Piebaldismo é uma alteração na pigmentação da pele bastante confundida com vitiligo, mas é importante entender a diferença entre as duas condições.
Quando pensamos em manchas brancas na pele, pensamos em vitiligo, e até lembramos de alguns exemplos, como o caso do cantor Michael Jackson, a modelo Winnie Harlow, a ex-bbb Natália Deodato e muitos outros.
Mas existe outra condição chamada piebaldismo, que também é responsável pela ausência de pigmentação na pele. Aqui, há um exemplo fictício, porém clássico, para entendermos melhor o problema: a personagem Cruella de Vil, do desenho dos 101 dálmatas, que tem um mecha inteiramente branca no cabelo.
Apesar de na aparência pessoas com piebaldismo serem confundidas com indivíduos com vitiligo, existem diferenças entre as duas condições que impactam tanto na qualidade de vida quanto nos cuidados necessários com a pele.
“O que é importante diferenciar: pacientes com piebaldismo já nascem com essa alteração, as manchas brancas, que chamamos de acrômicas (manchas com ausência de melanina), podem aparecer em qualquer lugar do corpo, mas o mais característico é ter uma mancha em formato de triângulo na testa, e junto com essa mancha branca acaba tendo uma mecha de cabelo também esbranquiçada, esse é o padrão mais característico da doença”, acrescenta a dra. Maria Fernanda Spada, dermatologista titulada pela SBD, especialista em cosmiatria e tricologia.
O que é piebaldismo?
O piebaldismo é uma condição genética, estética e, em caso de um dos genitores com a dermatose, pode ser passada para os filhos (50% de risco), porque é uma condição geneticamente determinada, chamada de padrão de herança autossômica dominante.
Isso ocorre porque existe uma alteração na produção da melanina, que é o pigmento responsável pela cor da pele. Em alguns casos, o indivíduo também pode apresentar sobrancelhas e cílios esbranquiçados, além da mecha do cabelo.
Qual a principal diferença entre piebaldismo e vitiligo?
A dermatologista explica que a principal diferença no diagnóstico de piebaldismo e vitiligo, que também tem essa ausência de melanina, é como a condição se manifesta.
No caso de pacientes com vitiligo, as manchas brancas na pele (também chamadas de lesões) começam a aparecer no decorrer da vida, seja na infância ou só na fase adulta, e podem aumentar com o passar do tempo.
Além disso, elas também podem ser desencadeadas conforme o histórico de cada paciente. Muitas pessoas que têm vitiligo começaram a apresentar as lesões na pele após vivenciarem algum tipo de trauma. Por isso, se faz necessário o acompanhamento psicológico também.
Já no piebaldismo, o paciente já nasce com essa alteração e as manchas não aumentam ao longo do desenvolvimento, ou seja, a ausência da pigmentação tende a se manter onde ela já se manifestou e de forma estável.
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Como é feito o diagnóstico e o tratamento?
“O diagnóstico é clínico porque o paciente já nasce com a doença”, pontua a dra. Maria Fernanda. É uma condição que não tem cura, porém não é contagiosa e não impacta no desenvolvimento saudável do indivíduo.
Por outro lado, faz parte do tratamento a atenção à região da mancha com o uso de filtro solar, porque como é uma área que não tem produção de melanina, o paciente tem mais risco de queimaduras. “O contato direto com o sol sem proteção também pode desencadear bolhas e tornar a região suscetível ao câncer de pele”, completa a dermatologista.
Autoestima, bullying e alternativas estéticas
Por ser uma condição que afeta diretamente a parte estética do indivíduo, é importante aumentar a disseminação de informação sobre essa condição e reforçar em casa e nas escolas que nenhum ser humano é igual ao outro.
Muitas crianças, quando apresentam condições diferentes das outras, acabam sofrendo bullying, o que impacta no desenvolvimento da sua autoestima e também no seu amadurecimento sócio-emocional.
Isso também vale para pessoas que já estão na fase adulta, principalmente aquelas que trabalham com o público e podem sofrer preconceitos devido às características visíveis da condição.
Mas hoje já existem alternativas que podem ajudar pacientes que não se sintam bem com as manchas, como é o caso das maquiagens. Algumas bases e corretivos já oferecem alta cobertura da pele, além da proteção com filtro solar.
Por isso, apesar de não ser uma condição que afete a saudabilidade do organismo, os pacientes podem manter consultas regulares com um dermatologista de confiança para alinhar essas alternativas estéticas sem agredir outras áreas da pele.
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