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Endocrinologia

Pré-diabetes: o que é e como evitar que evolua para diabetes?

Publicado em 30/07/2025
Revisado em 30/07/2025

Medidas comportamentais podem ajudar a reverter o quadro de pré-diabetes e prevenir o aparecimento do diabetes tipo 2. Saiba mais.

 

A glicemia (concentração de açúcar no sangue) de jejum normal deve ficar abaixo de 100 mg/dL. Para diagnosticar o diabetes, a glicemia deve estar igual ou acima de 126 mg/dL. Como fica, então, a situação de quem está no meio do caminho? Essa faixa recebe o nome de pré-diabetes

“O pré-diabetes é uma situação intermediária entre o paciente com glicemia normal e o paciente com diabetes tipo 2. Nem todo paciente com pré-diabetes vai evoluir para diabetes. No entanto, o pré-diabético tem um risco de pelo menos 50% de desenvolver diabetes nos próximos dez anos”, explica Ruy Lyra da Silva Filho, coordenador do Departamento de Diabetes Mellitus da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM). 

 

Como diagnosticar o pré-diabetes

O quadro de pré-diabetes não provoca sintomas e só pode ser detectado a partir de exames de sangue. Segundo o endocrinologista, pessoas com risco aumentado para diabetes devem ser avaliadas periodicamente, especialmente a partir dos 30 a 35 anos de idade.

“Nós podemos diagnosticar [o pré-diabetes] através da glicemia de jejum, que é aquela glicemia que está entre 100 e 125 mg/dL, ou eventualmente com o exame de hemoglobina glicada, quando o resultado se encontra entre 5.7% e 6.4%”, esclarece. 

Os grupos com maior risco para desenvolver diabetes incluem pessoas com histórico familiar da doença, com sobrepeso ou obesidade, hipertensão e dislipidemia (colesterol alto), entre outros. Para essas pessoas, o dr. Ruy diz que é válida a avaliação de duas a três vezes por ano.

        Veja também: DrauzioCast #168 | Tira-dúvidas sobre diabetes

 

Possíveis complicações

Mesmo sem sintomas, o pré-diabetes já representa um risco para a saúde. “Alguns estudos têm demonstrado que mesmo na condição de pré-diabetes, essas pessoas se deparam já com o risco de desenvolver algumas complicações crônicas, como retinopatia diabética, nefropatia diabética e doenças cardiovasculares”, alerta o especialista. 

 

O que fazer para reverter o pré-diabetes

A boa notícia é que o pré-diabetes pode ser revertido. Ou seja, com as medidas adequadas, é possível impedir que o quadro evolua para diabetes tipo 2. Essas medidas incluem:

  • Perda de peso, no caso de pessoas com sobrepeso ou obesidade;
  • Manutenção de uma alimentação saudável (idealmente, reduzindo o consumo de alimentos muito calóricos — não somente açúcar, como muitos pensam, mas gorduras, embutidos e ultraprocessados, por exemplo); 
  • Prática regular de exercícios físicos (pelo menos três vezes por semana); 
  • Uso do medicamento metformina para grupos específicos (que pode auxiliar na prevenção do diabetes). 

Em entrevista ao DrauzioCast sobre pré-diabetes, João Eduardo Salles, endocrinologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, destacou a importância de comer comida feita em casa: um prato com arroz, feijão, salada e uma proteína magra (como sobrecoxa de frango, filé de peixe, carne de porco ou carne bovina magra, por exemplo) é uma refeição completa e equilibrada. 

 

E quando o quadro evolui para diabetes? 

Mesmo quando o diabetes está instalado, inicialmente pode não haver sintomas. Porém, quando há, os principais sinais incluem micção frequente, fome e sede excessiva. Também pode haver visão embaçada, feridas que demoram para cicatrizar e infecções frequentes.

Diante do diagnóstico, é fundamental seguir o tratamento adequado para evitar as complicações da doença, que podem ser graves. Embora seja uma condição crônica, o diabetes pode ser controlado com medicação e mudanças no estilo de vida.

        Veja também: Diabetes e qualidade de vida: como é conviver com a doença

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