Os efeitos da luz visível, emitida pelo sol, lâmpadas e dispositivos eletrônicos, na pele vêm sendo cada vez mais estudados.
Que os raios ultravioleta fazem mal à pele quase todo mundo sabe. Emitidos pelo sol, os raios UVA e UVB, que não são visíveis, aumentam o risco de câncer de pele e causam manchas e envelhecimento precoce, em especial em pessoas de pele clara.
A radiação UVB atinge a camada superficial da pele é a mais nociva ao órgão. Ela é a responsável pelas queimaduras solares de quem se expõe muito ao sol e é emitida principalmente entre 10h e 16h. É mais intensa durante os meses mais quentes do ano.
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São os raios UVB os responsáveis pela síntese da vitamina D na pele, hormônio fundamental para a saúde musculoesquelética.
A radiação UVA, emitida durante o ano e o dia todo, danifica a pele de forma cumulativa, pois incide nas camadas mais profundas da pele e pode causar o envelhecimento. Ambas as radiações ultravioletas elevam o risco de câncer de pele.
Nos últimos anos, as campanhas de conscientização para a necessidade do uso de protetor solar antes da exposição ao sol se intensificaram no mundo todo. Mesmo assim, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o câncer de pele é responsável por 33% de todos os diagnósticos de câncer no Brasil.
Embora os efeitos da exposição aos raios ultravioleta sejam bem conhecidos, cada vez mais pesquisadores vêm estudando os possíveis efeitos que a luz visível pode causar à pele.
Luz visível
A luz visível, como o próprio nome indica, é a luz que conseguimos enxergar, responsável pela claridade e emitida pelo sol, lâmpadas e dispositivos eletrônicos como tablets e celulares.
A luz visível é uma forma de radiação eletromagnética, assim como os raios ultravioletas. Como ela penetra a pele de maneira mais profunda, pode causar danos a longo prazo, como manchas e envelhecimento.
“A luz visível também pode causar danos à pele, embora numa proporção menor que a exposição aos raios ultravioleta”, explica a dra. Monalisa Nunes, médica pós-graduada em dermatologia clínica e cirúrgica.
Estudos vêm mostrando que a luz visível, principalmente quando associada aos raios UVA, pode causar lesões na pele, incluindo câncer.
“A luz emitida pelas lâmpadas e por aparelhos eletrônicos como celulares também pode ser nociva à pele, apesar de a gente não sentir os mesmos efeitos de calor que o sol provoca”, afirma a médica Camila Lima.
Outro problema é que esse tipo de radiação não é bloqueada pelos protetores solares químicos, aqueles utilizados para evitar os danos da exposição da pele aos raios ultravioleta.
“Ainda há alguma controvérsia na literatura, mas o mais aceito é que os filtros solares físicos ou minerais, que têm cor, protegem melhor contra os efeitos da luz visível”, afirma a dra. Monalisa.
Esses filtros aderem melhor à pele e refletem a luz solar, mas têm o inconveniente de serem mais densos e de deixarem um resíduo esbranquiçado. No entanto, a indústria de produtos dermatológicos e cosméticos vem evoluindo, com a promessa de lançar novos produtos com texturas mais agradáveis.
“Mesmo quem trabalha em ambientes fechados como escritórios deve usar o protetor solar todos os dias”, ensina a dra. Camila. “Além disso, é recomendável não utilizar os dispositivos digitais como celulares e tablets na cama, para evitar a exposição desnecessária à luz visível”, completa a médica.
Exposição ao sol
Cerca de 10% das nossas necessidades diárias de vitamina D provêm da ingesta nutricional, os outros 90% advêm da exposição da pele à radiação UVB emitida pelo sol.
Assim, é fundamental expor a pele ao sol, mas com cuidado. Deve-se tomar cerca de 10 minutos de sol diariamente, evitando o horário das 10h às 16h.
É importante ressaltar que a exposição deve ser feita com o uso de protetor solar. A SBD recomenda o uso diário de protetores solares químicos, com fator de protecão solar (FPS) 30.
É importante aplicar o produto de forma uniforme 30 minutos antes da exposição solar, para que a pele o absorva. Reaplique o protetor solar a cada 2 horas (o intervalo pode diminuir se houver transpiração excessiva ou se a pessoa ficar muito dentro d’água).
Crianças só devem utilizar o protetor depois dos 6 meses de idade. Além do produto, crianças devem usar barreiras como chapéu e camiseta para evitar queimaduras.