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Odontologia

Enxaguante bucal é indispensável? Saiba para que serve

Publicado em 09/05/2025
Revisado em 05/05/2025

Entenda o papel do enxaguante bucal na higiene oral e saiba quais os tipos recomendados para uso diário. 

 

Muitas pessoas têm o hábito de usar enxaguante bucal após a escovação. Geralmente, o produto deixa um hálito refrescante na boca, mas sua ação não se limita a isso. O enxaguante funciona como um complemento à higiene oral mecânica (feita com escovação e uso de fio dental). 

Segundo a dra. Elaine Escobar, integrante da Câmara Técnica de Periodontia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), o enxaguante bucal agrega benefícios no controle do biofilme dental – popularmente chamado de placa bacteriana – e na saúde gengival quando utilizado após a escovação e o fio dental. Contudo, não é uma etapa obrigatória no dia a dia. 

“O enxaguante bucal é um método coadjuvante de controle do biofilme dental. O biofilme dental é um agregado estruturado de bactérias que se forma na superfície dos dentes e que precisa ser controlado através da higiene oral diária. A escovação, o uso do fio dental e escovas interdentais, quando necessário, promovem o rompimento do biofilme e seu controle, permitindo condições favoráveis de saúde bucal. O enxaguante bucal é um complemento que pode ser utilizado após a higiene oral mecânica e atua nas bactérias livres, promovendo a redução dessas bactérias na cavidade bucal. O seu uso pode contribuir para a manutenção da saúde bucal”, explica a especialista. 

        Veja também: 8 hábitos que podem prejudicar a sua saúde bucal

 

Tipos de enxaguante bucal

De acordo com a dentista, atualmente existem no mercado enxaguantes bucais com diferentes princípios ativos – alguns têm indicação de uso diário e outros, de uso esporádico. Dentre os princípios ativos de uso diário estão os óleos essenciais (timol, eucaliptol, mentol e salicilato de metila), o CPC (cloreto de cetilpiridínio) e os fluoretos. 

“Os óleos essenciais e o CPC são indicados na prevenção de gengivite. Já os fluoretos, na prevenção de cárie. A clorexidina é um princípio ativo de atividade antimicrobiana superior, entretanto, seu uso prolongado pode causar efeitos colaterais como ardência bucal, pigmentação dentária e descamação de mucosa. Dessa forma, apesar de sua ação no controle do biofilme dental, é indicada para uso esporádico e deve ser utilizada quando for indicada pelo cirurgião-dentista, seguindo as orientações de utilização quanto a concentração, periodicidade e tempo de utilização”, esclarece.

 

Enxaguante bucal não substitui a escovação

Embora consiga eliminar bactérias na superfície da placa bacteriana, o enxaguante bucal tem capacidade limitada nas camadas mais profundas, sendo mais eficiente quando a placa é desestruturada através da higiene mecânica. “O uso apenas do enxaguante bucal não é efetivo no controle do biofilme”, afirma a dra. Eliane.

 

Como utilizar o enxaguante bucal corretamente

O enxaguante bucal deve ser usado depois da escovação e do uso do fio dental. “Cada paciente tem uma realidade diferente, dessa forma, observar as indicações de um cirurgião-dentista é de grande importância na tomada de decisão de qual o melhor princípio ativo a ser utilizado, número de vezes ao dia e período de uso”, recomenda a especialista.  

Além disso, ela destaca que, ao usar o enxaguante bucal, é necessário que a pessoa tenha controle neurológico e motor para realizar o bochecho e desprezar o produto sem ingeri-lo. Por isso, o uso em pacientes com comprometimento neurológico ou motor, ou crianças nos primeiros anos de vida, em fase de desenvolvimento, não é recomendado. 

“A aplicação local controlada pode ser realizada por um cuidador, sem, no entanto, solicitar que o paciente realize o bochecho”, finaliza a dra. Eliane. 

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