O câncer de pâncreas tem má fama, porque ele não apresenta sintomas na fase inicial e avança agressivamente, mas isso não quer dizer que a doença não tenha tratamento.
O câncer de pâncreas é um dos tumores mais temidos por conta da sua agressividade e rápida evolução. Felizmente é um tumor raro, se comparado a outros tipos de câncer. São 10 mil casos novos contra 2 milhões de casos novos de câncer de mama todos os anos no país, por exemplo.
O tipo mais comum é o adenocarcinoma, correspondendo a 90% dos casos diagnosticados. A maioria dos casos afeta o lado direito do órgão (a cabeça) – as outras partes do pâncreas são corpo (centro) e cauda (lado esquerdo).
Por que ele é agressivo?
O câncer de pâncreas tem má fama dentro da oncologia, porque não apresenta sintomas na fase inicial, o que dificulta sua detecção precoce. Os sintomas, quando aparecem, são perda de apetite e de peso, fraqueza, diarreia e tontura. Por isso, é uma doença que precisa ser tratada com muito cuidado.
Mesmo tumores pequenos costumam evoluir rapidamente, porque, como o órgão está “escondido” na região mais profunda do abdômen, atrás de outros órgãos, e próximo de muitos vasos, ele pode acabar se espalhando mais facilmente pela corrente sanguínea, atingindo outros órgãos.
Até o momento não existem exames de rastreamento para esse tipo de tumor.
Existe tratamento?
O câncer de pâncreas tem tratamento, principalmente se ele não se espalhou para outros órgãos. A dra. Renata D’Alpino, oncologista clínica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que, quando o câncer está confinado ao pâncreas (estádios I e II), o tratamento indicado costuma ser a cirurgia radical.
“Entretanto, outra característica peculiar desse tumor é que, mesmo quando ele está confinado no pâncreas, ele pode ter atingido alguns vasos sanguíneos, o que dificulta a cirurgia”, explica.
Nos casos em que o tumor não pode ser operado inicialmente, o tratamento indicado é a quimioterapia, associada ou não à radioterapia. A quimioterapia para esse tumor também tem particularidades.
“Os oncologistas costumam dizer que esse câncer é muito fibroso, por isso nem sempre a quimioterapia consegue aderir tão facilmente”, diz a oncologista.
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Abandono do tratamento
Devido às inúmeras informações na internet, muitos pacientes chegam desmotivados e assustados à consulta com o oncologista. Entretanto, como mencionamos, não há somente um tipo de tumor de pâncreas, e também é preciso saber o estadiamento da doença antes de traçar um prognóstico.
Diante do diagnóstico, muitos pacientes alegam que não vão dar prosseguimento ao tratamento por conta dos efeitos colaterais da quimioterapia.
“Mas é a quimioterapia que vai melhorar a qualidade de vida desse indivíduo e aumentar a sua sobrevida. Em casos avançados, ela deveria ser feita de forma contínua. Como na maioria das vezes os pacientes não toleram, nós fazemos pequenos intervalos entre um ciclo e outro”, ressalta dra. Renata.
Dor e câncer de pâncreas
A dor também pode ser um grande dificultador nos diagnósticos de câncer de pâncreas, principalmente nos tumores mais avançados. Atualmente, há maneiras de manejar essa situação com medicamentos específicos que melhoram a qualidade de vida do paciente.
Uma das recomendações da Sociedade Americana de Câncer é o bloqueio ou injeção de álcool em alguns nervos que transmitem sensações de dor, próximos ao pâncreas, aliviando, assim, a dor e permitindo o uso de doses menores de medicamentos analgésicos.
O bloqueio do nervo também pode ser realizado injetando anestésicos ou medicamentos que destroem os nervos próximos ao pâncreas.
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