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Psiquiatria

Como reconhecer um surto de esquizofrenia

Mulher sentada, de cabeça baixa, puxando os próprios cabelos.
Publicado em 26/10/2020
Revisado em 25/01/2024

Um surto de esquizofrenia provoca delírios e alucinações. Tratamento é fundamental para prevenir. Veja como agir.

 

A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico marcado principalmente pela perda de conexão com a realidade. Durante um surto psicótico ocasionado pelo transtorno, os sintomas predominantes são os chamados sintomas positivos, que não têm esse nome por serem “bons”, mas sim porque levam a pessoa para um polo mais “para cima”, para o lado oposto de um estado depressivo. Eles incluem principalmente delírios e alucinações. A pessoa começa a falar coisas sem sentido, incompatíveis com a realidade. É comum ela acreditar fortemente que está sendo perseguida por alguém. Também é muito comum que ela ouça vozes e sinta que está sendo observada. Seu comportamento começa a mudar, seus pensamentos ficam desorganizados e desconexos e ela pode ficar agitada.

Ouça: Entrementes #14 | Esquizofrenia 

Sintomas desse tipo caracterizam a fase aguda da doença, mas isso não significa que eles passam rapidamente. Sem tratamento, o surto pode durar semanas e até vários meses. Após saírem do surto, os pacientes podem apresentar sintomas residuais, que normalmente são os sintomas negativos: isolamento social, menor interação afetiva, retraimento e falta de vontade para atividades diversas. A pessoa pode ficar um pouco apática, e alguns familiares podem chegar a pensar que ela é preguiçosa ou está desmotivada, quando, na verdade, esse é um estado relacionado ao seu transtorno.

Apesar da estigmatização e de muita gente relacionar esquizofrenia a atos agressivos, os pacientes não são violentos. O que pode ocorrer é, por exemplo, durante um episódio de delírio de perseguição muito intenso, o paciente agir para se defender da ameaça e ser agressivo nesse contexto. Mas isso é uma exceção.

Às vezes o transtorno vem à tona quando uma pessoa com esquizofrenia está envolvida em algum crime que repercute na mídia, o que passa a falsa ideia de que os pacientes são agressivos. É preciso combater o estigma e esclarecer que, com tratamento adequado e medicação correta, muitas pessoas com esse distúrbio podem levar uma vida próxima do normal, com trabalho, estudo e convivência com amigos, colegas e familiares.

 

O que fazer diante de um surto?

 

Os familiares ou pessoas próximas não precisam concordar com os delírios que o paciente esteja relatando, mas é preciso reconhecer que ele está, de fato, vivenciando aquilo. Ou seja, não é necessário fingir que você está vendo um suposto perseguidor, mas é importante reconhecer a experiência como real para aquela pessoa, pois isso ajuda a evitar confrontos agressivos que menosprezem o delírio. É fundamental que a família do paciente se informe a respeito do transtorno e acompanhe de perto o tratamento para saber a melhor forma de lidar com os sintomas. Se o paciente ainda não estiver em tratamento, busque atendimento psiquiátrico rapidamente.

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Em muitos casos, pacientes reconhecem que tiveram atitudes inadequadas ou sem sentido depois que saem do episódio de surto. Por exemplo, uma pessoa pode ter uma atitude irracional e se machucar porque ouviu vozes ordenando-a a fazer aquilo, mas após retomar ao seu estado normal, entende que aquela ação não fazia sentido. É importante, portanto, estar presente para acolher e ajudar o paciente a compreender sua condição.

 

Esquizofrenia é progressiva

 

Quanto antes o tratamento for iniciado, melhor é o prognóstico da doença. A esquizofrenia é uma doença progressiva, e sem tratamento os surtos se tornam cada vez mais frequentes e deixam cada vez mais sintomas residuais, afetando atividades profissionais e sociais. Em alguns casos, o delírio pode se cronificar e passar a, de certa forma, pautar a vida do paciente, ou seja, ele tende a incorporar o delírio ao seu dia a dia e começa a promover mudanças para conviver com ele, o que piora sua qualidade de vida.

Quando o tratamento começa logo após o primeiro surto, o paciente tende a retomar sua vida normalmente e o risco de novos surtos diminui. Além dos medicamentos, também podem ser necessárias algumas terapias para ressocialização. Quem já está em tratamento não deve interrompê-lo apenas porque está bem, pois os surtos podem voltar a acontecer. A esquizofrenia não tem cura, mas se tratada, é possível viver bem com ela.

 

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Conteúdo produzido em parceria com a Prati-Donaduzzi.

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