O queloide caracteriza-se pelo crescimento anormal de tecido cicatricial que se forma no local de um traumatismo, corte ou cirurgia na pele.
“É uma alteração benigna, na qual ocorre uma perda dos mecanismos de controle que normalmente regulam o equilíbrio do reparo e regeneração de tecidos. São cicatrizes altas, escuras e muitas vezes dolorosas (nódulos fibrosos)”, explica Silvana Lessi Coghi, dermatologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
A médica destaca que os queloides podem causar constrangimento e baixa autoestima, dependendo da localização. Além disso, os pacientes relatam sintomas como coceira, dor local e sensação de queimação e escurecimento da pele na região.
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Fatores de risco para os queloides
Segundo a especialista, os fatores de risco para os queloides incluem cortes e queimaduras pequenas até lesões mais extensas. Tatuagens também aumentam o risco de desenvolvimento desse tipo de cicatriz.
“Pessoas de etnias negra e asiática, assim como mulheres, têm maior risco de ter queloide também. A frequência de desenvolver queloides em pessoas de pele pigmentada é 15 vezes maior”, completa.
Os queloides podem surgir em qualquer área do corpo, desde que a pessoa tenha tendência. “Existem também os queloides espontâneos, que são mais raros e podem ocorrer sem trauma ou cirurgia, principalmente no tórax, ombros e braços”, explica a dra. Silvana.
Formas de prevenção e tratamento
Para prevenir o aparecimento de queloides, é importante que o médico tenha o histórico pessoal e familiar do paciente em relação às cicatrizes e queloides antes de qualquer tipo de cirurgia. Além disso, de acordo com a dermatologista, o uso de curativos à base de silicones, como fitas de silicone, ajuda na prevenção.
“Pessoas com tendência devem ficar alertas. Ao sinal de qualquer inflamação, com sintomas como vermelhidão, coceira, infecção em lugares com trauma (como piercing, brinco no furo de orelha), elas devem procurar o dermatologista para tratar com pomadas cicatrizantes e prevenir a formação de queloides”, orienta.
Em relação ao tratamento, ela explica que uma das opções é a infiltração de medicamentos, sendo que a grande maioria age reduzindo a síntese de fibroblastos (células da derme, a segunda camada da pele, que produzem colágeno). No queloide, há uma produção exagerada de fibroblasto, o que leva à produção de colágeno em excesso, fazendo a cicatriz crescer e ultrapassar o limite da ferida.
“A cirurgia pode ser uma opção em alguns casos, porém, deve sempre se considerar o risco de recidiva da lesão ou piora. Deve ser uma decisão conjunta entre médico e paciente”, conclui a médica.
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