A falta de insumos não preocupa somente os gestores dos hospitais privados. Hospitais públicos brasileiros já enfrentam o mesmo problema e vivem colapso.
A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anaph) divulgou hoje (25.03.2021) que a grande maioria dos hospitais que fazem parte da associação está com seus recursos para intubação em fase crítica. A previsão é que os insumos sejam suficientes somente para os próximos quatro dias.
Segundo o diretor executivo da Anaph, Marco Aurélio Ferreira, os associados já definiram a estratégia de acesso a fornecedores internacionais, por meio de importações extraordinárias dos produtos em falta. Tal possibilidade apenas tornou-se viável pela sensibilidade demonstrada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), ao alterar procedimentos administrativos de modo a permitir as importações no menor tempo possível. “Ainda assim, o tempo médio para os insumos chegarem ao país é de mais de 20 dias”, afirma Ferreira.
A escassez de medicamentos não preocupa somente os gestores dos hospitais particulares. Hospitais públicos e as santa-casas também estão enfrentando dificuldades.
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Recentemente, a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib) emitiu, em conjunto com outras entidades médicas, recomendações sobre o manejo de medicamentos analgésicos, sedativos e bloqueadores neuromusculares essenciais para intubação, manutenção de ventilação mecânica e anestesia diante do quadro de escassez. No documento, há estratégias excepcionais que visam possíveis substituições medicamentosas em caso de falta.
Uma médica pneumologista que preferiu não se identificar disse que a situação está crítica nos hospitais de São Paulo. “Está faltando tudo. Não tem dexametasona, estão usando outros corticoides, não tem tocilizumabe, remdesivir, medicamentos importantes para tratar os pacientes graves com covid-19.”