Sim, é possível desenvolver o daltonismo, mas isso é muito raro. Conheça as manifestações dessa condição predominantemente genética.
O daltonismo é uma cegueira parcial para as cores, o que não quer dizer que a pessoa daltônica enxergue apenas em preto e branco. Na verdade, ela consegue enxergar a maioria das cores, mas tem dificuldade para reconhecer determinados tons, a depender do tipo da condição.
Estima-se que um em cada 12 homens apresente algum grau de daltonismo, enquanto entre as mulheres, o índice é de uma em cada 200. A condição é mais frequente na população masculina porque é uma anomalia genética ligada ao cromossomo X. Como o homem possui um único cromossomo X, se este for recessivo, ele já nasce com daltonismo. No caso das mulheres, que têm dois X, ambos precisariam ser recessivos, diminuindo o risco.
Quem é daltônico já nasce com daltonismo?
Essa herança genética é a principal causa do daltonismo, responsável por mais da metade dos casos. No entanto, também é possível adquirir a condição ao longo da vida.
“As doenças que podem levar ao daltonismo são mais raras. Elas podem ser doenças de retina, como a degeneração macular, ou causadas, por exemplo, pelo diabetes descontrolado. Tem ainda algumas medicações, como a hidroxicloroquina. Ela vai se depositando na retina e pode, com o tempo, levar a essa dificuldade de distinção das cores”, explica a dra. Samantha de Albuquerque, médica oftalmologista e consultora da HOYA Vision Care, em São Paulo.
Quando a criança já nasce daltônica, os pais começam a perceber os sinais no período de aprendizado das cores. Mas se for um grau leve, é possível que o diagnóstico passe despercebido, levando a pequenas confusões na vida adulta: a pessoa acha que uma fruta está madura e não está, ou faz combinações de roupa pouco usuais.
Tipos de daltonismo
O daltonismo afeta os cones dos olhos, também chamados de células fotorreceptoras. Eles são responsáveis por interpretar as cores e nos fazer enxergar da forma correta. Quando esses cones sofrem alguma alteração, podem surgir três tipos de daltonismo:
- Monocromático ou acromático: quando a pessoa só enxerga em tons de preto, branco e cinza. É extremamente raro;
- Dicromático: quando a pessoa enxerga apenas duas entre as três cores primárias (azul, vermelho e amarelo);
- Tricromático: quando a pessoa tem dificuldade de distinguir as cores, especialmente vermelho, verde e azul.
O daltonismo tricromático é o mais comum e se divide em outros três subtipos:
- Protanopia: quando a pessoa tem dificuldade de distinguir o vermelho, enxergando em tons mais amarelados ou esverdeados;
- Deuteranopia: quando a pessoa tem dificuldade de distinguir o verde, enxergando em tons amarronzados;
- Tritanopia: quando o indivíduo tem dificuldade de distinguir o azul, enxergando em tons róseos ou avermelhados.
Existem ainda versões menos graves desses subtipos, em que a alteração na visão é a mesma, porém mais sutil. Elas são chamadas, respectivamente, de protanomalia, deuteranomalia e tritanomalia.
Para visualizar melhor a diferença entre os tipos de daltonismo, você pode acessar o site Coblis, ou Color Blindless Simulator, clicando aqui. Ele simula a visão normal de qualquer imagem em comparação à visão de uma pessoa daltônica. Se houver suspeita da doença, procure um médico oftalmologista para confirmar o diagnóstico. O daltonismo não tem cura, mas não costuma provocar grandes problemas para o dia a dia do paciente.
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