Hemangioma infantil

Hemangiomas são formados por uma concentração anormal de vasos sanguíneos. Eles podem aparecer em qualquer fase da vida e em diferentes órgãos, mas são mais comuns na infância.

mão de mulher segura braço de bebê com hemangioma infantil

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O hemangioma infantil é comum na infância e costuma desaparecer após o primeiro ano de vida sem deixar sequelas.

 

Hemangioma é um tumor benigno comum na infância. Ele é formado pela proliferação excessiva e desordenada de minúsculos vasos sanguíneos que se acumulam na pele, ou em órgãos internos.  A lesão vascular pode ser congênita, ou surgir nas primeiras semanas de vida da criança. Inicialmente, consiste num sinal plano, vermelho e brilhante (lembra a cor do morango e da framboesa), que se instala na camada superior da pele, no tecido subcutâneo, ou adquire uma tonalidade azulada, quando situada em regiões mais profundas.

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De crescimento rápido na infância, a lesão inicial pode transformar-se num nódulo ou pápula saliente que, dependendo da localização e extensão, pode prejudicar a visão, a audição e até mesmo dificultar a respiração, se as vias aéreas forem atingidas. Especialmente nas crianças, hemangiomas parecem ter predileção pela pele do rosto e do couro cabeludo, do tronco e das costas.

Durante o primeiro ano de vida, hemangiomas mantêm um padrão regular de crescimento (fase proliferativa). Depois, entram numa fase de repouso na qual o tecido vascular anormal começa a regredir lenta, gradual e espontaneamente. Essa fase é chamada de involução espontânea do tumor. Aos 10/12 anos da criança, em geral, da má-formação só resta um sinal descolorido e um pouco proeminente na região antes ocupado pela lesão.

Em sua maioria, os hemangiomas são lesões únicas que acometem mais as meninas, os bebês prematuros com baixo peso e pele branca, cujas mães se submeteram a exames invasivos durante a gravidez. Por exemplo: a biópsia de placenta e a aspiração de líquido amniótico.

Existem diferentes tipos de hemangiomas. Quanto à localização, eles podem ser classificados em superficiais, profundos ou mistos. Embora sejam mais frequentes na infância, podem surgir em qualquer idade, até mesmo na velhice e acometer diferentes órgãos.

 

Causas do hemangioma infantil

 

Ainda não foi bem estabelecida a causa dos hemangiomas infantis. Pesquisas indicam que, provavelmente, se trata de um evento multifatorial, que inclui elementos hormonais, genéticos, mecânicos e ambientais, e envolve o mau funcionamento do sistema vascular do embrião nas primeiras semanas da gestação materna.

 

Sintomas do hemangioma infantil

 

Os principais sintomas são as manchas vermelho vivo ou arroxeadas, de diferentes tamanhos e textura, que podem surgir na superfície da pele ou em órgãos internos, como o fígado, o trato gastrointestinal, a laringe, pâncreas, baço, bexiga, pulmões, e bolsas sinoviais, entre outros. O que mais chama a atenção e incomoda, porém, é o comprometimento estético que essas lesões conferem.

Em geral, os hemangiomas são assintomáticos, embora sensíveis ao toque. Situados em órgãos internos, não raro passam despercebidos. Quando afetam áreas da pele mais expostas ao atrito – aquelas em contato com a fralda, por exemplo – ou que recebem maior pressão, podem ocorrer sangramentos e a formação de feridas que doem e demoram a cicatrizar.

Hemangiomas sangram facilmente, porque são muito vascularizados. Nesses casos, aplicar uma compressa gelada, por 15 minutos, no mínimo, pode ajudar a estancar o sangue.

 

Diagnóstico do hemangioma infantil

 

O diagnóstico do hemangioma cutâneo leva em conta os sinais característicos da proliferação excessiva dos vasos sanguíneos perceptíveis no exame clínico.

Importante destacar que os hemangiomas podem ser diagnosticados em qualquer idade. Muitos demoram a ser identificados, porque se localizam em órgãos de difícil acesso. Por isso e porque custam a manifestar sintomas, a ocorrência de alterações típicas da condição acaba sendo percebida durante a realização dos exames de rotina.

Exames de imagem, como ultrassonografia com doppler, ressonância magnética e tomografia computadorizada, são úteis para avaliar as características do hemangioma e estabelecer o diagnóstico diferencial com outras más-formações vasculares.

 

Complicações do hemangioma infantil

 

Hemangiomas superficiais costumam desaparecer por involução espontânea ainda na infância. Entretanto, num número pequeno de casos, podem ocorrer complicações que merecem ser avaliadas. A ulceração é a mais frequente de todas e pode vir acompanhada de sangramentos, formação de feridas, de cicatrizes e infecções secundárias, que demandam tratamento médico individualizado.

Dependendo da localização anatômica, do tamanho e da profundidade do tumor, sua presença pode promover complicações funcionais ou estéticas nos órgãos adjacentes, que demandam tratamento porque podem pôr a vida da criança em risco. Entre elas, vale citar a insuficiência cardíaca congestiva, alterações da visão e da audição, comprometimento da respiração e a ocorrência de deformidades permanentes.

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Tratamento do hemangioma infantil

 

De maneira geral, o tratamento dos hemangiomas infantis limita-se a acompanhar, com regularidade, a evolução do quadro, que costuma ser benigno, autolimitado e de regressão espontânea.

Quando se faz necessário intervir, entre as várias opções terapêuticas, o médico pode selecionar a que melhor atende às necessidades de cada criança.

Utilizados há bastante tempo para tratar a hipertensão arterial também dos adultos, atualmente os betabloqueadores constituem o medicamento de escolha para tratamento do hemangioma infantil. Sob duas formas diferentes de apresentação: 1) gel de uso tópico para ser aplicado nas lesões pequenas e superficiais, e 2) solução oral de propranolol para as lesões maiores e mais invasivas – essa abordagem clínica tem-se mostrado eficaz e bem tolerada na infância.

Entretanto para crianças que não respondem bem ao tratamento com betabloqueadores ou não podem valer-se dessa classe de fármacos, os corticosteroides representam outra possibilidade terapêutica.

Nos dois casos, a intervenção deve ser precoce e é preciso estar atento à resposta dos pacientes, em virtude dos efeitos adversos que a medicação pode provocar.

Os procedimentos cirúrgicos ficam reservados para os casos em que há necessidade de remover a lesão e os tecidos adjacentes, porque sua presença aumenta o risco de complicações e pode induzir o agravamento dos sintomas. Nesse sentido, técnicas terapêuticas, como a 1) a aplicação de laser visando à remoção do hemangioma e ao clareamento das lesões;  2) a embolização (procedimento que tem por objetivo interromper o fluxo sanguíneo que alimenta o tumor e sobrecarrega o coração) e 3) a excisão cirúrgica (retirada e sutura da lesão cutânea e tecidos saudáveis ao redor), assim como o tratamento com fins estéticos, devem ser discutidos e avaliados por especialistas – pediatras, dermatologistas, cirurgiões vasculares, cirurgiões plásticos –  considerando os benefícios e riscos inerentes que cada intervenção terapêutica pode representar.

 

Perguntas frequentes sobre hemangioma infantil

 

Hemangioma infantil tem cura?

A maioria dos hemangiomas sofre uma redução gradual após o primeiro ano de vida e desaparece espontaneamente antes dos 10 anos de idade. Hemangiomas menos superficiais podem gerar complicações estéticas e funcionais que demandam tratamento.

 

Hemangioma infantil tem tratamento?

Na maioria dos casos, o tratamento dos hemangiomas infantis limita-se a acompanhar a evolução do quadro, que costuma ser benigno, autolimitado e de regressão espontânea.

Quando se faz necessário intervir, entre as várias opções terapêuticas, o médico pode selecionar a que melhor atende às necessidades de cada criança.

Entre os principais tratamentos estão: 1) os betabloqueadores, em gel tópico ou em solução oral de propanolol; 2) os corticoesteroides, para as crianças que não respondem bem ao tratamento com betabloqueadores ou não podem valer-se dessa classe de fármacos.

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