Aos 79 anos, o dr. Drauzio ganhou a mandala por ter completado as seis principais maratonas do mundo.
Com a Maratona de Londres 2022, o dr. Drauzio completou, aos 79 anos, as seis principais maratonas do mundo. Para ele, correr é uma forma de aplicar a disciplina em seu dia a dia, melhorando a qualidade de vida em vários aspectos. É uma forma de manter a saúde para continuar tendo vitalidade. Veja o relato neste vídeo.
Não pode assistir agora? Acompanhe a transcrição a seguir:
Eu acabei de correr uma maratona. Eu viajei, fui lá, corri os 42 quilômetros, não contei pra ninguém que eu ia fazer essa viagem, nada, e, de repente, eu abro o WhatsApp, uma quantidade absurda de mensagens de pessoas dando os parabéns.
Primeiro, é que eu tenho 79 anos, não é comum uma pessoa de 79 anos conseguir correr esses 42 quilômetros. Segundo, porque eu já corri diversas maratonas, entre elas, as que são consideradas as seis maiores do mundo e eu completei a sexta nessa corrida de agora. Isso te dá direito a receber uma medalha. E a organização da maratona disse que eu era o mais velho corredor que tinha ganhado aquela medalha neste ano. E, aí, isso foi publicado, caiu nas redes sociais e as pessoas ficaram sabendo assim. E, depois, porque, com 79 anos, é uma idade razoável, não é?
Por que que eu faço isso? Eu continuo correndo não é pela maratona em si, porque a maratona chega uma hora que você vai chegando ao quilômetro 30, 35, você só quer que acabe aquele sofrimento todo, né, porque é um sofrimento grande. Mas eu faço isso porque isso te obriga a uma rotina de treinamentos. Você não improvisa: “Ah, semana que vem, eu vou correr 42 quilômetros”. Você morre, não chega. Você tem que treinar. Isso obriga a levantar cedo, a ter uma disciplina, põe uma ordem na vida. Se eu tenho que correr amanhã dez quilômetros, 15 ou 20, eu evito sair na noite anterior; se eu sair, eu não bebo porque eu sei que vai atrapalhar. Você começa a se alimentar melhor, começa a ter mais uma disciplina na sua rotina de vida.
Eu cheguei nessa idade, não tenho pressão alta, não tenho diabetes, não tenho obesidade. Consegui um controle da minha saúde que me permite levar uma vida normal. Não quer dizer que eu vá viver até 90 anos. Um outro sedentário, que tenha uma genética mais favorável do que a minha, pode viver muito mais tempo do que eu. Mas o que eu quero é viver bem, enquanto eu tô aqui. Eu quero é estender esse período de vida em que eu consigo ter uma vida ativa, produzir intelectualmente, poder sair com os amigos, conviver com a família, ter uma vida sem limitações.
A vida sedentária faz muito mal pro corpo. Eu quero retardar as doenças que vão surgir, porque todos nós vamos morrer um dia, não é, claro. Quero retardar o máximo possível. Melhor ser assim: trabalhar, fazer, correr, ir pra baixo, pra cima, sem limitações, enquanto for possível. Vai chegar uma hora que não vai dar mais, mas, aí, eu vou saber que eu fiz o melhor que eu pude. Cheguei a quase 80 anos, sem precisar tomar nenhum medicamento e levando uma vida igual à que eu sempre levei.
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