Prêmio da revista “Annals of Improbable Research” é dado a pesquisadores que fazem pesquisas curiosas. Veja os vencedores do IgNobel 2015.
Duas semanas atrás, foi entregue o Prêmio IgNobel 2015. A noite de gala aconteceu diante de 1.100 espectadores no Teatro Sanders, da Universidade Harvard, como ocorre desde 1991.
O IgNobel é conferido pela revista “Annals of Improbable Research” (Anais da Pesquisa Improvável) aos que realizaram pesquisas capazes de “primeiro fazer rir, depois pensar”. O objetivo é “celebrar a imaginação e a criatividade e despertar o interesse público pela ciência, medicina e tecnologia”.
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Além dos agraciados, participam da cerimônia de entrega vários laureados com o Nobel oficial.
Qualquer pessoa pode indicar um candidato à comissão organizadora que, ao selecionar o vencedor, entrará em contato para saber se aceita a indicação. São raros os que a recusam.
Os laureados deste ano foram:
1) Química
Callum Ormande e Colin Raston, da Austrália, e um grupo de pesquisadores americanos, pela descrição de uma receita química para “descozinhar” ovos cozidos.
2) Física
Patricia Yang e David Ho (Taiwan) e Jerome Choo (Estados Unidos) e outros, por testar o princípio biológico de que quase todos os mamíferos esvaziam suas bexigas em cerca de 21 segundos, mais ou menos 13 segundos.
3) Literatura
Mark Dingemanse (Holanda), Nick Enfield (Austrália) e outros, que publicaram o estudo “Huh é uma palavra universal? Infraestrutura conversional e evolução convergente de itens linguísticos”.
4) Gerenciamento empresarial
Gennaro Bernille (Itália), Vineet Bhagwat (Índia) e outros pelo trabalho “O que não Mata Você, Fará Você Sentir Mais Amor pelo Risco: Desastres na Infância e Comportamento do CEO”, no qual asseguraram que muitos líderes empresariais desenvolveram na infância tendência a assumir riscos, depois de viver desastres naturais, como terremotos, erupções vulcânicas, tsunamis, etc..
5) Economia
Polícia Metropolitana de Bangkok, por oferecer um prêmio em dinheiro aos policiais que recusarem subornos.
6) Medicina
Hajime Shimata (Japão), Jaroslava Durdiaková e colaboradores da Eslováquia, que avaliaram as consequências biomédicas dos beijos e de outras interações interpessoais íntimas. Entre outros trabalhos, esses pesquisadores publicaram: “Beijos Reduzem Respostas Alérgicas na Pele e Níveis de Neutrofinas Plasmáticas” e “Prevalência e Persistência de DNA masculino Identificado em Amostras Mistas de Saliva Depois de Beijos Ardentes”.
7) Matemática
Os austríacos Elizabeth Oberzaucher e Karl Grammer pelo trabalho “O Caso de Moulay Ismael – Fato ou Fantasia?”, no qual empregaram cálculos matemáticos para esclarecer como o ex-imperador do Marrocos, Moulay Ismael – o Sanguinário – conseguiu no período de 1697 a 1727 conceber 888 filhos.
8) Biologia
Bruno Grossi, Omar Larach e colaboradores do Chile, pelo estudo “Andando como Dinossauros: Galinhas com Caudas Artificiais Dão Pistas da Locomoção entre Terópodes Não Aviários”, no qual explicam que galinhas com um bastão amarrado à cauda, andam de maneira similar àquela que os dinossauros deviam andar.
9) Diagnóstico em Medicina
Diallah Karim (Canadá), Anthony Harnden (Nova Zelândia) e colaboradores, pelo artigo “Dor ao Passar Sobre Redutores de Velocidade no Diagnóstico da Apendicite Aguda: Estudo da Acurácia Diagnóstica”, em que calcularam a validade do diagnóstico de apendicite aguda, com base na intensidade da dor sentida pelos pacientes ao passar de carro sobre lombadas.
10) Fisiologia e Entomologia
Justin Schmidt (Estados Unidos), criador do “Índice Schmidt de Dor em Picadas de Insetos”, dividiu o prêmio com o conterrâneo Michael Smith que se deixou picar por abelhas em 25 regiões do corpo, para identificar quais as menos dolorosas (cabeça, ombros e ponta dos dedos dos pés) e as mais dolorosas (narinas, lábio superior e dorso do pênis).
O título dos trabalhos? “Atividades hemolíticas das Picadas de Insetos Venenosos” e “Índice de Dor à Picada de Abelha de Acordo com a Localização no Corpo”.
A intenção do IgNobel não é ridicularizar a ciência, mas ressaltar que aquisições científicas eventualmente parecem estranhas, e que a melhor ciência pode ser atacada pelos que não a compreendem, enquanto a de má qualidade muitas vezes é reverenciada apesar de absurda.