Transtorno pode afetar — e muito — a rotina familiar. Saiba como é possível ajudar.
Conviver com pessoas que têm TOC (transtorno obsessivo-compulsivo) exige muita paciência, mas a participação familiar no processo do tratamento é extremamente importante. Em muitos casos, o paciente pode ter comportamentos compulsivos que têm impacto direto na rotina da família — como tomar vários banhos por dia, passar horas limpando determinado cômodo ou mesmo exigir que os moradores sigam seus padrões de limpeza.
O papel dos familiares é fundamental para aprender a lidar melhor com a condição, tornando a relação menos conflituosa, além de auxiliar a pessoa com TOC a ter sucesso no tratamento, já que determinadas atitudes podem ajudar ou reforçar ainda mais o transtorno. Lembre-se que TOC é muito diferente de mania, pois gera sofrimento e atrapalha a vida do portador e das pessoas próximas.
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Veja abaixo o que você pode fazer para ter ajudar uma pessoa com TOC.
Encoraje a pessoa a buscar tratamento
O primeiro passo é incentivá-la a procurar ajuda especializada e seguir as orientações médicas corretamente. O tratamento pode ser feito com acompanhamento psicológico (através de terapia cognitivo-comportamental), e em alguns casos também pode exigir atendimento psiquiátrico e uso de medicamentos.
Acompanhe a pessoa nas primeiras consultas para se informar melhor sobre o transtorno e o tratamento, assim é possível uma maior compreensão sobre os gatilhos.
Fique Atento
Em tempos de pandemia do novo coronavírus, as pessoas que sofrem com o transtorno podem ter seu quadro psíquico agravado em função do isolamento social. O coronavírus pode reforçar esse comportamento por ser um estímulo externo que alimenta a instabilidade do portador da doença. Dependendo da condição do paciente, o transtorno pode se potencializar se já existir uma tendência compulsiva e exagerada na lavagem das mãos ou no excesso de limpeza.
Não seja hostil e grosseiro
Algumas pessoas com TOC criam rituais para lidar com suas obsessões e exigem que os familiares sigam esses rituais (por exemplo, limpar o sapato várias vezes ao chegar em casa). Isso pode gerar muitos conflitos. Por mais difícil que pareça no início, tenha paciência e evite ofender ou criticar o paciente, que muitas vezes têm baixa autoestima e vergonha de sua condição. Evite julgamentos e aprenda como enfrentar o TOC em conjunto com o paciente. Além disso, não faça piadas sobre o assunto.
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Evite seguir os rituais
Ter uma postura acolhedora é fundamental, mas isso não significa que você deve colaborar com os rituais criados pela pessoa. Fazer com que todos na casa se adaptem à obsessão é prejudicial tanto para o paciente quanto para a família.
Reconheça os pequenos avanços
Tratar o TOC pode ser bastante exaustivo para o paciente. Por isso, medos e angústias devem ser superados juntos. Demonstre apoio, reforce que a pessoa não está sozinha e reconheça quando notar melhoras no dia a dia para encorajá-la a continuar o tratamento e melhorar sua autoestima.
Se necessário, busque ajuda para você também
Muitos familiares também precisam de apoio psicológico para lidar com a situação, principalmente quando não conseguem se impor e passam a colaborar com os rituais obsessivos. Sua saúde mental também é muito importante. Se estiver com dificuldades, procure ajuda.
Conteúdo produzido em parceria com a Prati-Donaduzzi.