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10 mitos sobre a concepção

casal deitado na cama, em clima romântico
Publicado em 20/02/2025
Revisado em 20/02/2025

A mulher que está amamentando não pode engravidar? Ducha vaginal impede a gravidez? Veja esses e outros mitos sobre contracepção na coluna de Mariana Varella.

 

O surgimento da pílula anticoncepcional, na década de 1960, permitiu uma revolução nos hábitos sexuais em vários países, possibilitando às mulheres mais autonomia.

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No entanto, ainda há muitos mitos acerca da contracepção, e mesmo com o surgimento de novos métodos contraceptivos e as mudanças comportamentais e culturais que possibilitaram o acesso à educação sexual, ainda há muita desinformação sobre o tema. Veja as principais.

 

Principais mitos sobre a contracepção

1. Não é possível engravidar durante a amamentação

A amamentação ajuda a prevenir a gravidez, mas apenas se houver duas condições simultâneas: que a mulher ainda não tenha menstruado após o parto e que o bebê se alimente exclusivamente com leite materno, sem complementação com fórmulas. Além disso, a regra vale para os primeiros seis meses após o parto; depois desse período, mesmo que se observe as duas condições acima, há mais risco de gravidez.

Ainda assim, é comum que ginecologistas indiquem um método anticoncepcional para o período da amamentação, para que não ocorra uma gestação indesejada. Converse com seu médico.

 

2. Só é possível engravidar se a mulher tiver um orgasmo

A gravidez ocorre quando o espermatozoide do homem fecunda o óvulo da mulher. Assim, o fato de a mulher ter ou não um orgasmo não interfere na fecundação.

 

3. Ducha vaginal após a relação sexual impede a gravidez

Depois da ejaculação, os espermatozoides atingem o colo uterino, região que não pode ser atingida por duchas ou lavagens vaginais. Além disso, não é recomendado realizar duchas vaginais, pois elas podem alterar a microbiota da vagina, facilitando infecções.

Veja também: Como fazer a higiene íntima feminina

 

4. Quem faz sexo fora do período ovulatório não precisa adotar outro método anticoncepcional

Determinar o período da ovulação com precisão não é simples. Atitudes como medir a temperatura basal e verificar o muco cervical precisam de observação e monitoramento constantes. Além disso, é necessário conhecer bem o funcionamento do próprio corpo e ter um ciclo menstrual regular, o que não ocorre com todas as mulheres.

A ovulação depende do equilíbrio de quatro hormônios principais: FSH, LH, estrogênio e progesterona. Fatores como idade, uso de medicamentos, estresse, entre outros podem alterar o equilíbrio desses hormônios, interferindo na ovulação.

Assim, a “tabelinha”, que consiste em evitar relações sexuais fora do período fértil, não é um método contraceptivo confiável e, portanto, não deve ser o único adotado.

 

5. Se durante a relação sexual a mulher adotar a posição em pé ou por cima do homem ela não engravida

As posições escolhidas durante a relação sexual não interferem na probabilidade de ocorrer uma gravidez. Após a ejaculação, os espermatozoides se movem com rapidez em direção ao colo uterino, independentemente da posição dos parceiros.

 

6. Quando não houver camisinha disponível, é possível substituí-la por outros plásticos, como plástico filme

Os preservativos masculino e feminino são feitos especificamente para oferecer proteção contra gravidez e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Eles passam por testes rigorosos para comprovar sua eficácia e segurança. Não os substitua  por outros materiais.

 

7. Se o parceiro ejacular “fora”, a mulher não engravida

Esse é um mito bastante comum. O chamado “coito interrompido”, em que o homem evita ejacular no interior da vagina, não é eficaz para prevenir uma gravidez, porque o líquido pré-ejaculatório contém espermatozoides capazes de fecundar o óvulo. Estima-se que de cada cem casais que utilizem esse método, 22 engravidem de forma indesejada, taxa considerada elevada.

 

8. Não é possível engravidar na primeira relação sexual da mulher 

É possível engravidar sempre que a mulher estiver ovulando, mesmo que seja sua primeira relação sexual com penetração.

 

9. Se a mulher urinar após a relação sexual, ela não engravida

Embora urinar após o sexo seja uma boa recomendação para reduzir o risco de infecção urinária, isso não serve para evitar a gravidez, visto que os espermatozoides alcançam o colo uterino em poucos segundos.

 

10. Chás ou plantas medicinais impedem a fecundação

Não há comprovação científica de que exista algum chá ou produto natural que impeça a gravidez. 

Para evitar a gravidez

A melhor maneira de evitar uma gravidez indesejada é usar um método contraceptivo. Existem vários disponíveis pelo SUS, e um profissional de saúde poderá indicar o que melhor se adapta a você.

E não esqueça que a contracepção e os cuidados para evitar ISTs são de responsabilidade de todas as pessoas que fazem sexo, independentemente do gênero, da prática sexual e do tipo de relacionamento que você estabelecer com seus parceiros ou parceiras.

E lembre: não existe pergunta boba. Na dúvida, converse com um profissional de saúde para esclarecer seus questionamentos.

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