Doença provoca sintomas muito incômodos, mas há maneiras de amenizar. Entenda a dermatite atópica em 7 perguntas.
Pacientes com dermatite atópica sentem coceira, ficam com pele ressecada e sofrem preconceito. O dermatologista Samuel Mandelbaum, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), tira algumas das principais dúvidas.
Por que a dermatite atópica coça tanto?
A dermatite atópica é uma doença extremamente comum; 15% a 25% das crianças e 7% dos adultos têm a doença. Sua característica principal é a coceira; a pele fica vermelha, secretando água. Na fase crônica, a pele deixa de secretar a água e fica seca e muito espessa, piorando os sintomas.
Quais são as regiões do corpo mais atingidas pelas lesões da dermatite atópica?
Nas crianças, as lesões aparecem depois dos 3 meses de idade, principalmente nas bochechas, pernas e braços (na parte externa). Na fase adulta, o quadro é um pouco diferente: as lesões aparecem nas dobras (cotovelos, joelhos, pescoço, mamas, barriga).
A dermatite atópica é contagiosa?
Não, a doença não transmite de uma pessoa para outra. Porém, os pacientes sofrem muito preconceito. Como há a coceira frequente e lesões em áreas visíveis, eles são discriminados. As crianças não conseguem brincar nas escolas e os adultos têm dificuldade inclusive para encontrar emprego, por conta das lesões aparentes no rosto e nos braços.
É importantíssimo o trabalho de conscientização — tanto dos médicos quanto da população em geral — de que a dermatite atópica não é uma doença contagiosa e que os pacientes precisam de cuidados.
Existe uma causa para a dermatite atópica?
É uma doença genética. A criança já nasce com predisposição para ter a doença se um dos pais a tiver (25% de risco) ou os dois (50%).
Há fatores que podem agravar ou desencadear o quadro, os chamados gatilhos. Por exemplo, o clima frio costuma piorar, assim como o estresse, a tensão emocional, infecções de pele e garganta, poluição, poeira, mofo, ácaros e pelos de animais.
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Existem medicamentos para tratar dermatite atópica?
É uma doença bastante comum e, no momento, é realizado seu controle diminuindo a coceira, aumentando a hidratação da pele e tratando a inflamação.
Existem tratamentos locais, à base de antiinflamatórios locais e anti-histamínicos. Outra medicação utilizada é o corticoide, em forma de pomada ou comprimido. É excelente, porém necessita de acompanhamento médico, pois seu uso excessivo pode piorar os sintomas (aumentar risco de infecções por bactéria, fungo e aumento de peso).
Hidratantes ajudam?
Os hidratantes são fundamentais para o controle da doença; porém, só o produto não resolve. O importante é saber como aplicá-lo. O banho precisa ser rápido, morno e sem esfregar as lesões, pois o processo retira a hidratação e a gordura que existem na superfície da pele, causando seu ressecamento. O hidratante deve ser passado em grande quantidade imediatamente após o banho (até aproximadamente 3 minutos) para reter a água sobre a pele.
O tipo de roupa influencia na piora dos sintomas?
As roupas são um fator muito importante. É indicado ao paciente utilizar roupas de algodão com cores claras. Tecidos com muitos fios e fiapos (como lã) não são indicados, pois podem provocar mais coceira. Evite também tecidos que abafem a pele, como lycra e nylon.
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