O escore de Gleason é uma classificação global utilizada para classificar o grau de malignidade do tumor.
O câncer de próstata é um dos tumores mais incidentes na população masculina, com prevalência relevante a partir dos 50 anos.
Na consulta de rotina, após os exames de toque retal e resultado da dosagem de PSA, se o médico urologista suspeitar de algo, ele pode solicitar uma biópsia da próstata.
A biópsia fica pronta em alguns dias, e contém informações detalhadas como: a classificação do tumor (se é benigno ou maligno) e seu grau de malignidade baseado na escala global denominada escore de Gleason.
“Quando enviamos a biópsia da próstata para análise, o médico patologista vai analisar aqueles fragmentos de acordo com a pontuação de Gleason, que atribui notas baseado na aparência microscópica do tumor. Dentro do tumor, há células que são mais agressivas e outras que são menos. Quanto mais desorganizado aquele padrão de células, dizemos que aquele câncer tem um padrão mais agressivo”, explica o urologista Danilo Galante, membro da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
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Entendendo o escore de Gleason
A escala funciona da seguinte maneira: quando um padrão anormal de células é encontrado nos fragmentos da biópsia, o patologista delimita aquela área e dá notas de agressividade para cada uma delas.
A pontuação de Gleason vai de 1 a 5. As células mais “sadias”, parecidas com as da próstata normal, recebem classificação 1. Já as células mais danificadas e com risco de infiltração para outras partes do organismo, classificação 5.
“Basicamente, são destacados os dois principais padrões dessa célula e atribuídas duas notas. Por exemplo, chega o resultado da biópsia do paciente com um Gleason 4+3. O número que vem primeiro é o padrão mais frequente daquela célula e recebeu 4 pontos. O segundo tipo mais frequente, recebeu 3 pontos. Então, a somatória deles dá 7. Quanto mais baixo o escore, menos agressivo o tumor, e vice-versa”, explica o dr. Galante.
Tumores com Gleason de 2 a 6 apresentam prognóstico mais favorável (muitas vezes não é necessário retirar a próstata e o paciente só fica em acompanhamento frequente), ao contrário dos com Gleason de 8 a 10. Os casos com Gleason 7 são classificados como de médio risco.
Mas é importante salientar que o caráter das células pode confundir a interpretação do médico que avalia o resultado da lâmina, mesmo com exames complementares de imagem. Nessas situações, pode ser solicitado uma nova avaliação com outro patologista, para esclarecer qualquer dúvida no laudo final.