A esteatose hepática, também chamada de gordura no fígado, é uma doença crônica que afeta cerca de 20% dos brasileiros. Leia na coluna de Mariana Varella.
A esteatose hepática é uma condição que se caracteriza pelo acúmulo de gordura no interior das células do fígado.
O aumento de gordura dentro dos hepatócitos, as células predominantes no fígado, pode provocar uma inflamação capaz de evoluir para quadros graves de hepatite gordurosa, cirrose hepática e até câncer. Nesses casos, o fígado não só aumenta de tamanho, como adquire um aspecto amarelado.
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A doença é crônica, pode ser grave e afeta cerca de 30% da população mundial. No Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia, aproximadamente 20% das pessoas sofrem de esteatose hepática.
Esteatoses hepáticas
As esteatoses hepáticas podem se classificadas em alcoólicas, provocadas pelo consumo excessivo de álcool, e não alcoólicas.
Sobrepeso, diabetes, má nutrição, perda brusca de peso, gravidez, cirurgias e sedentarismo são fatores de risco para o aparecimento da esteatose hepática gordurosa não alcoólica. Há evidências de que a síndrome metabólica – condição que reúne fatores de risco como pressão alta, resistência à insulina, níveis elevados de colesterol, triglicérides e glicemia – e a obesidade abdominal estão diretamente associadas ao excesso de células gordurosas no fígado.
O uso de produtos cuja segurança e eficácia não foram comprovadas, como suplementos e chás vendidos como naturais, também pode causar esteatose hepática.
Sintomas da gordura no fígado
Nos quadros leves de esteatose hepática, a doença é assintomática. Os sintomas aparecem quando surgem as complicações da doença. Num primeiro momento, as queixas são dor, cansaço, fraqueza, perda de apetite e aumento do fígado.
Nos estágios mais avançados, caracterizados por inflamação e fibrose que resultam em insuficiência hepática, os sintomas mais frequentes são ascite (acúmulo anormal de líquido dentro da cavidade abdominal), encefalopatia e confusão mental, hemorragias, queda no número de plaquetas, icterícia, entre outros.
Não existe um tratamento específico para o fígado com excesso de gordura. Ele é determinado de acordo com as causas da doença, que tem cura, e baseia-se em três pilares: estilo de vida saudável, alimentação equilibrada e prática regular de exercícios físicos. São mais raros os casos em que se torna necessário introduzir medicação.
Fígado
O fígado é uma glândula situada do lado direito do abdômen por onde circula grande quantidade de sangue. Ele exerce mais de 500 funções fundamentais para o organismo, entre elas a secreção de bile, que atua na digestão das gorduras; a produção de proteínas nobres, como albumina; e o armazenamento da glicose sob a forma de glicogênio.
Em geral, as doenças que afetam o fígado são assintomáticas no início, por isso se diz que é um órgão que sofre calado.