Os sintomas da dengue podem ser parecidos com os de outras doenças. Saiba identificá-los e quando procurar atendimento.
A dengue é uma doença endêmica no Brasil, muito frequente nos meses chuvosos de cada região. É nessa época que os mosquitos se proliferam e os casos tendem a aumentar. Embora seja uma doença comum e bastante conhecida, muitas vezes é difícil identificar seus sinais, que podem ser semelhantes aos de outras condições de saúde, como gripe, chikungunya ou zika – essas duas últimas também causadas pelo Aedes aegypti.
Por isso, é importante se atentar aos sinais característicos da doença. Os sintomas da dengue incluem:
- Febre alta (acima de 38 graus);
- Dor de cabeça;
- Dor atrás dos olhos;
- Dores intensas no corpo e nas articulações;
- Mal-estar;
- Falta de apetite;
- Manchas vermelhas pelo corpo.
Um ponto importante é que a febre alta geralmente é o primeiro sinal de dengue, e tem início abrupto, durando de dois a sete dias. Se não houver febre, dificilmente será dengue.
“A dengue é uma doença febril, aguda, e que normalmente a febre é um dos primeiros sintomas, junto com a dor muscular, que é muito intensa; ela é conhecida até como ‘doença de quebra ossos’, porque a sensação que você tem é que está com o corpo todo quebrado, e não consegue identificar onde é a dor, porque dói realmente o corpo inteiro; e a febre está presente em mais do que 90% dos casos”, explicou a dra. Melissa Barreto Falcão, infectologista da Vigilância Epidemiológica de Feira de Santana (BA) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) em entrevista ao DrauzioCast, deste Portal.
Também é importante se atentar aos sinais de alarme, como dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, letargia e/ou irritabilidade, que podem indicar um quadro grave da doença.
Em crianças, os sintomas são semelhantes aos dos adultos, mas nem sempre são simples de identificar. Nos bebês menores de 2 anos, geralmente a dor se manifesta através de choro intenso e irritabilidade. É importante atenção nessa faixa etária, já que a dengue grave pode ser mais perigosa para os pequenos, assim como para gestantes e idosos.
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Quando procurar atendimento
Se você suspeita que está com dengue, o ideal é procurar um serviço de saúde para que um profissional possa fazer o diagnóstico corretamente – inclusive identificar ou descartar um possível quadro de dengue hemorrágica e avaliar a gravidade –, além de fornecer as orientações adequadas para o tratamento e alívio dos sintomas.
“Qualquer doença febril aguda deve ser encaminhada a um atendimento médico inicial, para orientar a conduta. Nós temos medicamentos que não podem ser usados no quadro de dengue, como anti-inflamatório não hormonal, que a gente vê muito comum o ibuprofeno. Esses medicamentos não podem ser usados na dengue, porque aumentam o risco de sangramento, o risco de ter uma dengue grave”, orientou a dra. Melissa.
O diagnóstico da doença é feito após avaliação clínica e exames laboratoriais, como pesquisa de vírus ou de anticorpos.
Não existe um tratamento específico para dengue. Em casos leves, a recomendação é repousar, se hidratar bem, usar medicações para dor e febre e retornar ao serviço de saúde em casos de sinais de alerta. Na maioria dos casos, a doença se cura espontaneamente após 10 dias. Em quadros mais graves, é necessário internação hospitalar.
Como prevenir?
O combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor da doença, ainda é a melhor forma de prevenção da dengue e outras arboviroses, como chikungunya e zika. Esse combate envolve políticas públicas, é claro, mas cada um também pode fazer a sua parte ajudando a eliminar criadouros de mosquitos.
Veja dicas que ajudam a evitar a proliferação de mosquitos:
- Certifique-se de que as caixas d’água estejam sempre tampadas;
- Mantenha as lixeiras bem fechadas;
- Coloque areia nos vasos de plantas;
- Deixe garrafas e outros recipientes virados de cabeça para baixo;
- Retire toda a água dos pneus;
- Mantenha lonas bem esticadas;
- Limpe as calhas;
- Cubra todos os reservatórios de água.
Para quem vive em regiões com muitos casos de dengue, é importante ter algumas medidas para proteção individual, como:
- Vestir calças e blusas com manga comprida;
- Utilizar mosquiteiros para dormir (principalmente durante o dia, quanto o mosquito é mais ativo);
- Utilizar telas em portas e janelas;
- Preferir locais com ar-condicionado, se possível;
- Usar repelentes;
- Em bebês, não é recomendado o uso de repelentes antes dos 2 meses, por isso é preciso reforçar as barreiras físicas (roupas de manga longa e mosquiteiros no berço e no carrinho, por exemplo).
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Exposição busca conscientizar sobre combate à dengue
O Museu da Vida da Fiocruz, em parceria com a SC Johnson, promove a exposição ‘Aedes: Que mosquito é esse?’. A mostra conta com módulos temáticos sobre dengue e outras arboviroses, além de atividades interativas e exibição de documentários. O objetivo é conscientizar a população a respeito da importância do combate ao mosquito Aedes aegypti. A entrada é gratuita e a classificação é livre.
Serviço: Exposição ‘Aedes: Que Mosquito É Esse?’
Quando: Até setembro de 2024
Horários: de terça a sexta, às 9h, 10h30, 13h30 e 15h; sábados, às 10h10, 10h50, 11h30, 12h10, 13h50, 14h30 e 15h10 (para visitar, é preciso retirar senha no Centro de Recepção do Museu da Vida Fiocruz)
Onde: Salas 307 e 308 do Castelo Mourisco/Museu da Vida Fiocruz
Endereço: Av. Brasil, 4365, Manguinhos – Rio de Janeiro (RJ)
Conteúdo produzido em parceria com a SC Johnson.