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Dermatologia

Celulite infecciosa: é preciso ter atenção às alterações na pele

Publicado em 14/02/2023
Revisado em 10/02/2023

Inflamação grave na pele precisa de cuidados imediatos. Se não tratada corretamente, pode desencadear outros problemas.

 

Quando ouvimos a palavra celulite, a primeira coisa que vem à cabeça são aqueles buraquinhos que normalmente aparecem na região das coxas e das nádegas devido ao acúmulo de gorduras. Mas, na verdade, essa condição é chamada de lipodistrofia, que ocorre quando há uma disposição anormal na distribuição de gorduras no organismo.

Já a celulite infecciosa, diferente da celulite “popular”, é uma doença que atinge as camadas mais profundas da pele devido a uma infecção bacteriana, que pode se espalhar rapidamente pelo organismo. 

 

O que é celulite infecciosa?

A celulite infecciosa é uma inflamação na pele causada por bactérias, e apesar de comum, é considerada grave e exige tratamento imediato.

Segundo a médica Maria Fernanda Spada, dermatologista titulada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e especialista em cosmiatria e tricologia, essa inflamação acomete, na maioria dos casos, os adultos acima de 45 anos, e atinge principalmente as regiões dos membros inferiores. Também pode acometer crianças na fase pré-escolar, principalmente na região da face próxima aos olhos,  embora com menos frequência.

Para compreender o quão grave a infecção pode se tornar, é preciso entender que a pele humana possui três camadas protetoras: a epiderme, a derme e a hipoderme (camada subcutânea), e cada uma delas também tem subcamadas com funções específicas para proteção do nosso organismo.

No caso das celulites infecciosas, as bactérias atingem principalmente a derme e hipoderme, que são as camadas mais profundas, comprometendo principalmente os tecidos moles e se estendendo profundamente na pele, podendo chegar aos vasos sanguíneos.

“Existem duas bactérias principais que causam essas infecções, que é Staphylococcus aureus e Streptococcus beta hemolítico, principalmente do Grupo A. Mas existem vários fatores de riscos que fazem com que o paciente desenvolva essa condição, como traumas na pele que rompem as barreiras de proteção – machucados, picadas, úlceras, entre outros, que se tornam portas de entrada para essas bactérias”, explica a dermatologista.

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Quais os principais sintomas?

Entre os sintomas mais comuns estão: 

  • vermelhidão; 
  • dor no local inflamado;
  • inchaço (edema); 
  • calor no local da lesão;
  • mal-estar;
  • febre alta.

Os dois últimos são sintomas de casos ainda mais graves. Além disso, pacientes com a imunidade comprometida devem buscar ajuda médica a qualquer sinal desses sintomas.     

 

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é clínico, levando em consideração as queixas e os sintomas apresentados durante a consulta. Médicos especializados em dermatologia e infectologistas são os mais indicados para diagnosticar e tratar essa patologia.

Em alguns casos, quando há internação do paciente, também são realizados exames específicos de acordo com a ficha médica para descartar outras comorbidades associadas que podem agravar ainda mais o quadro.

Em pacientes com problemas de saúde já diagnosticados, como pessoas com diabetes,  obesidade e munossupressão, os cuidados para fechar o diagnóstico corretamente são intensificados.

“Vale a pena falar de diagnósticos parecidos com a celulite infecciosa, como o caso da erisipela, pois clinicamente, os sintomas são os mesmos, a diferença é que a erisipela é um processo inflamatório da pele mais superficial, ela tende a acometer a epiderme, enquanto a celulite acomete a derme e a hipoderme (camada subcutânea), que já são mais profundas”, complementa a médica. 

 

Como é realizado o tratamento?

O tratamento é medicamentoso, com necessidade de prescrição de antibiótico oral para os casos mais leves e nos casos mais graves (com ou sem internação), é indicado que o medicamento seja administrado de forma injetável, por necessitar de uma dose maior. 

O tratamento começa a mostrar bons resultados até 10 dias após o início da medicação. Além disso, pode ser recomendado o uso de analgésicos para aliviar as dores durante o tratamento. 

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Pode oferecer outros perigos à saúde?

Por se tratar de uma infecção bacteriana que se espalha rapidamente pelo organismo, a celulite infecciosa pode desencadear outros problemas quando não diagnosticada e tratada corretamente.

“Se o quadro evolui sem tratamento, o paciente pode apresentar um quadro de abscesso ou até uma sepse, que é uma infecção generalizada bem grave”, alerta Maria Fernanda.

Por isso, é importante manter a saúde em dia e procurar um médico ao menor sinal de infecção na pele.

 

Sobre a autora: Gabriella Zavarizzi é jornalista especializada em conteúdos digitais. Tem interesse em assuntos relacionados a neurociências, saúde mental, autismo, TDAH e primeira infância.

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