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Oftalmologia

Perda súbita da visão: veja as causas, formas de diagnóstico e tratamento

Publicado em 23/05/2023
Revisado em 23/05/2023

A condição pode ocorrer devido a um problema no olho ou se originar no sistema nervoso central e ser uma emergência médica.

 

A visão é um dos sentidos do corpo que permite a captação e a interpretação de imagens, ajudando a identificar tudo que está à nossa volta. No entanto, algumas vezes, ocorre a perda súbita de visão por diferentes motivos. E há ainda o risco de a perda ser uma emergência médica. 

De forma geral, a condição acontece devido a um problema local (no olho) ou se origina no sistema nervoso central. 

“O olho é um elemento captador da imagem e a transfere para o cérebro. Portanto, essas partes precisam estar integradas para que a visão funcione adequadamente. Sendo assim, a alteração visual brusca deve ser avaliada por um especialista e o indivíduo precisa realizar exames oftalmológicos e de imagens para identificar a causa da perda de visão”, explica Claudio Lottenberg, oftalmologista do Hospital Israelita Albert Einstein. 

Quando a perda de visão é súbita e ocorre rapidamente pode ser uma emergência médica. A duração varia de segundos até dias e acomete os dois olhos ou apenas um. Vale destacar que é diferente da perda gradual da visão, que, geralmente, ocorre ao longo dos anos. 

        Veja também: Doenças da visão | Entrevista

 

Principais causas

A perda de visão ocorre devido a problemas em qualquer ponto do processo visual. Geralmente, alterações nos olhos, nervos e cérebro provocam uma perda repentina da visão.

A situação pode ocorrer a qualquer momento. A pessoa percebe que a visão está baixa subitamente ou fecha um olho e nota que não enxerga com o outro, por exemplo. Em alguns casos, há o risco de perda visual irreversível, mesmo com o tratamento precoce”, destaca Nilva Simeren Bueno, professora do Departamento de Oftalmologia e chefe do setor de Retina e Vítreo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 

Entre as condições de saúde que causam a perda súbita de visão, estão: 

  • Hipertensão arterial, já que a pressão arterial elevada persistente causa danos na retina (responsável pela recepção das imagens para visão);
  • Doenças cardiovasculares, como acidente vascular cerebral (AVC)
  • Doenças infecciosas, como tuberculose, toxoplasmose e sífilis;  
  • Doenças reumatológicas, como lúpus
  • Doenças neurológicas, como tumores benignos e esclerose múltipla;
  • Traumatismos;
  • Problemas na retina, como descolamento que provoca baixa visual e compromete a mácula (visão central);
  • Inflamações do nervo óptico; 
  • Inflamação das meninges; 
  • Hemorragia vítrea, ou seja, sangramento intraocular causado por rasgaduras da retina e retinopatia diabética (complicação de diabetes);
  • Glaucoma

 

Diagnóstico e tratamento

É fundamental que, ao ocorrer a cegueira repentina, a pessoa busque atendimento médico imediato, para que o quadro não evolua para uma perda de visão permanente.

“É preciso buscar um oftalmologista para realizar exame oftalmológico completo, com reflexos pupilares, campo visual, dilatação pupilar para exame do fundo de olho. Além de calcular a acuidade visual, é importante fazer o mapeamento de retina, tomografia de coerência óptica e a ressonância magnética de crânio e órbitas”, complementa o dr. Bueno. 

Cada caso deve ser avaliado clinicamente de forma individual. “A percepção do paciente é importante. No entanto, o indivíduo pode achar que a perda de visão foi abrupta e não foi o que aconteceu. A recomendação é checar as estruturas do olho (retina, cristalino, córnea) com o exame oftalmológico completo e estabelecer um diagnóstico”, afirma o dr. Lottenberg.

O tratamento depende da causa da perda da visão. Em alguns casos, não é possível reverter a condição. Mas, geralmente, indica-se o tratamento da doença que originou a condição. 

Se o especialista identificar que a causa da perda da visão é uma doença da retina, pode ser indicada uma injeção intraocular ou tratamento com laser. Em alguns casos, indica-se uma cirurgia. 

        Veja também: Como saber se algo não vai bem com os olhos do bebê

 

Sobre a autora: Samantha Cerquetani é jornalista com foco em saúde e ciência e colabora com o Portal Drauzio Varella. Escreve sobre medicina, nutrição e bem-estar.

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