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Doença de Peyronie

Homem acima de 50 anos em consulta médica
Publicado em 20/04/2011
Revisado em 06/06/2023

A doença de Peyronie se manifesta normalmente depois dos 50 anos e tem como principal sintoma a presença de nódulo, palpável ou não, associado à dor e à curvatura do pênis durante a ereção.

 

A principal característica da doença de Peyronie é o desenvolvimento de uma placa fibrótica ou de um nódulo que se instalam na túnica albugínea — estrutura que envolve os corpos cavernosos –, comprometem sua elasticidade e impedem que eles se expandam normalmente, o que dificulta a ereção, pois esses distúrbios provocam distorções na forma e inclinação do pênis.

 

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A doença de Peyronie se manifesta, em geral, depois dos 50 anos, mas eventualmente acomete homens jovens. Alguns meninos podem apresentar uma alteração da curvatura peniana chamada pênis curvo congênito, provocada pela desproporção entre o tamanho maior dos corpos cavernosos e menor da uretra, mas que só requer tratamento se prejudicar o desempenho sexual no futuro.

 

Causas

 

Não estão bem definidas as causas da doença, mas pequenos traumatismos ocorridos durante a relação sexual podem resultar em cicatrizes que interferem na ereção.

Estudos estão mostrando que existe uma associação da doença de Peyronie com doenças reumatológicas, diabetes e uso de betabloqueadores para controlar a hipertensão arterial.

Embora não se possa dizer que seja uma doença de caráter hereditário, parece que a incidência é maior em homens da mesma família.

 

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Sintomas

 

Presença de nódulo, palpável ou não, associado à dor e à curvatura do pênis durante a ereção. Essa curvatura faz com que ele se posicione para baixo, para cima ou para o lado.

Muitos pacientes ficam tão abalados, quando os sintomas se instalam, que perdem a capacidade erétil por causa da ansiedade.

 

Diagnóstico

 

O diagnóstico é basicamente clínico e, quanto antes seja feito, melhor para o resultado do tratamento. Raramente se faz necessário recorrer ao exame de ressonância magnética para visualizar a placa fibrótica e estabelecer o diagnóstico.

 

Tratamento

 

Em 20% dos casos de doença de Peyronie, as placas desaparecem espontaneamente, sem tratamento algum, em um ano e meio, dois anos. Quando o problema persiste, alguns medicamentos que agem no metabolismo das células produtoras da fibrose apresentam bons resultados.

Esgotadas essas possibilidades, só depois de dois anos de evolução da doença e apenas quando a alteração prejudica a atividade sexual, o que ocorre em menos da metade dos casos, o paciente é encaminhado para cirurgia. A anestesia é geral ou de bloqueio peridural ou raquidiano.

Existem duas técnicas cirúrgicas que podem ser usadas para corrigir a curvatura do pênis. A primeira tenta compensar o desvio, fazendo uma prega no corpo cavernoso do lado oposto àquele em que se situa a placa. O inconveniente dessa técnica é interferir no tamanho do pênis, que fica menor. A outra consiste em fazer uma incisão em forma de H para liberar na placa. Em seguida, coloca-se um enxerto (um fragmento da veia safena ou de pericárdio bovino) no local da lesão. Em 90% dos casos os resultados são satisfatórios: retifica-se o pênis sem comprometer a capacidade de ereção.

 

Recomendações

 

  • Não se aflija com a presença de uma placa ou um nódulo característicos da doença de Peyronie, se eles não interferem na atividade sexual. Nesses casos, não há sequer necessidade de tratamento clínico ou cirúrgico;
  • Procure manter a calma e controlar a ansiedade. Esta, sim, pode ser responsável pela perda da capacidade erétil;
  • Lembre-se de que o uso de aparelhos para aumentar o tamanho do pênis agrava o trauma responsável pela formação da placa e piora o quadro;
  • Saiba que a doença de Peyronie é benigna e, mesmo sem tratamento, não representa nenhum risco para a saúde de seus portadores.
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