Hipertensão pulmonar consiste em um conjunto de alterações que dificultam a passagem do sangue pelas artérias e veias pulmonares. É sintoma cansaço progressivo, que piora com o tempo e com esforços cada vez menores.
Hipertensão pulmonar é a denominação dada a um conjunto de alterações que dificultam a passagem do sangue pelas artérias e veias pulmonares. Esse processo pode sobrecarregar o coração e causar cansaço e desmaios. Em casos muito graves, pode haver necessidade de internação e de transplante pulmonar.
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Mecanismos da doença
A oxigenação do sangue e a eliminação de gás carbônico (CO2) ocorrem nos pulmões. Esse processo chama-se troca gasosa. Ao contrário do que intuitivamente se pensa, nos pulmões não há somente ar; quase metade de todo o nosso sangue está lá. Quando as células musculares do corpo precisam de mais oxigênio, o coração bate mais rápido para que a troca gasosa ocorra de acordo com a necessidade do organismo.
A pressão sanguínea normal nos vasos pulmonares é relativamente baixa se comparada com aquela que o médico mede no braço do paciente, a pressão arterial sistêmica, porque esses vasos precisam ter a capacidade de acomodar grandes quantidades de sangue, quando há uma necessidade maior de oxigenação. Se eles fossem duros e incapazes de receber quantidades variáveis de sangue, não conseguiríamos aumentar a troca gasosa e o resultado seria o mesmo que abrir uma torneira muito grande, de onde saisse muita água, numa pia com ralo muito pequeno: a água não teria como escoar e iria acumular-se na pia. Portanto, os vasos sanguíneos pulmonares funcionam como um ralo que regula seu diâmetro conforme a variação da quantidade de sangue, ou seja, de água que chega, para que a pia nunca corra o risco de transbordar.
Na hipertensão pulmonar, ao contrário, o sangue não consegue fluir bem pelos pulmões e se acumula, sobrecarregando o coração que tem de fazer cada vez mais força para impulsioná-lo adiante.
Existem vários mecanismos celulares e moleculares que causam a hipertensão pulmonar. Eles não estão sempre presentes em todas as pessoas. Nos portadores de doenças autoimunes, como a esclerodermia, HIV, esquistossomose, anemia falciforme, entre outras, o risco de desenvolvê-la é maior. Em algumas pessoas, porém, não se consegue identificar a causa da doença, o que caracteriza o diagnóstico de hipertensão arterial pulmonar idiopática.
Sintomas e diagnóstico
Geralmente, a pessoa apresenta cansaço progressivo, que piora com o tempo e com esforços cada vez menores, e falta de ar. Podem também ocorrer desmaios. É comum o paciente relatar que um ano atrás se cansava para andar cinco quarteirões e agora se cansa para subir dez degraus ou para tomar banho.
Não é fácil estabelecer o diagnóstico da hipertensão pulmonar. Muitas vezes, ele é feito, quando o médico está investigando a causa de sintomas como cansaço inexplicável ou falta de ar.
A hipertensão pulmonar pode produzir alterações na radiografia de tórax, no eletrocardiograma e nos exames de sangue. Entretanto, grande parte dos diagnósticos surge da alteração presente no ecocardiograma. Quando a pressão estimada é maior do que 35 mmHg, em geral, se faz uma investigação mais aprofundada, que pode exigir o exame de cateterismo da artéria pulmonar.
Tratamento
Muitas situações clínicas podem fazer com que a pressão do sangue dentro dos pulmões esteja aumentada. Felizmente, nem toda elevação da pressão significa uma doença grave e, muitas vezes, não é necessário tomar remédios específicos para revertê-la. Entretanto, há situações que exigem a indicação de anticoagulantes, diuréticos, vasodilatadores e de medicamentos que ajudem o coração a trabalhar melhor. Em casos extremos, que não respondem ao tratamento clínico, pode ser necessário realizar um transplante de pulmão.
Prevenção
Infelizmente, não existe indicação específica para preveni r o aparecimento da hipertensão pulmonar. Como regra geral, recomenda-se não fumar, evitar a obesidade e manter-se ativo. No passado, alguns anorexígenos (remédios para emagrecer) como a fenfluramina e a dexfenfluramina estavam associados à maior incidência de hipertensão pulmonar, mas esses remédios já foram banidos do mercado. Portadores de doenças crônicas, especialmente as autoimunes, pulmonares, cardíacas, renais e hepáticas devem conversar com seus médicos a respeito da possibilidade de desenvolverem hipertensão pulmonar.
Atenção: lembre que o fato de um ecocardiograma sugerir a presença de hipertensão pulmonar não é suficiente para definir esse diagnóstico. Converse com seu médico antes de imaginar que tem uma doença grave ou complicada.