Teste ajuda a diagnosticar pré-eclâmpsia precocemente

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Não se sabe por que ela ocorre. O certo é que quando a doença se instala há liberação de proteínas na circulação materna que provocam uma resposta imunológica da gestante. Saiba como diagnosticar pré-eclâmpsia. 

 

A pré-eclâmpsia é uma condição que afeta cerca de 8,5 milhões de mulheres em todo mundo e é responsável por cerca de 15% dos partos prematuros. O diagnóstico, normalmente, é feito a partir da 20ª semana de gravidez ou nos primeiros dias após o parto e baseia-se no desenvolvimento de hipertensão arterial superior a 140 x 90 mmHg e proteinúria maior que 300 mg num intervalo de 24 horas.

Não se sabe ao certo por que ela ocorre. O certo é que quando a doença se instala há liberação de proteínas na circulação materna que provocam uma resposta imunológica da gestante. As paredes dos vasos sanguíneos são danificadas (o que resulta em vasoconstrição) e consequentemente aumenta a pressão arterial.

Segundo informações do dr. Leandro Gustavo de Oliveira, professor do Departamento de Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP), por ser uma doença silenciosa e muitas vezes de difícil diagnóstico, é muito importante que a gestante preste atenção a qualquer sintoma suspeito, como inchaços — principalmente nos membros inferiores — aumento exagerado do peso corpóreo e, evidentemente, oscilação da pressão arterial. O que acontece é que muitas vezes a pré-eclâmpsia é diagnosticada somente no término da gravidez, o que aumenta os riscos tanto para a mãe quanto para o bebê.

Atualmente, há disponível no mercado um exame de biomarcadores para pré-eclâmpsia (sFlT-1/PlGF), indicado a partir do sétimo mês de gestação (a doença é mais frequente a partir desse período). A partir daí, é possível avaliar o risco de a paciente vir a ter a doença nas próximas semanas de gravidez, além de ajudar no manejo clínico.

Oliveira explica que, a partir desse procedimento, consegue-se reduzir as antecipações desnecessárias de parto, o número de dias de internação e intensificar o monitoramento da doença para que ela não evolua para uma eclâmpsia.

“O teste de pré-eclâmpsia é baseado na fisiopatologia da doença, e analisa proteínas angiogênicas circulantes na placenta: o fator de crescimento placentário (PlGF — Placental growth factor) e a tirosina quinase-1 (sFlt-1 — Soluble fms-like tyrosine kinase-1). O desequilíbrio entre esses biomarcadores é o que indica a pré-eclâmpsia”, aponta o especialista.

É um exame de sangue simples, não é necessário preparo, nem estar de jejum. Entretanto, como é um procedimento ainda recente no mercado, a maioria dos planos de saúde não cobre e o SUS também não disponibiliza. A alternativa, portanto, é pagar pelo exame, que custa cerca de R$ 450 reais.

 

Os fatores abaixo podem aumentar o risco de pré-eclâmpsia:

 

  • Primeira gestação;
  • Pré-eclâmpsia em gestação anterior;
  • Histórico familiar de pré-eclâmpsia;
  • Gestação no início da adolescência ou com idade superior a 40 anos;
  • Gestação de múltiplos bebês (gêmeos ou trigêmeos);
  • Doença renal ou pressão arterial elevada;
  • Obesidade.

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