressonância magnética), podem ser indicados para verificar se o câncer se espalhou para outras partes do corpo. 

“O diagnóstico precoce permite que o tratamento seja realizado em uma fase em que a chance de cura é alta, visto que a maioria dos tumores de pele é curável com cirurgia e raramente necessita de tratamentos complementares. No entanto, diagnósticos tardios podem levar a metástases, que ocorre quando a doença se espalha para outros locais do corpo e impacta a sobrevida do paciente”, destaca a dra. Luciana. 

Geralmente, o câncer de pele no couro cabeludo é tratado por meio de cirurgia para a remoção completa do tumor. A cirurgia de Mohs é a técnica mais indicada para esses casos, pois permite examinar as margens do tumor, garantindo que toda a lesão seja removida, o que reduz os riscos de o câncer retornar.

Em alguns casos mais avançados, são indicados tratamentos não cirúrgicos como a radioterapia, que visa destruir as células malignas e evitar sua disseminação para outras partes do corpo. A técnica pode ser usada após a cirurgia. 

 

Medidas de prevenção

Para prevenir o câncer no couro cabeludo, é preciso proteger a região da exposição ao sol. “O uso de chapéus, bonés ou protetor solar específico para essa área são formas eficazes de evitar os danos causados pelos raios UV”, explica o dr. Ramos Andrade de Mello, oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. 

Visitar regularmente um dermatologista é outro passo que ajuda na detecção precoce. Exames frequentes identificam lesões suspeitas que podem não ser visíveis ou apresentar sintomas evidentes. 

Além disso, é importante observar qualquer ferida ou lesão no couro cabeludo, pois áreas com feridas que não cicatrizam corretamente têm maior risco de evoluir para câncer.

Adotar hábitos saudáveis também contribui para a saúde da pele, como uma dieta equilibrada, além de evitar o consumo excessivo de álcool e o tabagismo. 

Se houver histórico de câncer de pele na família, a recomendação é fazer exames dermatológicos com mais frequência para garantir a detecção precoce de qualquer alteração. Na dúvida, converse com o seu médico. 

        Veja também: Câncer de pele: sinais que você precisa saber identificar

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