O que fazer em casos de convulsão?


Equipe do Portal Drauzio Varella postou em Neurologia

mulher deitada no chão, após ter convulsão

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Publicado em: 18 de março de 2024

Revisado em: 25 de março de 2024

A convulsão se caracteriza pela contratura muscular involuntária de todo o corpo ou de parte dele. Saiba as orientações práticas para lidar com essa emergência.

 

A convulsão é um distúrbio caracterizado pela contração muscular involuntária de todo o corpo ou parte dele, causada por um aumento excessivo da atividade elétrica em certas áreas do cérebro. Existem dois tipos de convulsões: parciais (ou focais), quando apenas uma parte do hemisfério cerebral é afetada por impulsos elétricos desorganizados; e generalizadas, quando ambos os hemisférios cerebrais são afetados. 

A experiência pode ser assustadora tanto para a pessoa que as vivencia quanto para aqueles ao seu redor. Por isso, é crucial saber como agir para garantir a segurança e o bem-estar do indivíduo afetado. Segundo o dr. André Lima, médico neurologista da Rede Hospital Casa, no Rio de Janeiro, o primeiro passo a seguir em caso de convulsão é manter as vias aéreas abertas. “Depois disso, é importante proteger a cabeça com uma almofada ou outro objeto macio para evitar impactos no chão. Além disso, é essencial afastar objetos que possam causar lesões nos braços e pernas, aguardando cerca de três minutos até que a crise convulsiva termine”, explica.

O neurologista indica também que nunca se deve colocar o dedo ou objetos na boca, por existir o risco de serem mordidos. “Se o paciente estiver mordendo a língua, é possível fazer um movimento da mandíbula para baixo, tentando diminuir a pressão da língua”, completa. 

Após a convulsão, é frequente que a pessoa fique sonolenta, podendo ocorrer vômito ou acúmulo de secreção na boca. Nessas situações, é recomendado posicioná-lo de lado para facilitar a drenagem dos líquidos.

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Ajuda médica e o pós-convulsão

Sempre é aconselhável procurar atendimento médico se o paciente nunca teve uma crise convulsiva antes, ou seja, se este for o primeiro episódio em sua vida. “Em todos os casos de primeiro episódio, é crucial ter uma opinião profissional, pois pode ser indicativo de alguma doença grave, como, por exemplo, um tumor”, pondera o especialista.

O dr. André ilustra ainda que se o paciente diagnosticado com epilepsia deixou de tomar a medicação e teve uma crise breve, sentindo-se bem depois, a urgência de atendimento pode não ser tão grande. “No entanto, se já há o diagnóstico e a convulsão durar muito tempo, ou se há duas crises consecutivas, mesmo antes de recobrar a consciência, é fundamental buscar ajuda médica imediata”, indica.

Quanto aos cuidados pós-convulsão, o profissional orienta evitar a obstrução das vias aéreas devido à secreção e observar atentamente se o paciente apresentará outro episódio em breve.

 

Sobre o autor: Caio Coutinho é jornalista, gosta de política, futebol, música e cultura pop, e já escreveu pautas de saúde para o G1. Quer explorar vários temas.

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