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Coluna da Mariana Varella

Como prevenir o câncer de intestino

mulher com mão no abdômen em sinal de dor por câncer de intestino
Publicado em 02/05/2025
Revisado em 03/05/2025

O câncer de intestino um dos mais incidentes no Brasil. No entanto, sua prevenção é possível. Leia na coluna de Mariana Varella.

 

O câncer de intestino é um dos mais frequentes no país e está associado ao estilo de vida. No Brasil, estão previstos 44 mil novos casos desse câncer por ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Mais comum em pessoas acima dos 50 anos, esse tipo de câncer tem aumentado entre a população mais jovem. Um estudo recente da Sociedade Americana de Câncer, e que serve de parâmetro para retratar essa mudança epidemiológica, mostrou que a proporção de casos de câncer colorretal entre os jovens aumentou de 11% em 1995 para 20% em 2019.

Veja também: Câncer colorretal antes dos 50 anos

Embora não tenhamos muitos dados sobre o aumento da incidência entre pessoas dessa faixa etária no Brasil, em um levantamento feito pelo A. C. Camargo Cancer Center com 1.167 pacientes, 20% das pessoas que receberam o diagnóstico de câncer colorretal entre 2008 e 2015 tinham menos de 50 anos.

 

Câncer colorretal

O câncer colorretal é um tumor maligno que se desenvolve no intestino grosso, isto é, no cólon ou em sua porção final, o reto. O principal tipo de tumor colorretal é o adenocarcinoma. Em 90% dos casos, esse tumor se origina a partir de um pólipo adenomatoso que, ao longo dos anos, sofre alterações progressivas em suas células.

“Os pólipos são lesões arredondadas, na maioria das vezes benignas e que são identificadas por um exame chamado colonoscopia. Só que uma pequena parte dessas lesões tem potencial para se transformar em um câncer ao longo dos anos, por isso quando identificados num exame são removidos, para não ter problema”, explicou o dr. Artur Ferreira, oncologista da Oncoclínicas, em entrevista ao Portal.

 

Prevenção do câncer de intestino

Muita gente não sabe, mas a maioria dos casos de câncer de intestino é prevenível com medidas como:

Dieta saudável

Dê preferência para frutas, vegetais, grãos integrais e castanhas. Esses alimentos reduzem o risco de câncer colorretal e ajudam no funcionamento do intestino.

Além disso, limite o consumo de carnes processadas e produtos alimentícios ultraprocessados, que podem aumentar o risco desse tipo de câncer.

Consuma bastante fibras, que fornecem vários benefícios para o organismo, como redução do colesterol, prevenção da constipação, entre outros.

Veja também: Alimentos ultraprocessados aumentam o risco de câncer?

 

Prática regular de exercícios físicos

O recomendado são 30 minutos diários de atividade física de intensidade moderada, como uma caminhada acelerada, cinco vezes por semana.

Há evidências científicas que mostram que o sedentarismo contribui para o aumento do risco de câncer colorretal. Os exercícios físicos, por outro lado, trazem vários benefícios à saúde, entre eles a redução do risco do câncer colorretal e de outros tipos de câncer.

 

Peso adequado

Com uma alimentação saudável e a prática regular de atividade física, seu peso provavelmente ficará dentro dos limites considerados saudáveis.

O risco de câncer colorretal aumenta em pessoas com o IMC maior que 25, considerado sobrepeso, ou maior que 30 (obesidade).

O excesso de gordura contribui para a inflamação crônica, resistência à insulina e desequilíbrio hormonal, fatores que fazem subir o risco de câncer.

 

Consumo moderado de álcool

O consumo de álcool é fator de risco para vários cânceres e doenças. O organismo transforma o álcool em acetaldeído, que pode danificar o DNA, resultando em câncer.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há quantidade segura para o consumo dessa substância. No entanto, especialistas indicam que aqueles que optarem por continuar a beber devem consumir no máximo uma dose (o equivalente a uma cerveja ou taça de vinho) por dia para mulheres e duas doses diárias para homens.  

 

Fim do tabagismo

O cigarro é um dos principais fatores de risco para uma série de cânceres, incluindo o colorretal.

 

Histórico familiar de câncer de intestino

Embora apenas cerca de 5% dos cânceres de intestino estejam relacionados a fatores genéticos, ter um parente com história desse tipo de câncer aumenta a probabilidade de desenvolver a doença.

Para saber a idade de começar a fazer a colonoscopia, pegue a idade do parente mais jovem no momento do diagnóstico do câncer e subtraia 10 anos. Aí comece a fazer a colonoscopia nessa idade e repita a cada cinco anos.

Por exemplo, se seu pai foi diagnosticado com câncer colorretal aos 55 anos, comece a fazer o exame aos 45 anos.

 

A importância da colonoscopia

A colonoscopia serve tanto para diagnosticar lesões no intestino como para retirar os pólipos e, assim, prevenir o câncer de intestino, que não costuma causar sintomas na fase inicial.


O Ministério da Saúde  indica o exame de rastreio para a população geral (pessoas sem histórico familiar da doença) a partir dos 50 anos. No entanto, a Sociedade Americana do Câncer e a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) recomendam o início do rastreamento com colonoscopia a partir dos 45 anos, e essa orientação tem sido dada por várias sociedades e médicos do mundo todo, como a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

A periodicidade para a realização do exame deve ser individualizada e considerar os fatores de risco, mas, no geral, a colonoscopia deve ser repetida a cada 10 anos, caso a pessoa não apresente pólipos. Pessoas com doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn, retocolite ulcerativa e outras) precisam realizar o rastreamento com mais frequência. Famílias que apresentam vários membros com múltiplos pólipos intestinais (polipose familiar), também, conforme orientação médica.

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