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Infectologia

Imunização: vacinas são fundamentais em todas as fases da vida

Publicado em 16/07/2024
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Revisado em 15/07/2024

Manter as vacinas em dia é primordial para prevenção de doenças infecciosas e possíveis complicações, especialmente após os 50 anos.

 

A vacinação é uma das estratégias mais eficazes para preservar a saúde da população. A imunização reduz o risco de doenças graves e ajuda ainda a diminuir a disseminação de agentes infecciosos, protegendo inclusive as pessoas que não podem ser vacinadas por algum motivo de saúde.¹

Em pessoas idosas, a vacinação tem como objetivo protegê-las de doenças infecciosas potencialmente graves, diminuir o risco de infecções graves pela presença de comorbidades e evitar a descompensação de doenças crônicas por causa das infecções. Além disso, a imunização é importante para melhorar a qualidade e aumentar a expectativa de vida.²

O número de pessoas idosas têm aumentado. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS), estima-se que nas Américas, em 2030, uma em cada seis pessoas terá 60 anos ou mais, e a população acima dos 60 anos deve ultrapassar a de pessoas com menos de 15 anos.³,⁴ No Brasil, o número de idosos no Brasil cresceu mais de 57% em 12 anos, entre 2010 e 2022, de acordo com o Censo Demográfico 2022.⁵

“Quando falamos em longevidade, nós queremos falar em longevidade e uma vida saudável. Esses anos a mais que nós teremos, nós temos que viver de uma forma muito mais saudável. E com isso, a gente precisa contar com uma proteção extra que é a prevenção através das vacinas e da vacinação para determinadas doenças. Sabemos que a partir dos 50 anos o risco de imunossenescência (diminuição da resposta imune) é maior, e com isso nos tornamos mais vulneráveis a ter infecções mais graves, daí a importância da vacinação”, afirma a infectologista Rosana Richtmann. 

“Além do risco de morte no idoso, a gente sabe que diversas infecções podem levar a sequelas que vão piorar a qualidade de vida do indivíduo. Então, esses anos vividos a mais espera-se que sejam anos prazerosos, vividos com saúde, com alegria, e não anos de sofrimento, dependências e sequelas do que pode ser evitado através da imunização”, completa Mônica Levi, pediatra. 

 

Importância da vacinação em todas as idades

A dra. Rosana destaca que a pandemia de covid-19 trouxe à tona a importância de estar protegido e saudável, especialmente em idades mais avançadas. 

“Eu espero que o exemplo da pandemia sirva como um exemplo de conscientização da importância de você ter a sua vacinação em dia, independentemente de qual fase da vida você esteja. Existem hoje calendários desde prematuros, crianças, adolescentes, gestantes, adultos, idosos, ou seja, uma série de situações com calendários específicos e vacinas específicas recomendadas”, afirma. 

“Sem dúvida, a covid veio se somar nas doenças que mostram o impacto desproporcional para o idoso, como as outras infecções respiratórias, gripe, pneumonias, a gente vê que podem afetar qualquer faixa etária, mas os idosos têm um risco de complicações, de internação e número de óbitos maior. A gente sabe que hoje nós devemos vacinar todas as faixas etárias, existem calendários específicos do nascimento até a terceira idade, sem passar por nenhuma fase da vida onde não se necessite de vacinas. Essa ideia de que vacina é coisa de criança é coisa do passado”, destaca a dra. Mônica. 

No site do Ministério da Saúde, é possível acessar os calendários de vacinação recomendados para cada faixa etária. Acesse aqui

        Veja também: Quais vacinas os adultos devem tomar?

 

Vacinação e saúde coletiva

A imunização faz parte de uma estratégia de saúde coletiva. Quanto mais pessoas em uma comunidade são vacinadas, menos pessoas ficam vulneráveis à doenças infecciosas.⁶

“O benefício da vacinação vai além da proteção daquela pessoa que se vacina. Ela deixa de se infectar e deixa de transmitir, ainda que involuntariamente, determinados patógenos para os quais ela foi vacinada para outras pessoas com quem ela convive. Então, é uma ferramenta muito importante também de saúde pública, de saúde coletiva”, diz a dra. Mônica.

“A gente sempre fala que depois da água potável, duas coisas modificaram a história da humanidade, que são as vacinas e os antibióticos. Elas são fundamentais não só na saúde individual, mas com a diminuição da circulação de alguns microrganismos através da vacinação, indiretamente você acaba também tendo uma proteção coletiva”, afirma a dra. Rosana.

 

Segurança das vacinas

A imunização é o processo pelo qual uma pessoa se torna resistente a determinada doença, seja através do contato com essa doença ou pela administração de uma vacina. Porém, a imunidade adquirida por meio da vacinação é mais segura porque as vacinas interagem com o sistema imunológico, gerando uma resposta imunitária semelhante à causada por infecções naturais, mas sem fazer com que a pessoa fique doente ou em risco de desenvolver as possíveis complicações daquela doença.⁷

Todas as vacinas passam por testes rigorosos e são avaliadas e aprovadas por órgãos reguladores. No Brasil, quem faz esse trabalho é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão ligado ao Ministério da Saúde. Além disso, foi através da vacinação que uma série de doenças foi erradicada ou controlada, como poliomielite, sarampo e coqueluche, por exemplo.⁸ 

As vacinas podem provocar algumas reações temporárias, como febre e dor no local da aplicação, mas os benefícios da imunização superam amplamente os riscos.⁸

Para a dra. Mônica, durante a pandemia houve muita desinformação sobre esse assunto, e retomada da confiança da população em relação à importância e a segurança das vacinas deve partir principalmente dos profissionais da saúde. “Os médicos devem ser familiarizados, conhecer as vacinas que devem ser recomendadas para os seus pacientes, porque quando o médico prescreve, o paciente se sente motivado e a chance dele ser realmente vacinado, de efetivar a vacinação é muito maior. Fora isso, as fontes de informação seguras – como as fontes oficiais, Ministério da Saúde, Anvisa, Fiocruz – têm que ser amplamente divulgadas, além das sociedades médicas, que militam muito pelo conhecimento tanto dos profissionais da saúde quanto da população em geral.”

        Veja também: Por que algumas vacinas precisam de reforço e outras não?

 

Conteúdo produzido em parceria com a biofarmacêutica GSK.

Material dirigido ao público geral. Por favor, consulte o seu médico.

 

Referências

  1. BRASIL. Ministério da Saúde. Vacinação. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao. Acesso em 27 de junho de 2024.
  2. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG). Imunização para idosos. Disponível em: https://www.sbgg-sp.com.br/imunizacao-para-idosos/. Acesso em 26 de junho de 2024.
  3. Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). Envelhecimento Saudável. Disponível em: https://www.paho.org/pt/envelhecimento-saudavel. Acesso em 27 de junho de 2024. 
  4. Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). OPAS e parceiros lançam série de relatórios para apoiar estratégias de envelhecimento saudável nas Américas. Disponível em: https://www.paho.org/pt/noticias/17-4-2023-opas-e-parceiros-lancam-serie-relatorios-para-apoiar-estrategias-envelhecimento. Acesso em 27 de junho de 2024. 
  5. BRASIL. Secretaria de Comunicação Social. Censo: número de idosos no Brasil cresceu 57,4% em 12 anos. Disponível em: https://www.gov.br/secom/pt-br/assuntos/noticias/2023/10/censo-2022-numero-de-idosos-na-populacao-do-pais-cresceu-57-4-em-12-anos. Acesso em 27 de junho de 2024.
  6. BRASIL. Ministério da Saúde. Perguntas Frequentes – Vacinação. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao/faq. Acesso em 27 de junho de 2024.
  7. Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). Imunização. Disponível em: https://www.paho.org/pt/topicos/imunizacao. Acesso em 26 de junho de 2024.
  8. Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Perguntas e respostas. Disponível em: https://familia.sbim.org.br/vacinas/perguntas-e-respostas. Acesso em 26 de junho de 2024.
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