Pesquisa revela que grande parte das mulheres acredita na falsa crença de que o autoexame seria a principal forma de identificar o tumor nas mamas em seu estágio inicial.
O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), ele representa cerca de 29% de todos os casos da doença entre o público feminino.
Apesar da alta incidência, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), a pedido da Pfizer, intitulada “A mulher perante o Câncer”, mais de 20% das mulheres brasileiras acima dos 40 anos, não passam por exames médicos nas mamas há mais de um ano.
Quando questionadas sobre os tumores que consideram mais perigosos, 34% das participantes da pesquisa elegeram o câncer de intestino (colorretal) enquanto apenas 12% destacaram o câncer de mama.
“Esse dado pode ser visto de dois lados. Por exemplo, é um reflexo do próprio sucesso das campanhas de conscientização, de se falar muito sobre o tema na mídia, de mostrar que há opções de tratamento e que muitas vezes o câncer de mama pode ser curável. Por outro lado, elas acabam não achando o câncer de mama tão perigoso e deixam de fazer os exames de rastreamento”, afirma Adriana Ribeiro, diretora médica da Pfizer Brasil.
Para a pesquisa foram entrevistadas 1.400 mulheres com 20 anos ou mais, moradoras de São Paulo (capital) e das regiões metropolitanas de Belém, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e Distrito Federal – contemplando, portanto, amostras de todas as regiões do País (Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste).
Veja também: Como as mulheres enfrentam o diagnóstico de câncer de mama?
Mamografia
A pesquisa ainda detecta que grande parte das mulheres acredita na crença de que o autoexame seria a principal forma de identificar o tumor nas mamas em seu estágio inicial. Mas isso não é verdade.
Passar pelo exame de mamografia anualmente, a partir dos 40 anos, é a recomendação-chave das sociedades médicas para aumentar as chances de diagnosticar o câncer de mama precocemente, quando a lesão ainda é pequena, contribuindo para o melhor prognóstico da paciente.
Mas segundo a pesquisa, acaba acontecendo exatamente o oposto: mais de 52% das entrevistadas subestima a importância da regularidade na realização da mamografia.
“Ao fazer a apalpação e não encontrar nada, a mulher pode acreditar que as mamas estão saudáveis e deixar de fazer avaliações de rotina que detectariam um possível tumor precocemente, quando ainda não é possível senti-lo por meio do toque”, complementa Ribeiro.
Fatores de risco
A maior parte das participantes tem uma percepção equivocada sobre os fatores de risco associados à doença. A grande maioria acredita que a herança genética (ter casos de câncer de mama na família) interfere mais na probabilidade de desenvolver o tumor do que os hábitos de vida.
A literatura médica, contudo, aponta que apenas 5% a 10% do total de casos de câncer de mama estão associados à herança genética.
Veja também: Atividade física e câncer
“A falsa percepção de que ter câncer de mama dependeria apenas da herança genética não só contradiz a literatura médica, como também pode desestimular a tomada de atitudes importantes, capazes de alterar fatores de risco modificáveis. Isso vale não apenas para a ingestão de bebida alcoólica, mas também para a obesidade e o sedentarismo”, comenta a diretora médica da área de oncologia da Pfizer Brasil, Evelyn Lazaridis.