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Vacina contra a covid-19: o que sabemos sobre a 4ª dose?

close em quatro frascos de vacina contra a covid-19. 4ª dose
Publicado em 24/02/2022
Revisado em 25/02/2022

O que dizem os especialistas sobre a 4ª dose da vacina contra a covid-19?

 

Desde que as vacinas contra a covid-19 foram desenvolvidas, a pergunta mais ouvida por especialistas tem sido: de quantas doses precisaremos para nos imunizar contra a doença?

Com exceção da vacina da Janssen, todas as demais fixaram seu esquema vacinal em duas doses, com intervalo variado. Depois de meses acompanhando pessoas vacinadas e com a chegada da Ômicron, variante mais contagiosa, especialistas do mundo todo concordam que o esquema vacinal deverá ser de três doses, e não duas, como inicialmente.

Veja também: Devo realizar testes de anticorpos depois de me vacinar?

Mas e depois de completarmos o esquema primário com três doses, precisaremos de reforço ou booster, como também são conhecidas as doses adicionais ao esquema inicial? Quantas doses extras serão necessárias, e com qual intervalo?

A comunidade científica ainda não tem essa resposta, e ela também vai depender, entre outros fatores, do cenário pandêmico, ou seja, se surgirão novas variantes, se a cobertura vacinal mundial se tornará menos desigual, entre outros.

Até o momento, parece haver consenso em relação à necessidade de uma 4ª dose para as pessoas imunossuprimidas, pois as evidências já mostram que a resposta imunológica desse grupo é mais baixa.

Também não parece haver dúvida de que, até o momento, não há necessidade de se ofertar uma 4ª dose a toda a população. “Os riscos e benefícios de uma 4ª dose ainda não estão claros”, afirma a dra. Denise Garrett, médica epidemiologista e vice-presidente do Sabin Vaccine Institute, nos Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, autoridades sanitárias e infectologistas têm reafirmado essa posição, com base nos dados divulgados em pesquisas como a do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) norte-americano, que revelam que a proteção para hospitalizações cai para 78% após quatro ou cinco meses, número considerado bom.

“O objetivo das vacinas não é prevenir infecção, mas reduzir o risco de internações e óbitos”, salienta a dra. Denise, que também lembra que esses dados foram obtidos das vacinadas aplicadas no país, como as de RNAm (Pfizer e Moderna) e de adenovírus (Janssen).

 

Brasil

 

De acordo com o pediatra e infectologista Renato Kfouri, vice-diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e membro da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (Ctai), que presta assessoria ao Ministério da Saúde, o principal indicador para a necessidade de outra dose é a perda de proteção em quem recebeu três doses. “Acompanhamos as taxas de hospitalizações, e não há, até este momento, nenhuma indicação, em nenhuma faixa etária, de aumento de risco de hospitalização para quem tomou a 3ª dose”, explica.

Para o infectologista Júlio Croda, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e professor da Faculdade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), faltam dados de efetividade para o grupo de pessoas que receberam o esquema primário (duas doses) ou a 3ª dose de CoronaVac. “Todos os dados disponíveis são a respeito de vacinas de RNAm e adenovírus”, ressalta.

Para o especialista, idosos com mais de 75 anos poderiam se beneficiar de uma 4ª dose, visto que a maioria das pessoas dessa faixa etária foi vacinada com a CoronaVac, e já se sabe que a imunidade gerada pelo imunizante tende a cair consideravelmente com o tempo, nesse grupo.

As discussões seguem na comunidade científica internacional e nacional, e mais evidências vêm sendo produzidas. Já aprendemos com a pandemia que é preciso tempo para chegarmos a conclusões mais definitivas, e que as recomendações que servem para hoje podem mudar daqui a alguns dias.

O que a ciência já demonstrou é que três doses das vacinas protegem contra hospitalizações e óbitos, portanto todos os adultos com mais de 18 anos devem tomá-las. Crianças e adolescentes com mais de 5 anos também devem se vacinar, até o momento com duas doses.

Como temos visto, apesar da Ômicron, o número de óbitos neste início de 2022 não foi tão elevado quanto as taxas de contágio, que bateram recorde no Brasil e em vários países. Isso se deve em boa parte às vacinas, essenciais para sairmos dessa pandemia.

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