O HTLV é transmitido por via sexual (relações sexuais desprotegidas), nas transfusões de sangue, pelo uso compartilhado de seringas e agulhas e da mãe para o filho durante a gestação, aleitamento e no momento do parto.
O HTLV é um retrovírus da mesma família do HIV (causador da aids), que infecta a célula T humana, um tipo de linfócito importante para o sistema de defesa do organismo. Ele foi isolado, em 1980, no portador de um tipo raro de leucemia e é mais prevalente em certas regiões geográficas específicas, como Japão, Caribe e alguns países africanos. No Brasil, representa um problema de saúde pública, apesar de o número de pessoas infectadas ser proporcionalmente baixo.
Existem dois tipos desse vírus: o HTLV-I e o HTLV-II. O primeiro está associado a doenças neurológicas graves e degenerativas (paraparesia espástica tropical) e hematológicas, como a leucemia e o linfoma de células T humana do adulto (ATL). Polimiosites, poliartrites, uveítes e dermatites são enfermidades que parecem relacionadas com esse tipo de vírus.
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Quanto ao segundo tipo, ainda não foi plenamente esclarecida sua ligação com alguma patologia determinada.
Transmissão do HTLV
Da mesma forma que o HIV, o HTLV é transmitido por via sexual (relações sexuais desprotegidas), nas transfusões de sangue, pelo uso compartilhado de seringas e agulhas e da mãe para o filho durante a gestação ou parto — risco mais baixo — ou por aleitamento — alto risco.
Sintomas da infecção por HTLV
As estatísticas indicam que apenas 5% das pessoas infectadas pelo HTLV desenvolvem problemas de saúde relacionados com o vírus. Nesses casos, em geral, instalam-se quadros neurológicos degenerativos graves e de leucemias e linfomas.
No entanto, a infecção pode ser absolutamente assintomática. Quando se manifestam, são sintomas indicativos de doença neurológica:
- Dor na batata da perna e nos pés e na coluna lombar;
- Fraqueza, dormência e formigamento nos membros inferiores;
- Perturbações urinárias, principalmente dificuldade para urinar.
Nos quadros de leucemia e linfomas, os sintomas mais comuns são:
- Lesões cutâneas maculopapulares (ou seja, regiões avermelhadas com pequenas elevações moles);
- Descamação;
- Gânglios inchados;
- Alterações visuais e ósseas.
Diagnóstico de HTLV
Muitas vezes, a pessoa descobre que é portadora do HTLV, por acaso, quando vai doar sangue, por exemplo. O diagnóstico de certeza só é estabelecido pelos resultados positivos dos testes ELISA e Western-blot específicos para esse tipo de retrovírus. Tomar conhecimento da infecção é fundamental para controlar a transmissão do vírus.
Tratamento do HTLV
Como o risco do desenvolvimento da doença associada ao HTLV-I é muito baixo, não existe tratamento preventivo ainda. Também não se descobriu uma solução terapêutica para eliminar o vírus completamente do organismo infectado.
No entanto, todas as doenças correlacionadas com o retrovírus HTLV têm tratamento. O prognóstico depende do estadiamento, tempo de evolução e da presença de outras infecções.
Diagnóstico precoce e a observância às orientações médicas são requisitos básicos para o bom resultado do tratamento.
Recomendações para prevenir o HTLV
- Só pratique sexo seguro;
- Certifique-se sempre de que as agulhas e seringas que vai usar são descartáveis;
- Se você está grávida ou pretende engravidar, peça para seu médico averiguar a possibilidade da infecção pelo HTLV, pois esse não é um teste solicitado obrigatoriamente nos pré-natais.
Perguntas frequentes sobre HTLV
Pessoas com HTLV positivo precisam ter algum cuidado especial?
Recomenda-se a realização anual de exames de sangue como hemograma, contagem de linfócitos e outros solicitados pelo médico para acompanhamento.
Resultado positivo para HTLV no teste do pezinho significa que o bebê tem a doença?
Não. A transmissão da mãe para o filho é pouco frequente durante a gestação ou no parto. O positivo provavelmente significa que o bebê tem anticorpos que foram transmitidos pela mãe. Nesse caso, a mãe pode ser portadora do vírus ou já ter tido contato com ele.
Se a mãe tem HTLV, como deve ser feita a amamentação?
Quando a mãe possui o vírus, ela não pode amamentar, pois há grande risco de transmissão para o bebê. Nesses casos, a nutrição deverá ser feita com fórmulas indicadas por um médico.