Miastenia gravis é uma doença que pode se manifestar em qualquer idade, mas que costuma acometer mais mulheres do que homens, entre 20 e 35 anos.
A principal característica da miastenia gravis é a fraqueza muscular decorrente de distúrbios nos receptores de acetilcolina localizados na placa existente entre os nervos e os músculos. Isso interfere na transmissão do impulso nervoso e provoca o enfraquecimento dos músculos estriados esqueléticos.
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A doença pode manifestar-se em qualquer idade, mas acomete mais as mulheres do que os homens, entre 20 e 35 anos. Depois dos 60 anos, essa relação se inverte.
Há duas formas de miastenia: a autoimune, ou adquirida, e a congênita. Na autoimune, a resposta imunológica se volta contra os componentes da placa motora responsável pela transmissão do estímulo nervoso que faz o músculo contrair. Na congênita, os anticorpos produzidos pela mãe passam pela placenta e atingem o feto.
Não se conhecem as causas da miastenia gravis. Em alguns pacientes, há relação entre a doença e tumores do timo, uma glândula ligada ao sistema imunológico e que produz anticorpos.
Sintomas
- Fadiga extrema;
- Fraqueza muscular;
- Dificuldade para mastigar e engolir;
- Falta de ar;
- Voz anasalada;
- Pálpebras caídas (ptose palpebral);
- Visão dupla (diplopia).
Em geral, os sintomas variam de intensidade no decorrer de um mesmo dia e pioram com esforço físico, agitação, infecções e altas temperaturas.
Diagnóstico
O diagnóstico clínico de miastenia gravis fundamenta-se na história do paciente e é complementado pelo exame de eletroneuromiografia com estimulação nervosa repetitiva e pela dosagem dos anticorpos contra os receptores da acetilcolina.
O uso de uma injeção de prostigmina, substância que ajuda a recuperar a força muscular por algum tempo, pode ser útil para confirmar a suspeita da enfermidade.
Tratamento
Ainda não existe cura para a miastenia gravis, mas existem medicamentos que favorecem a permanência da acetilcolina na junção neuromuscular e outros que reduzem a produção de anticorpos contra os receptores da acetilcolina. Os cortiscosteroides e os imunossupressores são também recursos farmacológicos utilizados no tratamento dessa moléstia.
A plasmaferese (troca de plasma) tem-se mostrado útil em alguns casos, mas apresenta o inconveniente de produzir efeitos de curta duração.
Os resultados da retirada do timo são discutíveis.
Recomendações
- Portador de miastenia pode levar vida praticamente normal, desde que respeite algumas limitações e tome os remédios nas doses indicadas;
- Dirigir automóveis, especialmente à noite, é uma atividade não recomendada para esses pacientes;
- Situações críticas de fraqueza muscular com comprometimento respiratório exigem internação hospitalar imediata;
- Nos grandes centros, há hospitais públicos que oferecem tratamento de qualidade para a miastenia.