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Pediatria

Anvisa estabelece diretrizes para vacinação de crianças contra a covid-19

criança recebendo vacina em campanha de vacinação contra covid
Publicado em 07/01/2022
Revisado em 27/01/2022

Anvisa lança diretrizes que devem orientar a vacinação de crianças contra a covid.

 

No dia 5/1/21, o Ministério da Saúde lançou plano para vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19.

Na última quinta-feira (6/1/22), integrantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reuniram com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) para acertar as diretrizes de vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19. Essas orientações poderão ser aprimoradas em encontros futuros entre os órgãos.

Veja também: Covid nas crianças

Entre as 17 orientações estão a recomendação para que crianças que completem 12 anos entre a primeira e a segunda dose tomem a dose pediátrica da vacina da Pfizer (Cominarty) e que a vacina contra a covid-19 não seja aplicada de forma concomitante a outras vacinas do calendário infantil.

Veja todas as recomendações da Anvisa:

1. Que a vacinação das crianças nessa faixa etária seja iniciada após treinamento completo das equipes de saúde que farão a aplicação da vacina, uma vez que a grande maioria dos eventos adversos pós-vacinação é decorrente da administração do produto errado à faixa etária, da dose inadequada e da preparação errônea do produto;

2. Que a vacinação de crianças seja realizada em ambiente específico e segregado da vacinação de adultos, em ambiente acolhedor e seguro para a população;

3. Quando da vacinação nas comunidades isoladas, por exemplo nas aldeias indígenas, sempre que possível, que a vacina de crianças seja feita em dias separados, não coincidentes com a vacinação de adultos;

4. Que a sala em que se dará a aplicação de vacinas contra a COVID-19, em crianças de 5 a 11 anos, seja exclusiva para a aplicação dessa vacina, não sendo aproveitada para a aplicação de outras vacinas, ainda que pediátricas. Não havendo disponibilidade de infraestrutura para essa separação, que sejam adotadas todas as medidas para evitar erros de vacinação;

5. Que a vacina Covid-19 não seja administrada de forma concomitante a outras vacinas do calendário infantil, por precaução, sendo recomendado um intervalo de 15 dias;

6. Que seja evitada a vacinação das crianças de 5 a 11 anos em postos de vacinação na modalidade “drive-thru”;

7. Que as crianças sejam acolhidas e permaneçam no local em que a vacinação ocorrer por pelo menos 20 minutos após a aplicação, facilitando que sejam observadas durante esse breve período;

8. Que os profissionais de saúde, antes de aplicarem a vacina, informem ao responsável que acompanha a criança sobre os principais sintomas locais esperados (por exemplo, dor, inchaço, vermelhidão no local da injeção) e sistêmico (por exemplo, febre, fadiga, dor de cabeça, calafrios, mialgia, artralgia) outras reações após vacinação, como linfadenopatia axilar localizada no mesmo lado do braço vacinado foi observada após vacinação com vacinas de mRNA COVID-19.

9. Que os pais ou responsáveis sejam orientados a procurar o médico se a criança apresentar dores repentinas no peito, falta de ar ou palpitações após a aplicação da vacina;

10. Que os profissionais de saúde, antes de aplicarem a vacina, mostrem ao responsável que acompanha a criança que se trata da vacina contra a COVID-19, frasco na cor laranja, cuja dose de 0,2ml, contendo 10 mcg da vacina contra a COVID-19, Comirnaty (Pfizer/Wyeth), específica para crianças entre 5 a 11 anos, bem como seja mostrado a seringa a ser utilizada (1 mL) e o volume a ser aplicado (0,2mL);

11. Que um plano de comunicação sobre essas diferenças de cor entre os produtos, incluindo a utilização de redes sociais e estratégias mais visuais que textuais, seja implementado;

12. Que seja considerada a possibilidade de avaliação da existência de frascos de outras vacinas semelhantes no mercado, que sejam administradas dentro do calendário vacinal infantil, e que possam gerar trocas ou erros de administração;

13. Que as crianças que completarem 12 anos entre a primeira e a segunda dose, permaneçam com a dose pediátrica da vacina Comirnaty;

14. Que os centros/postos de saúde e hospitais infantis estejam atentos e treinados para atender e captar eventuais reações adversar em crianças de 5 a 11 anos, após tomarem a vacina;

15. Que seja adotado um programa de monitoramento, capaz de captar os sinais de interesse da farmacovigilância;

16. Que sejam mantidos os estudos de efetividade das vacinas para a faixa etária de 5 a 11 anos; e

17. Adoção de outras ações de proteção e segurança para a vacinação das crianças, a critério do Ministério da Saúde e dos demais gestores da saúde pública.

 

Sociedade Brasileira de Pediatria

 

Ainda no dia 6/1, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lançou uma nota de repúdio reafirmando a segurança e a necessidade da vacina para crianças de 5 a 11 anos. Veja a íntegra da nota:

“O Brasil deve temer a doença, nunca o remédio!

 

Diante de comentários de autoridades sobre possíveis riscos decorrentes da imunização de crianças de cinco a 11 anos contra a covid-19, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) vem a público reiterar aos pais e responsáveis os seguintes pontos:

1)   A população não deve temer a vacina, mas, sim, a doença que ela busca prevenir, bem como suas complicações, como a covid longa e a síndrome inflamatória multissistêmica, manifestações que consolidam a necessidade da imunização do público infantil.

2)   O acesso das crianças à vacina contra a covid-19 é um direito que deve ser assegurado, o qual conta com o apoio da maioria dos brasileiros, conforme expresso em consulta pública realizada sobre o tema pelo Ministério da Saúde.

3)   A vacinação desse público é estratégia importante para reduzir o número de mortes por conta da covid-19 nessa faixa etária, no Brasil, cujos indicadores são mais expressivos do que em outras nações.

4)   Até o momento, os estudos realizados apontam a eficácia e a segurança da vacina aplicada na população pediátrica, a qual é fundamental no esforço para reduzir as formas graves da covid-19.

5)   A vacina previne a morte, a dor, sofrimento, emergências e internação em todas as faixas etárias. Negar este benefício às crianças sem evidências científicas sólidas, bem como desestimular a adesão dos pais e dos responsáveis à imunização dos seus filhos, é um ato lamentável e irresponsável, que, infelizmente, pode custar vidas.”

O Ministério da Saúde ainda não informou quando a vacinação de crianças deve começar, mas disse que o primeiro lote das vacinas deve chegar no dia 13/1.

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