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Diabéticos e hipertensos devem fazer exames para detectar disfunção renal

Publicado em 15/03/2013
Revisado em 11/08/2020

Taxa de incidência entre os brasileiros é bem alta, cerca de 10 milhões de pessoas. Pessoas com diabetes e hipertensão têm maior risco de disfunção renal.

 

Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia informam que cerca de 10 milhões de brasileiros possuem algum tipo de disfunção nos rins, órgãos que filtram o sangue e removem substâncias indesejadas do corpo. A cada dia, os rins filtram 180 litros do nosso sangue, limpando-o continuamente.

O nefrologista Lúcio Requião, diretor da Sociedade Brasileira de Nefrologia, esclarece que a doença renal crônica ocorre quando essa função de filtragem não ocorre normalmente. Como é um doença “silenciosa”, ou seja, não apresenta sintomas, muitos não se dão conta de que estão com o problema. “Às vezes, o indivíduo só percebe no estágio final, quando precisa fazer diálise (processo artificial que substitui a função dos rins). Há aproximadamente 100 mil brasileiros nessa fase [da doença], mas infelizmente a maioria morre sem ter acesso a terapia.”

 

Veja também: Entrevista completa sobre diálise

 

Por isso, o especialista reforça que aqueles que apresentam algum dos fatores de risco para a incidência de disfunção renal, como pressão alta e diabetes, ou pessoas que utilizam remédios sem prescrição médica devem realizar exames pelo menos uma vez ao ano. A hipertensão altera o funcionamento dos rins, pois deixa os vasos sanguíneos dos órgãos mais rígidos, tornando a função renal deficiente. Isso prejudica o trabalho de filtragem, sobrecarregando o coração e interferindo na pressão arterial. Esse círculo vicioso  pode resultar na morte por doença cardiovascular.

Os que sofrem de diabetes costumam perder proteína pela urina, o que acarreta lesões nos rins.“Por meio de um exame de urina e da dosagem de creatina no sangue é possível obter o diagnóstico. Eles são baratos, simples de realizar e também estão disponíveis na rede pública. O quanto antes o indivíduo souber que tem a doença, mais eficiente pode ser o controle da sua progressão.”

Se um paciente apresentar tais fatores de risco e receber o diagnóstico de doença renal crônica em estágio ainda não avançado, pode ser possível controlar a enfermidade sem necessidade de fazer diálise, apenas mudando de hábitos. “Se, por exemplo, o indivíduo tiver diabetes, basta fazer o controle da alimentação. Se for hipertenso, precisará controlar a pressão arterial, ingerir menos sal, consumir menos carne vermelha e gorduras. E quem fuma, deve parar”, orienta Requião

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