Em caso de infarto, devo chamar o SAMU ou levar o paciente a um hospital?

Socorristas retiram maca da ambulância para atender paciente.

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Publicado em: 14 de março de 2018

Revisado em: 2 de janeiro de 2024

Entenda por que é mais seguro ligar para o Samu em casos de infarto.  

 

Em uma emergência como o infarto, cada segundo é vital. A vítima deve ser socorrida o mais rápido possível para que a artéria do coração seja desobstruída o quanto antes e se diminuam os riscos de sequelas. Por isso, é importante que quem estiver próximo à vítima saiba agir com rapidez, caso o incidente ocorra em casa, no trabalho ou em qualquer local público.

A primeira orientação é reconhecer os sintomas do infarto. Os principais, que podem aparecer juntos ou isoladamente, são dor e sensação de “aperto” no peito, dor na região do estômago, suor frio e excessivo, palidez, náusea e falta de ar. É sempre bom que pessoas mais próximas, como parentes, conheçam o histórico familiar umas das outras, pois nesses casos é mais fácil identificar uma ocorrência de infarto. Uma vez reconhecidos os sintomas, ligue para o Serviço médico do Samu (192).

Você, como acompanhante, deve adotar alguns cuidados enquanto aguarda a chegada da equipe de resgate. Fique calmo para tranquilizar a vítima. Mantenha-a em repouso em um local ventilado, afrouxe as roupas dela e observe enquanto aguarda.

O ideal é que o paciente seja transportado pela ambulância com equipe preparada para o atendimento, pois o paciente vítima de infarto pode apresentar uma parada cardiorrespiratória

Você pode ter uma avaliação subjetiva e perceber que os sintomas se agravaram. Nesse caso, ligue novamente para o Samu, informe que já acionou o serviço e quer relatar mudança do quadro. Um médico regulador irá orientá-lo conforme sua descrição, então mantenha sempre a calma para falar clara e corretamente com o atendente. De acordo com a recomendação do profissional, você poderá ser orientado a procurar uma forma de levar o paciente por meios particulares ou permanecer no aguardo da equipe de socorro.

“O acompanhante deve levar o paciente por meio particular somente após conversa com o médico regulador do Samu, que irá avaliar sempre o risco e o benefício nos casos em que não houver ambulância disponível ou que o transporte da casa ao hospital seja mais breve que o tempo de chegada do resgate”, aconselha o coordenador de Regulação do Samu, dr. Daniel Ramos.

Além disso, se você for levar o paciente, converse com o médico regulador do Samu sobre a indicação de dar dois comprimidos de ácido acetilsalicílico (AAS),  caso não haja contraindicações. O medicamento ajuda a dissolver coágulos sanguíneos, responsáveis pelo infarto na maioria das vezes .

No caso de o paciente ser levado por algum meio particular, mantenha-o em repouso em posição confortável, com ventilação, e transporte-o de maneira segura, sem manobras bruscas. Se notar que o paciente está piorando, peça para ele tossir, pois a medida eleva a frequência cardíaca e pode evitar uma parada cardíaca por bradicardia (batimentos cardíacos baixos).

ATENÇÃO: Tossir NÃO salva do infarto, como dizem algumas mensagens que circulam pela internet. É somente uma medida usada em casos muito específicos e não tem qualquer poder para reverter a situação.

 

Veja também: Dor do infarto pode se manifestar de formas muito diferentes

 

O que é o Samu?

 

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – Samu é um serviço de socorro destinado ao atendimento inicial a urgências e emergências de saúde que antecede a ação prestada por hospitais ou prontos-socorros. Atende pelo número 192.

O Samu é a melhor forma de atender uma pessoa com suspeita de infarto porque o tratamento começa já na ambulância, diferentemente do caso de se levar a pessoa por conta própria. Lá há medicamentos capazes de desfazer a obstrução e permitir a retomada da circulação, além da equipe que poderá prestar socorro em caso de complicações. “O ideal é que o paciente seja transportado pela ambulância com equipe preparada para o atendimento, pois o paciente vítima de infarto pode apresentar uma parada cardiorrespiratória”, explica o dr. Ramos.

Em 2017, o Samu realizou 19.812 atendimentos referentes a dor no peito não traumática (ou seja, aquelas que não são provocadas por um impacto externo, como uma pancada), com média de 1.650 chamados por mês. Esse tipo de ocorrência representa 5% de um total de 370.757 atendimentos gerados no serviço.

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