O reforço da vacina contra o tétano deve ser feito a cada 10 anos ou a cada 5 anos em caso de ferimentos graves. Leia na coluna de Mariana Varella.
Se você já se machucou em algum pedaço de metal, como pregos e arames, provavelmente ficou em dúvida se deveria tomar a vacina antitetânica. Isso porque muitas pessoas dizem que esse tipo de material pode conter a bactéria causadora do tétano, doença grave para a qual não existe cura e que pode matar.
O que muita gente não sabe é que a bactéria do tétano também pode se alojar em outros locais.
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Doença perigosa
O tétano uma doença infecciosa grave, não contagiosa, causada por toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani. Sob a forma de esporos, essa bactéria é encontrada nas fezes de animais e seres humanos, na terra, em objetos e pode contaminar as pessoas que tenham lesões na pele (feridas, arranhaduras, cortes, mordidas de animais etc.) pelas quais o microrganismo possa penetrar.
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas da doença incluem: contraturas musculares; febre baixa, rigidez de membros (braços e pernas); rigidez abdominal; dificuldade de abrir a boca; dores nas costas e nos membros (braços e pernas).
A doença afeta o sistema nervoso e pode provocar a morte. O período de incubação (tempo que os sintomas levam para aparecer desde a infecção) é curto: em média de 5 a 15 dias, mas pode variar de 3 a 21 dias.
Em 2022, 2023 e 2024 foram confirmados 192, 222 e 128 casos de tétano acidental em todo território nacional. A letalidade, nesse mesmo período, foi de 26%, 26,5% e 27,3% respectivamente, sendo considerada elevada, quando comparada com os países desenvolvidos, onde se apresenta entre 10% a 17%.
O tratamento, ainda de acordo com o Ministério da Saúde, deve ser feito em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para garantir o suporte necessário. Inclui, ainda, sedação do paciente, neutralização da toxina tetânica, eliminação da bactéria do foco da infecção, debridamento do foco infeccioso e medidas gerais de suporte.
Vacina
A vacina antitetânica faz parte do Calendário Nacional de Vacinação e é oferecida gratuitamente pelo SUS em três doses, que devem ser aplicadas ao 2, 4 e 6 meses de idade. Depois disso, a criança deve tomar um reforço aos 15 meses e aos 4 anos, seguidos de reforços a cada 10 anos ou 5 anos, em caso de ferimentos graves.
A vacina utilizada para o esquema primário (três primeiras doses) é a vacina penta, que protege também contra difteria, coqueluche, hepatite B e doenças causadas pelo Heamophilus Influenzae B. Os dois reforços são feitos com a DTP, que além do tétano protege contra coqueluche e difteria.
Os reforços seguintes, feitos a cada 10 anos, são feitos com a vacina dT, que protege contra tétano e difteria.
Grávidas devem tomar uma dose da vacina DTP a cada gravidez a partir da 20ª semana de gestação.
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Ferimentos
A pessoa deve consultar uma unidade de saúde e perguntar sobre sua situação vacinal e a necessidade de tomar um reforço da antitetânica se sofrer um corte, arranhão ou ferimento perfurante e entrar em contato com:
- Sujeira (terra, pedras, areia ou ferrugem);
- Secreção de animais (fezes e saliva);
- Metal.
A necessidade de reforço também deve ser avaliada em caso de ferimentos profundos o suficiente para precisar de pontos.
Nesses casos, se você não tiver o esquema vacinal completo ou tiver tomado o último reforço da antitetânica há mais de 5 anos ou não se lembrar da data da última vacina, recomenda-se o reforço da vacina.
Recomendações
Tétano é uma doença que pode ser evitada desde que alguns cuidados sejam observados:
- Limpe cuidadosamente com água e sabão todos os ferimentos para evitar a penetração da bactéria;
- Não pense que apenas pregos e cercas enferrujadas podem provocar a doença. A bactéria do tétano pode ser encontrada nos mais diversos ambientes;
- Mantenha o esquema de vacinação em dia. Muitos adultos jamais tomaram a vacina dupla contra tétano e difteria e, mesmo os que já tomaram, costumam esquecer-se das doses de reforço a cada 10 anos;
- Saiba que o tétano é uma doença grave, às vezes fatal, se a pessoa não for atendida prontamente em um hospital. Não hesite diante de sintomas que possam sugerir a doença.