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Câncer renal: doença é silenciosa, mas pode ser prevenida

Descubra se você faz parte do grupo de risco para câncer renal e veja como diagnosticar a doença ainda no início.
Publicado em 28/07/2023
Revisado em 31/07/2023

Descubra se você faz parte do grupo de risco para câncer renal e veja como diagnosticar a doença ainda no início.

 

Ainda que o câncer renal não esteja entre as dez doenças oncológicas mais frequentes no mundo, a neoplasia é considerada o tipo urológico mais letal. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são mais de 12 mil casos por ano no Brasil, mas a falta de informação sobre a doença atrasa o diagnóstico e atrapalha o tratamento.

 

Homens com obesidade, fumantes e hipertensos correm mais risco

Considerada uma doença de baixa incidência, o câncer renal costuma ocorrer em homens acima dos 40 anos, que são o principal grupo de risco para a doença. Os casos aumentam principalmente na faixa entre 85 e 89 anos e são muito menos frequentes em mulheres (um a cada 82 diagnósticos).

Outros fatores que podem levar ao surgimento do câncer renal são:

  • Histórico da doença na família;
  • Obesidade;
  • Hábito de fumar ou utilizar determinadas substâncias químicas com frequência;
  • Condições médicas específicas, como doença renal prévia, cálculo renal, hipertensão e diabetes.

 

Fatores de risco ajudam na hora do diagnóstico do câncer renal

O grande problema do câncer renal é que, na maioria das vezes, ele não apresenta nenhum sintoma. Além disso, não há um método característico de rastreamento, ou seja, exames específicos para diagnosticar a doença precocemente.

É por isso que os pacientes que se encaixam no grupo de risco devem conhecer a doença, realizar acompanhamento médico regular e estar sempre alertas para qualquer sinal do câncer. Em geral, é a presença de outros casos na família que levanta a suspeita.

“Como ele não tem o diagnóstico ainda, pode procurar um generalista, médico de família, clínico geral ou, eventualmente, um oncologista ou urologista”, indica o dr. Denis Jardim, oncologista clínico e líder nacional de tumores genito-urinários do Grupo Oncoclínicas. 

O especialista conduziu o evento “Câncer Renal – Atenção aos sinais”, realizado pela farmacêutica Ipsen no último dia 20 de julho, e chamou atenção para os sintomas que, quando aparecem, costumam ser:

  • Sangue na urina;
  • Dor na lombar, abdômen ou lateral do tronco;
  • Perda de peso;
  • Pressão alta;
  • Cansaço constante;
  • E tosse persistente.

“Se houver a suspeita, o paciente pode levar ao médico o questionamento: será que não vale a pena fazer um exame para um eventual diagnóstico?”, afirma o dr. Denis. O exame mais utilizado é o ultrassom de abdômen, que consegue detectar massas renais ainda em tamanhos pequenos, de 2 a 3 centímetros. A tomografia computadorizada e a ressonância magnética também podem ser úteis.

Caso não seja encontrado nada, o paciente pode buscar a prevenção junto ao especialista. “Quais medidas eu posso realizar para minimizar os fatores de risco? Podem ser mudanças de hábitos de vida, controle do peso, abandono do tabagismo, entre outras estratégias”, diz o oncologista. De acordo com estudos da International Kidney Cancer Coalition, rede internacional de organizações de pacientes com a doença, a prática regular de atividade física, por exemplo, pode reduzir em até 22% os riscos de desenvolver a doença.

Veja também: Câncer de rim: o que você precisa saber | Coluna #135

 

Estou com câncer renal. E agora?

Já se houver o diagnóstico do câncer de rim, é importante conhecer o próprio caso e não ter medo de tirar dúvidas com o médico. Segundo pesquisa realizada em 2018 pelo Instituto Oncoguia, mais da metade dos pacientes não conheciam nada sobre a doença até receberem o diagnóstico. Entre eles, 47% descobriram o câncer já em estágio avançado e 36% com a presença de metástases. 

Além disso, o tempo para definir o diagnóstico e iniciar o tratamento pode ser de mais de dois meses no serviço público de saúde. Sendo assim, quanto mais informação a pessoa tiver sobre o câncer renal, mais precocemente irá identificar a doença e mais rapidamente iniciar o tratamento.

De acordo com o dr. Jardim, as perguntas que o paciente não deve deixar de fazer ao seu médico após o diagnóstico são:

  • “O diagnóstico está bem estabelecido?”: principalmente quando há alguma dúvida diagnóstica ou em relação aos exames, é fundamental garantir que todos estejam certos daquele resultado;
  • “Quais são os focos da minha doença?”: como o câncer pode se espalhar para outras regiões do corpo, é relevante saber se a doença está localizada ou se há algum foco fora do rim que exija novas providências;
  • “Qual é o plano terapêutico?”: o tratamento do câncer renal pode envolver radiofrequência, crioterapia, remoção cirúrgica, imunoterapia ou terapia-alvo. Pergunte ao médico quais são as melhores opções para o seu caso;
  • “O que a gente espera desse tratamento?”: saber quais são os resultados a serem atingidos também faz parte do tratamento, ou seja, se o objetivo é curar a doença ou apenas controlar sua evolução. Também é importante discutir os possíveis efeitos adversos;
  • “Qual é o prognóstico?”: essa é uma pergunta que varia de pessoa para pessoa, mas também pode ser feita durante a consulta.

“Felizmente, as opções terapêuticas evoluíram muito. Atualmente, é possível que o paciente tenha excelentes resultados e com qualidade de vida, a partir de boa informação e tratamentos corretos”, tranquiliza o oncologista.

Veja também: Metástase: por que um câncer se espalha?

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